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46 titles
- DirectorJohn HustonStarsErrol FlynnJuliette GrécoTrevor HowardIn French Equatorial Africa, an idealist ecologist starts a campaign of public awareness to help save the African elephants from extinction.[Mov 06 IMDB 6,3/10] {Video/@@}
RAIZES DO CÉU
(The Roots of Heaven, 1958)
''Em Fort Lamy(atual N'Djamena), no Tchad, o idealista Morel lança uma campanha solitária para salvar o elefante de ser extinto. Primeiramente ele só encontra apoio de Minna, recepcionista da única boite da cidade, que está apaixonada por ele; e do negligente ex-Major do Exército Britânico, Forsythe. Sua cruzada aumenta em força e logo ele se vê cercado por uma estranha diversidade de personagens: de Cy Sedgewick, um comentarista de TV dos EUA ao pragmático Waitari, líder dum movimento Pan-Africano; de um fotógrafo a um assistente do governo ordenado a detê-lo, e aí novo problema começa.'' (Filmow)
Darryl F. Zanuck Productions Twentieth Century Fox Film Corporation
Diretor: John Huston
480 users / 55 face
Check-Ins 49
Date 06/09/2012 Poster - # - DirectorBob MisiorowskiStarsMichael ParéBarbara CarreraMichael IronsideJack David (Pare) is a tough, outspoken cop who finds himself wrongly accused for the death of a fellow agent by the depraved and power hungry chief of Miami Customs, Martin Cullen (Ian Yule). Disgraced and dismissed, Jack swears revenge and goes to work for Roberto Largo (Ironside), a rich, evil Cuban crime boss, as bodyguard for his smoldering wife, Eva (Barbara Carrera). Jack knows Largo is connected to his old boss Cullen and is determined to learn the secret that will bring him down. Trapped in a deadly game of cat and mouse, held captive by his passionate affair with Eva, Jack must figure out the significance of the mysterious Spanish Rose to survive.[Mov 01 IMDB 2,5/10] {Video}
ROSA DE FOGO
(Point of Impact, 1993)
Nu Image Films
''Jack David é um policial injustamente acusado pela morte de um agente pelo poderoso Martin Cullen. Desacreditado e sem emprego, Jack jura vingança ao seu antigo chefe e começa a trabalhar como segurança de Eva, esposa de Roberto Largo, um milionário chefe da máfia cubana. Jack sabe que Largo tem conexões com seu antigo chefe e ele está determinado a descobrir o segredo que pode o arruinar. Preso neste perigoso jogo e apaixonado por Eva, Jack terá que descobrir o segredo da Rosa de Fogo para sobreviver.'' (Filmow)
Diretor: Bob Misiorowski
463 users / 10 face
Soudtrack Rock = Gipsy Kings
Check-Ins 64
Date 11/11/2012 Poster - # - DirectorMichael WinterbottomStarsWes BentleyPeter MullanRon AndersonA prospector who sold his wife and infant daughter in exchange for a mining claim, tries desperately to win them back as he helps to build the Pacific Railroad with a group of pioneer friends.[Mov 01 IMDB 6,4/10] {Video/@@} M/62
RIQUEZA PERDIDA
(The Claim, 2000)
''Homem desafia as dificuldades da caça ao ouro. Agora rico, cria uma vila de exploração. Tudo vai bem até receber a visita de três forasteiros que podem mudar o futuro da vila." (Filmow)
"Riqueza Perdida" é uma adaptação para o cinema do livro de Thomas Hardy, The Mayor of Casterbridge. Realizado pelo diretor Michael Winterbottom, o filme gira em torno da redenção de Dillon como pai e líder. A chegada de Elena e Hope o força a repensar sua vida. Winterbottom faz um ótimo trabalho ao recriar uma cidade engastada nas montanhas geladas. A trilha sonora de Michael Nyman é excelente. Quanto à fotografia, os contrastes entre os exteriores monocromáticos e a exuberância escurecida dos interiores, dão ao filme um forte estilo visual. Peter Mullan, Sarah Polley e Wes Bentley apresentam um bom trabalho de interpretação. Entretanto, mais do que todos eles, é a luminosa Nastassja Kinski quem rouba todas as cenas em que aparece." (70 Anos de Cinema)
2001 Urso de Ouro
Alliance Atlantis Communications Arts Council of England British Broadcasting Corporation (BBC) Canal+ DB Entertainment Grosvenor Park Productions Pathé Pictures International Revolution Films
Diretor: Michael Winterbotton
4.936 users / 114 face
Check-Ins 39 28 Metacritic
Data 07/08/2012 Poster - # - DirectorTobias LindholmMichael NoerStarsPilou AsbækDulfi Al-JabouriRoland MøllerThe R of the title stands for the young protagonist, Rune, fearlessly played by Pilou Asbæk. Imprisoned for violent assault, he's a cocky, good-looking young man placed in the hardcore ward, where his survival depends on quickly learning the prison's parallel world of rules, honor, and obligations. R also stands for Rachid, a young Muslim prisoner who becomes Rune's friend and accomplice, defying the rigid racial stratifications among the inmates.[Mov 08 IMDB 7,2/10] {Video/@@@@} M/67
R (unofficial)
(R, 2010)
TAG TOBIAS LINDHOLM / MICHAEL NOER
{intenso / violento}Sinopse
'' R do título representa o jovem protagonista, Rune, sem medo, interpretado por Johan Philip 'Pilou' Asbæk. Preso por assalto violento, ele é um arrogante jovem de boa aparência colocado na ala mais 'hardcore' da prisão, onde sua sobrevivência depende de aprender rapidamente as regras daquele mundo paralelo. R também é sinônimo de Rachid, um jovem prisioneiro muçulmano que se torna amigo e cúmplice de Rune, desafiando a rígida estratificação racial entre os detentos.''
Nordisk Film
Diretor: Tobias Lindholm / Michael Noer
2.908 users / 826 face
Check-Ins 643 6 Metacritic
Date 09/08/2014 Poster - ##### - DirectorPeter MacDonaldStarsSylvester StalloneRichard CrennaMarc de JongeRambo mounts a one-man mission to rescue his friend Colonel Trautman from the clutches of the formidable invading Soviet forces in Afghanistan.[Mov 03 IMDB 5,4/10 {Video/@} M/36
RAMBO III
(Rambo III, 1988)
''É preciso separar as coisas: o Rambo de que se fala mal não é o primeiro. Na maratona que hoje propõe o TCM é em Rambo 2 - A Missão que o carro começa a descarrilhar, em vista de um nacionalismo que passa francamente da conta. Aqui, ainda, admita-se, existe o princípio da volta ao exército justificando a volta ao Vietnã. Em "Rambo 3" as coisas saem do trilho de vez. Rambo vira super-herói e, para resumir, ganha a Guerra do Vietnã meio que sozinho. Mas é o primeiro Rambo - Programado para Matar o mais humano e honesto: trata da difícil adaptação de um soldado à vida civil ao voltar do front, mais ainda em vista do descaso geral em relação aos que fizeram uma guerra, afinal, bem impopular." (* Inácio Araujo *)
"Não acrescenta em nada aos dois primeiros, requentando as cenas de ação e confirmando o personagem como um produto transformado da odiosa era Reagan. Um deja vú que serve somente para os nostalgícos e admiradores." (Vlademir Lazo)
Carolco Pictures
Diretor: Peter MacDonald
70.208 users / 1.560 face
Check-Ins 186
Date 04/06/2013 Poster - #### - DirectorLaurent BouzereauStarsRoman PolanskiAndrew BraunsbergPedro AlmodóvarA documentary about Roman Polanski, the man and filmmaker. Roman Polanski speaks about his eventful life story and career in conversation with Andrew Braunsberg, his former business partner, producer, and friend of many years.[Mov 09 IMDB 6,9/10 {Video}
ROMAN POLANSKI: AVIDA EM FILMES
(Roman Polanski: A Film Memoir, 2011)
"Sem artifícios ou carga tendenciosa, apenas uma entrevista crua e sincera de Polanski sobre sua vida cheia de polêmicas. Ajuda a esclarecer o quão biográfica sua filmografia é, com cada singular filme carregando consigo muito de seu realizador." (Heitor Romero)
Anagram Films Casanova Multimedia Studio Babelsberg
Diretor: Laurent Bouzereau
495 users / 215 face
Check-Ins 215
Date 18/06/2013 Poster - ######### - DirectorRobert SchwentkeStarsRyan ReynoldsJeff BridgesMary-Louise ParkerA cop killed by his own partner joins RIPD, an afterlife law enforcement department working to apprehend various monsters disguised as humans living on earth, and gets paired up with a smart-mouthed veteran.[Mov 09 IMDB 5,6/10] {Video/@@@@@} M/25
R.I.P.P. - AGENTES DO ALÉM
(R.I.P.D., 2013)
TAG ROBERT SCHEWENTKE
{simpático / divertido}Sinopse
''Nick Cruz é um policial assassinado, hoje alma penada, que entra para a polícia espectral atrás da identidade do homem que o matou. Roy, oficial que caça espíritos desde os anos 1800, será o parceiro de Nick nas investigações. Uma bela russa é o avatar humano do fantasma de Roy - que precisa assumir uma forma carnal quando suas investigações do além o trazem para o mundo dos mortais. Vovô Chen, por sua vez, é o avatar de Nick.''
"Uma espécie de MIB do Além e anoréxico que mostra como Hollywood continua queimando dinheiro em projetos falhos por conceito. Inofensivo e facilmente desprezível." (Alexandre Koball\0
''Interrompa se já tiver ouvido essa antes: jovem policial metido a sabe tudo é recrutado para ser parceiro de um experiente e solitário agente de uma organização secreta cuja função é preservar secretamente a Terra contra a ação de seres extranormais. Mesmo com os dois novos companheiros não se dando bem inicialmente, aos poucos uma relação de respeito mútuo passa a surgir. Sim, essa é a exata premissa de MIB – Homens de Preto, mas também se aplica integralmente a este “R.I.P.D. – Agentes do Além”, com algumas pequenas diferenças. Troque alienígenas por desmortos que teimam em permanecer no nosso mundo, um visual inspirado por efeitos de terceira, personagens carismáticos por clichês ambulantes e um elenco cheio de química por atores que – em sua maioria – parecem desconfortáveis em seus papéis e voilá! Dirigido pelo geralmente eficiente Robert Schwentke (Te Amarei Para Sempre, Red – Aposentados e Perigosos), o longa é baseado na HQ homônima publicada pela Dark Horse nos EUA, com o roteiro de Phil Hay e Matt Manfredi apostando em um clima de comédia de ação, algo que a dupla já havia feito no mediano O Terno de Dois Bilhões de Dólares. Aliás, todo o clima da produção parece mirar no mediano e só consegue acertar no fracasso, apostando sempre em clichês batidos e repetições de fórmulas ad nauseum. Na trama, o detetive Nick (Ryan Reynolds) é traído e morto pelo seu parceiro Hayes (Kevin Bacon) após querer dar para trás em um esquema que os dois estavam envolvidos. Considerando suas habilidades e necessidade de expiar pecados antes de ir para o céu ou para o inferno, ele é recrutado pelo R.I.P.D. para caçar desmortos, sendo alocado para trabalhar ao lado do irritadiço cowboy Roy (Jeff Bridges). Logo em seus primeiros dias juntos, a dupla acaba trombando com uma conspiração que quer destruir o mundo. Ao contrário de MIB, que dedicou algum tempo para o desenvolvimento da própria agência e de seu universo, tudo em R.I.P.D. é corrido, não havendo nenhuma explanação sobre como aquele mundo funciona, com o público basicamente tendo de engolir que comida indiana é capaz de revelar a natureza monstruosa dos falecidos. O conceito dos corpos trocados é até interessante, mas pouco explorado, bem como os demais membros do departamento, todos falecidos em épocas diferentes e – presume-se – com personalidades distintas e métodos de ação diversos. Digo presume-se pois nada disso é mostrado na fita além de pessoas com figurinos extemporâneos correndo pra lá e pra cá na sede da organização. Ryan Reynolds aparentemente é um para-raio para adaptações fracassadas de HQs. Depois de Blade Trinity, X-Men Origens – Wolverine e Lanterna Verde, esta é mais uma roubada na qual o ator se envolve. Como protagonista, Reynolds está apático em cena, sem conseguir acertar uma tirada cômica ou mesmo convencer no romance entre o seu Nick e a bela Julia (Stephanie Szostak). Além disso, o galã se mostra completamente desentrosado com Jeff Bridges, com o veterano se contentando com uma atuação preguiçosa, com o figurino e o sotaque sendo seus únicos diferenciais em cena, algo desapontador considerando o talento de Bridges e sua habitual força na tela, vide seus trabalhos em Bravura Indômita e no clássico O Grande Lebowski. Os melhores atores em cena são Kevin Bacon e Mary-Louise Parker. Bacon imprime aquela energia de sempre como o corrupto Hayes e rouba a cena toda vez que aparece (não que seja muito difícil), enquanto a bela Parker, em suas curtas intervenções como a chefe do R.I.P.D., consegue resgatar alguma coisa de Jeff Bridges além de tédio. Apesar de Robert Schwentke já ter dirigido filmes com temáticas extravagantes, aqui ele se encontra completamente perdido. Se alguém tomar uma dose de vodca toda vez que o diretor lança mão de um zoom, sairá do cinema em coma alcoólico. Aparentemente, este foi o único recurso de câmera (além do – surpresa – contrazoom) que Schwentke lembrou-se de usar durante as filmagens. Além disso, o design de produção é extremamente pobre, não aproveitando os elementos sobrenaturais da premissa e despejando monstros mal desenhados na tela por meio de efeitos digitais que empalidecem até mesmo perante o primeiro MIB. Um dos maiores fracassos de 2013, a única qualidade de “R.I.P.D. – Agentes do Além” é o fato de ser curto." (Thiago Siqueira)
O desperdício de uma potencial franquia de ação e comédia.
''Ao olhar o projeto de adaptação aos cinemas de ''R.I.P.D. - Agentes do Além'', HQ de Peter Lenkov, Lucas Marangon e Randy Emberlin, não há muito espaço para o fracasso. Estão lá uma dupla policial carismática, seres sobrenaturais e sequências mirabolantes de ação. Quase uma receita pronta para um blockbuster de verão, tivesse ele alto ou baixo orçamento. Contudo, o filme dirigido por Robert Schwentke e estrelado por Ryan Reynolds e Jeff Bridges é uma aula de como desperdiçar qualquer um dos quesitos supracitados. Não há elenco ou efeitos que salvem um roteiro com personagens mal desenvolvidos e sem fidelidade à fonte de inspiração. Durante boa parte do tempo, R.I.P.D. tenta emular o humor e a química de M.I.B., mas não consegue evoluir em nenhum dos casos. Na história, o policial Nick Cruz (Reynolds) é assassinado e, no Além, entra para a polícia espectral chamada Rest in Peace Departament. Lá dentro ele é apresentado a seu parceiro, Roy, um oficial veterano (Bridges) que caça espíritos desde os anos 1800. A primeira missão importante de ambos envolve a morte de Cruz, que começa a descobrir diversos problemas relacionados à sua vida terrestre. A escalação da dupla principal, no conceito, é interessante. Se há talento em Reynolds, ele está na veia cômica; Bridges, por outro lado, funciona em qualquer papel, desde que este seja escrito de maneira decente. Quando se unem a Mary-Louise Parker, a chefe do departamento, fica claro o desperdício do elenco, que atua de maneira convincente, mas profere diálogos risíveis. Nas cenas dentro do carro policial e as indiretas entre Roy e Proctor (Parker) é quando isso fica mais evidente. Com boa parte do orçamento provavelmente destinada aos atores, não sobrou muito para a área de efeitos especiais. Ainda assim, não há um sopro de criatividade para suprir os limites impostos pela grana, pois os modelos dos seres 'diabólicos' não exploram sequer os traços grosseiros da HQ da Dark Horse - deformidades e protuberâncias no rosto são o mais distante do visual humano que eles vão. A inserção na mitologia proposta é vital para um filme com a proposta de R.I.P.D., e a credibilidade das criaturas seria parte essencial disso. O mesmo vale para o vilão canastra e sem carisma de Kevin Bacon. Apesar da semelhança latente com M.I.B., R.I.P.D. tinha elementos suficiente para se diferenciar. No entanto, o desprezo pelo universo em que está inserido, o faz soar como a mais genérica das comédias policiais. Da comparação com a franquia de Barry Sonnenfeld, que não é exemplo de excelência mas cumpre o prometido, esta adaptação não vai além dos pontos entre as letras do título." (Thiago Romariz)
Universal Pictures Original Film Dark Horse Entertainment
Diretor: Robert Schwentke
85.913 users / 19.588 faceSoundtrack Rock
The Hives / Marvin Gaye / Steely Dan
Check-Ins 678 27 Metacritic 2.187 Down 940
Date 02/09/2014 Poster - #### - DirectorDean ParisotStarsBruce WillisHelen MirrenJohn MalkovichRetired CIA agent Frank Moses reunites his unlikely team of elite operatives for a global quest to track down a missing portable nuclear device.[Mov 07 IMDB 6,7/10] {Video/@@@} M/47
RED 2 - APOSENTADOS E MAIS PERIGOSOS
(Red 2, 2013)
TAG DEAN PARISOT
{simpático / divertido}Sinopse
''Tudo o que Frank Moses (Bruce Willis) queria era levar uma vida normal ao lado da namorada Sarah (Mary-Louise Parker), mas seu sonho vira um pesadelo quando seu parceiro Marvin Boggs (John Malkovich) aparece com uma novidade: suas vidas estão em perigo. Frank não dá muito crédito para as palavas do amigo, mas logo se vê forçado a acreditar que algo está acontecendo quando acaba sendo levado para um interrogatório e quase é morto. Agora, ele tem certeza de que sua cabeça e a de seu melhor amigo estão a prêmio. A questão é descobrir porque e como evitar que isso aconteça, nem que para isso eles tenham que correr o mundo, reeconcontrar velhos parceiros, na figura de Victoria (Helen Mirren) e enfrentar antigos inimigos, como o poderoso Han (Byung-Hun Lee). A caçada está só começando.''
"RED 2 surpreende ao ser melhor e mais divertido do que o primeiro. O filme tem mais energia, tem boas cenas e o elenco está bem afiado. Agora sim, uma boa matinê." (Alexandre Koball)
"Red 2 - Aposentados e Ainda Mais Perigosos" é um veículo na medida para Bruce Willis. Escrito por Jon e Erich Hoeber com base nos personagens criados por Warren Ellis e Cully Hamner para a graphic novel "Red", este segundo longa com o herói dificilmente vai desagradar quem gostou do primeiro - e ainda aponta para mais uma continuação (já anunciada). Desde o policial nova-iorquino John McClane, de "Duro de Matar", franquia inaugurada em 1988, Willis não encontrava um protagonista à altura de seu carisma. No papel de Frank Moses, agente aposentado do serviço secreto americano, pode brilhar novamente com sua agradável canastrice. O que resulta quase sempre em filmes que ultrapassam ou se aproximam do limite que separa a irreverência do ridículo. Se esta segunda aventura não chega a ultrapassar tal limite, um pouco por causa da direção de Dean Parisot (ao mesmo tempo mais pobre e menos afetada que a de Robert Schwentke, do primeiro filme), há uma série de exageros que retomam o espírito anteriormente perseguido. Mary-Louise Parker continua com uma personagem à beira da estupidez, mas dá conta do perigo mais uma vez. Helen Mirren está novamente soberba como o contraponto à personagem de Parker: uma mulher forte e demolidora, verdadeiro perigo para os inimigos. John Malkovich está menos louco e mais efetivo nas cenas de ação, e o bonachão Brian Cox arrasa como o conquistador russo Ivan. As novidades desta continuação são Catherine Zeta-Jones, como a bela kriptonita do herói; Anthony Hopkins, como o cientista louco; e o ator coreano Byung-hun Lee, como o temido assassino profissional Han Cho Bai. Com tantos bons atores se divertindo em cena, fica difícil reclamar. Mas, se "Red 2" está bem acima do quinto episódio de "Duro de Matar" (que estreou no início do ano), e de uma maneira geral aponta para uma salutar irreverência dentro do cinema de ação, perde alguns pontos quando comparado ao primeiro longa.'' (Sergio Alpendre)
Ainda mais perigoso.
''Pode parecer bobagem, ou talvez cair no óbvio, afirmar que para funcionar um filme como ''RED 2 - Aposentados e Ainda Mais Perigosos'' é preciso, antes de tudo, do mínimo de noção e talento do diretor. Claro, todo filme precisa de um cineasta talentoso no comando para ter maiores chances de se sair bem, mas no caso deste aqui tudo é mais crítico quando notamos que mesmo com a expectativa geral lá embaixo, o resultado é decepcionante. Vendido como um filme de ação com comédia, ou comédia com ação (e a ordem dos fatores faz a diferença nesse caso), RED 2 herda as mesmas deficiências do trabalho anterior e ainda traz consigo novos escorregões, quando na verdade poderia aproveitar melhor sua situação. Pensando pelo lado prático, é uma situação até favorável: elenco de peso, orçamento razoável, e a benção de não se sentir na obrigação de superar grandes expectativas. Afinal, é um filme ciente de sua condição de mera continuação caça-níquel, que sabe que ninguém vai aos cinemas esperando encontrar nele o filme do mês. Tendo em vista isto, bastava a Dean Parisot seguir algumas fórmulas vagabundas do cinema pipoca recente para elevar RED 2 como um filme ao menos simpático, ou satisfatório. Mas até nisso ele escorrega, primeiramente por partir do mesmo erro crítico do primeiro capítulo: não se definir nem como uma comédia, nem como um filme de ação. Ele tenta mesclar os dois, como se houvesse uma suposta linha tênue entre um gênero e outro, quando na verdade há um abismo. O mote que na teoria propulsiona a trama de RED 2 vem da hipótese de arrancar risadas do público ao colocar um grupo de agentes aposentados, já na terceira idade, em situações extremas de pura ação mentirosa, com direito a explosões, tiroteios e espionagem. Para essa ideia ganhar um rendimento eficiente, o óbvio é torná-lo um filme de comédia ou de ação, e não é isso que nem o antigo diretor como Parisot fazem. Por não saber que caminho seguir com segurança, RED 2 tenta percorrer cambaleante e hesitante por dois rumos. Ele pode até enganar quando tenta partir para a ação, dopando o público com infindáveis explosões e correria pra lá e pra cá, auxiliado por uma trilha sonora frenética que dá a sensação de que estamos diante de algo dinâmico e muito empolgante, mas quando tenta arrancar alguma risada, derrapa feio. Nada além de piadinhas rápidas, frases de efeito, e sacadas esporádicas tentando temperar uma trama que não consegue se desenrolar por meio de uma narrativa, por mais simples que seja. Parisot vai levando nas coxas todo o trabalho, sem nenhum senso de direção, escondendo a total falta de narrativa por meio de infindáveis momentos catárticos, para chegar ao final sem ter o que apresentar como clímax, já que toda a barulheira já foi gasta desde o início. Na dúvida, ele joga a responsabilidade para o elenco de feras, que agora conta com a ilustre participação de Anthony Hopkins, que está ali claramente com a intenção de fazer dinheiro. Mary-Louise Parker continua na função de gerar alguma identificação com a platéia, embora esteja menos inútil que no outro filme, enquanto Bruce Willis reinterpreta o mesmo papel de toda a sua vida, do brucutu mercenário com certo charme e bom humor. John Malkovich e Helen Mirren continuam como o elo mais forte da corrente, embora isso não seja grande mérito para nenhum dos dois. A trama envolvendo dispositivos nucleares que misteriosamente desaparecem traz consigo o incômodo cheiro de mofo, e para nós brasileiros há sempre os subtítulos imbecis como toque especial (se houver uma parte III, talvez venha algo do tipo ainda aposentados, e mais perigosos do que nunca). Se por um lado escalar um elenco desse porte pode parecer uma grande vantagem para a divulgação de RED 2, por outro pode acabar virando um tiro que sai pela culatra. Afinal, quanto maior for o peso do elenco, maior é a decepção de ver que nome algum ali conseguiu salvar a pátria. Da mesma forma, quando se erra a mão na comédia, o erro também soa gritante para o público. E se valer apenas pra ver ação inconseqüente e ininterrupta comandada por atores populares, melhor poupar o dinheiro do cinema e sair para alugar algo como Os Mercenários 2 (The Expendables 2, 2012), só para citar um exemplo mais recente." (Heitor Romero)
***
"A saga de Red, que ganha seu segundo exemplar com "Red 2 - Aposentados e Ainda Mais Perigosos" apoia-se no charme do elenco que reúne. À frente estão Bruce Willis, o duro de matar, e John Malkovich. O simples, direto e quase imortal Bruce conta com a parceria do misterioso e cerebral John. A intriga não tem a menor importância: serve para que riscos e perigos se sucedam. Como no filme inaugural, os dois têm o mundo inteiro contra eles (e Mary-Louise Parker, namorada de Bruce, a favor). Os demais representam perigo em algum momento: Catherine-Zeta Jones, a russa, Helen Mirren, a britânica, e por aí vamos. O filme vive da imaginação das situações em que a dupla e seu séquito se envolvem. É uma diversão para quem não quer surpresas: para ver e esquecer." (* Inácio Araujo *)
*****
"Assim como o primeiro filme da série "Red 2 - Aposentados e Ainda Mais Perigosos" parte da simpátia premissa de ser um filme de ação produzidos para velhos atores. Acomeçar por Bruce Willis, duro de matar. Embora aposentado da CIA, ele é chamado de volta a ativa pelo amigo John Malkuvich, espécie de cientista louco da tropa. A intriga importa pouco: existe a hipótese de armas nucleares soviéticas estarem soltas pelo mundo. Ok. Mas por que eles? Ai entra a justificativa principal: tudo é paranoia no filme. Já não se sabem onde estão os inimigos e nem, com frequência, quem são eles. Essa é, a rigor, a base da trama: o mundo pós URSS tornou-se um lugar cheio traições e traidores. Podia ter sido um filme melhor, mas é agradável e está longe de ser indigno.'' (** Inácio Araujo **)
Raros momentos de inspiração do elenco não salvam sequência do fracasso.
''RED - Aposentados e Perigosos'' é recheado de falhas, mas a presença de alguns grandes nomes de Hollywood faz alguns minutos dele valerem a pena. A sequência, no entanto, não segue o mesmo caminho. Sequer os raros momentos de inspiração do elenco salvam RED 2 - Aposentados e Ainda Mais Perigosos do fracasso. A trama difere pouco do longa anterior. Frank Moses (Bruce Willis) e Marvin Boggs (John Malkovich) desta vez se unem devido à aparição de uma arma de destruição em massa, criada nos tempos da Guerra Fria. Assim como no primeiro, a mulher de Moses, Sarah Ross (Mary-Louise Parker), entra como o ponto dissoante entre os agentes e se torna a preocupação do personagem de Willis. Os mínimos resquícios da homônima HQ de Warren Ellis e Cully Hamner que inspiram a série, e foram usados no primeiro filme, também são deixados de lado. Ao invés disso, RED 2 opta por investir no óbvio resgate dos personagens aposentados e uma rasa citação ao Wikileaks, por meio do personagem de Anthony Hopkins. O ator, acompanhado de Catherine Zeta-Jones, é a maior adição ao estrelado time que estampa os cartazes do filme. Uma pena, no entanto, que nenhum dos dois contribua de forma positiva. Brian Cox, que ganha pouco destaque, consegue ser mais efetivo em alguns segundos de tela. No núcleo principal, Hellen Mirren aparece menos do que deveria - pois quando o faz, protagoniza a melhor cena do filme, rindo de si e fazendo piada sobre o maior papel de sua carreira, a rainha Elizabeth. Mary-Louise Parker, por outro lado, repete a ingrata missão de ser o olhar do espectador e não deixa de ser pior personagem do filme - ainda que a disputa com o melhor assassino do mundo de Lee Byung-hun seja ferrenha. De mãos dadas à preguiça de boa parte do elenco está a direção de Dean Parisot. A cena de Mirren dentro do carro e de Willis no depósito são bons exemplos de como não se filmar uma cena de ação. O descompasso entre as escolhas de ângulo e corte de câmera é tão vigente que não há como entender o que ou como se deu o resultado final. Também ajuda a quebrar o ritmo do filme a forma preguiçosa como são mostradas as mudanças de locação, quando personagens e cidades são transformados em desenhos - talvez numa breve e infeliz tentativa de lembrar a HQ. Sem motivos para existir, se não comerciais, ''RED 2 - Aposentados e Ainda Mais Perigosos'' é uma reunião honesta de astros para simplesmente ganhar dinheiro - ou relaxar, como diz Anthony Hopkins. Nessa linha de raciocínio, uma escolha muito melhor seria Mercenários, por exemplo. Ao menos não há a evidência do descompromisso." (Thiago Romariz)
Summit Entertainment Di Bonaventura Pictures DC Entertainment Etalon Film Mel's Cite du Cinema NeoReel Saints LA
Diretor: Dean Parisot
120.407 users / 22.235 faceSoundtrack Rock
Linkin Park / Canned Heat / Beware of Darkness
Check-Ins 695 38 Metacritic 1.416 Up 497
Date 14/08/2014 Poster ##### - DirectorMikael HåfströmStarsSylvester StalloneArnold Schwarzenegger50 CentWhen a structural-security authority finds himself set up and incarcerated in the world's most secret and secure prison, he has to use his skills to escape with help from the inside.[Mov 07 IMDB 6,7/10] {Video/@@@} M/49
ROTA DE FUGA
(Escape Plan, 2013)
TAG MIKAEL HAFSTRÖM
{intenso}Sinopse
''Na trama, Stallone vive Ray Breslin, uma autoridade mundial em construções de segurança máxima, especializado em projetar prisões à prova de fuga, que tem suas habilidades postas em xeque quando é acusado de um crime e encarcerado na penitenciária que criou. Schwarzenegger faz um colega de cela.''
"A diversão está lá. Mas é notável que é todo feito sem profundidade, sem refinamento (tudo bem para o gênero), e justifica o porquê este veículo não ter funcionado na carreira de ambos os atores." (Alexandre Koball)
"Antes era impensável ver esses atores de ação dos anos 80 dividindo tela, mas se tornou comum nos dias de hoje. Divertido como antigamente, absurdo também, mas não é assim que lembramos dos filmes daquela época? Sobra carisma, falta filme." (Rodrigo Cunha)
"Para dois protagonistas supostamente tão inteligentes, o roteiro e as soluções encontradas são estúpidas demais. Na verdade, o filme pouco oferece além da dinâmica entre Stallone e Schwarzenegger, que quase superam os problemas com seu carisma. Quase." (Silvio Pilau)
''Colocar na tela dois ícones dos filmes de ação dos anos 80 já é meio caminho andado para garantir boa diversão. Rota de Fuga faz exatamente isso e ainda traz bons diálogos e boa ambientação. Por isso, é perfeito para quem pretende curtir momentos bacanas sem pensar em absolutamente nada e ainda ser levado em uma viagem no tempo ao lado de Sylvester Stallone e Arnold Schwarzenegger. Como já era de se esperar, os caras sabem parecer durões na tela e, de quebra, atuam muito bem juntos, como prisioneiros de uma instalação secreta. Stallone é Ray Breslin, especialista em segurança que ganha milhões para testar a eficiência de presídios dos Estados Unidos. Quando é traído e esquecido numa cela, sua única esperança é se aliar a Rottmayer (Schwarzenegger), braço direito de um chefão do crime internacional. Os minutos iniciais apresentam uma fuga inexplicável. Nesse momento, a impressão é de que a produção vai sofrer com o mesmo problema de Truque De Mestre, com planos mirabolantes e sem lógica. Entretanto, quando os acontecimentos são explicados pelo protagonista ao diretor da prisão, para ajudá-lo a melhorar a segurança do local, fica evidente a atenção aos detalhes e mal podemos esperar pela próxima escapada. Enquanto isso não acontece, os protagonistas passam a se conhecer melhor e a enfrentar os perigos da prisão secreta. O local é opressivo, nenhum prisioneiro tem privacidade ou direito de ver o céu e o diretor do presídio (Jim Caviezel) não dá a mínima para os direitos humanos. Nada se compara às solitárias – esses sim lugares terríveis e claustrofóbicos até para quem está sentado na poltrona do cinema. Curiosamente, Rota de Fuga lembra bastante Daylight. Em ambos, Stallone é um especialista metido em situação de risco e obrigado a procurar uma maneira de chegar à superfície (ou no caso, a saída) para sobreviver, mesmo com tudo conspirando contra ele. O estilo de personagem também é muito parecido, um cara sério e focado, que contrasta com o jeito expansivo de Rottmayer. Claro que, eventualmente, os espectadores são subestimados e tudo é minuciosamente explicado, por mais que as coisas já tenham sido mostradas em detalhes. Alguns furos de roteiro também estão presentes, mas não são suficientes para acabar com a diversão, afinal, Rota de Fuga é puro entretenimento despreocupado. O filme se sustenta em seus protagonistas, cujo carisma torna a produção mais interessante. Quem passou bons momentos assistindo a Stallone e Schwarzenegger nos anos 80 e 90, tem tudo para gostar. E graças à produção caprichada, medida certa de humor, tensão e pancadaria, o longa deve agradar até mesmo os pouco nostálgicos.'' (Daniel Reininger)
''Depois de Os Mercenários, Sylvester Stallone e Arnold Schwarzenegger reúnem-se novamente em Rota de Fuga (Escape Plan). Se nos dois primeiros filmes revisionistas dos ano 80 os dois astros focaram-se no gênero de ação regada à macheza e armas pesadas, neste a parceria retoma outro tipo de produção que marcou época: o filme de fuga de prisão. Na trama de ''Rota de Fuga'', Stallone vive Ray Breslin, uma autoridade mundial em construções de segurança máxima. Ele age como um consultor para o governo, sendo encarcerado sob identidade falsa para buscar falhas em penitenciárias diversas e escapar. No entanto, depois de dezenas de serviços concluídos com competência extrema, ele é colocado à prova em uma superprisão inexpugnável, chamada A Tumba, quando forças ocultas aproveitam-se de seus serviços para tirá-lo de ação. O longa de Mikael Hafstrom (O Ritual) agrada especialmente pela construção dos desafios que o personagem de Stallone enfrenta. As soluções encontradas para as fugas são divertidas e suficientemente verossímeis. As interações entre os dois veteranos também funcionam, dando um clima saudosista ao filme, e o restante do elenco acompanha. Especialmente Jim Caviezel, que vive o diretor da superprisão, outro elemento positivo de Rota de Fuga ao criar um bom vilão. Quando isolada dentro da prisão e focada no desafio imediato - fugir -, a trama é interessante o suficiente para manter a atenção. Mas a necessidade de uma conspiração maior faz a lógica do roteiro desabar. Entrar em detalhes aqui estragaria surpresas fundamentais da história, mas vale comentar que a reação de Ray ao descobrir quem o colocou na maior provação de sua carreira, uma que quase tirou sua vida, é absurdamente incoerente. Os personagens sofrem ali em prol da relação fraternal/truculenta Sly & Schwarza. De qualquer maneira, é sempre divertido ver os dois sessentões trabalhando juntos em um longa em que eles efetivamente conversam e não estão ali apenas para correr de um lado ao outro atirando... não que também não façam isso em Rota de Fuga, claro, mas aqui o exagero é apenas no clímax.'' (Erico Borgo)
Summit Entertainment Emmett/Furla Films Mark Canton Productions Emmett/Furla Films Envision Entertainment Boies / Schiller Film Group Atmosphere Entertainment MM Knightsbridge Entertainment
Diretor: Mikael Håfström
174.942 users / 34.184 face
Check-Ins 706 34 Metacritic 1.317 Up 428
Date 24/09/2014 Poster - ### - DirectorRon HowardStarsDaniel BrühlChris HemsworthOlivia WildeThe merciless 1970s rivalry between Formula One rivals James Hunt and Niki Lauda.[Mov 10 Favorito IMDB 8,1/10] {Video/@@@@@} M/75
RUSH - NO LIMITE DA EMOÇÃO
(Rush, 2013)
TAG RON HOWARD
{intenso / excitante}Sinopse
''Anos 1970. O mundo sexy e glamouroso da Fórmula 1 é mobilizado principalmente pela rivalidade existente entre os pilotos Niki Lauda (Daniel Brühl) e James Hunt (Chris Hemsworth). Eles possuíam características bem distintas: enquanto Lauda era metódico e brilhante, Hunt adotava um estilo mais despojado, típico de um playboy. A disputa entre os dois chegou ao seu auge em 1976, quando ambos correram vários riscos dentro do cockpit para que pudessem se sagrar campeão mundial de Fórmula 1.''
"Howard quase consegue fugir totalmente do didatismo dessas cinebiografias, ao inspirar um bom nível de emoção (embora isso seja absolutamente subjetivo) e recriações interessantes de época. Filme muito técnico e muito competente." (Alexandre Koball)
"A fórmula 1 é um prato cheio de histórias não contadas, e Rush é a prova disso. Um filmaço que nos embebeda de belas imagens, velocidade e um som potente do motor dos carros. Ron Howard vale a pena quando tá afim de fazer algo fora do básico." (Rodrigo Cunha)
"De certa forma, o conflito entre Lauda e Hunt é um repeteco da fórmula de "Frost/Nixon", transposta para a F1. E não é que deu certo novamente? No pódio: o roteiro (que deu emoção e suspense a uma história já conhecida), Bruhl e a trilha de Hans Zimmer." (Régis Trigo)
"Alguns momentos soam bastante apressados, mas Howard cria um filme bem resolvido visualmente e constrói com cuidado a relação de rivalidade/respeito entre os protagonistas, o que garante a emoção e a empolgação das ótimas cenas de corrida. Acima da média." (Silvio Pilau)
"Bastante simples e brilhantemente realizado. Rush é definitivamente emocionante e empolgante." (Marcelo Leme)
''Existe um princípio quase sagrado nos filmes norte-americanos de esportes: o que importa nunca é o esporte, embora ele seja indispensável para as coisas funcionarem. Em outras palavras: "Rush - No Limite da Emoção" ocupa-se muito menos de automobilismo do que do duelo particular entre James Hunt e Niki Lauda --uma rivalidade de vários anos que desemboca no campeonato de Fórmula 1 de 1976. O que importa, no caso: o britânico Hunt é um representante da chamada era romântica do esporte - gosta de festas, garotas, é dotado de um talento excepcional para corridas. Um playboy, em suma, ou, se assim se preferir, um temperamento dionisíaco. O austríaco Lauda é seu oposto perfeito: um trabalhador infatigável, com enorme intuição para o que diz respeito a automóveis, determinado a vencer, nem que por isso tenha de renunciar aos prazeres da vida (tratando-se de corredores, bebida e mulheres). Um tipo apolíneo, enfim. "Rush - No Limite da Emoção" ainda precisa demonstrar que o cinema ainda tem algo a dizer em matéria de filmagem de corridas de carros. Nem TV, nem cinema jamais conseguiram superar "Grand Prix", em parte porque o filme conseguia transmitir outros tipos de tensão que não os da pista propriamente dita. A tentativa faz sentido aqui: há imagens de corrida com coisas que a TV não costuma mostrar - nesse sentido, o interesse dos fãs de Fórmula 1 não será frustrado -, mas o essencial do interesse vem da estranha disputa entre os dois corredores. Estranha porque aquele foi o ano em que Lauda sofreu um tremendo acidente, em que não morreu ninguém sabe como e não pôde estar presente em várias corridas. Mas esse foi o único ano em que Hunt disputou a Fórmula 1 com chances de vitória - então tinha de ser assim mesmo. Diga-se, porém, que Ron Howard, veterano artesão capaz de tratar dos mais variados assuntos, extrai o que pode dos dramas ocorridos na pista e fora delas: não desonra a tradição do filme de corridas, que vem pelo menos dos anos 30 do século passado. Ainda assim, a sequência mais memorável do filme não diz respeito à disputa entre os corredores. Ela se dá quando Lauda fica de fora de uma festa e toma carona com a moça com quem se casará no futuro. Sem percebermos, ela une tudo que importa no filme: descrição de um temperamento, paixão por corridas, conhecimento de carros e paquera. Tudo isso com humor." (* Inácio Araujo *)
"Rush - No Limite da Emoção" é um filme sobre automobilismo e rivalidade. Mais do que isso, porém, envolve maneiras diferentes de estar no mundo, e este é o ponto de interesse central no filme de Ron Howard. Ali, desde a juventude, estão de um lado o inglês James Hunt (Chris Hemsworth) e do outro o austríaco Niki Lauda (Daniel Bruhl). Hunt era da categoria de pilotos bon vivants (um pouco como era Nelson Piquet), que preferia uma noite de farra a ajustar o carro para o dia seguinte. Lauda era como Senna, ou os Fittipaldi, que se dedicavam à carreira, conheciam os carros mais que ninguém etc. O filme não esconde sua simpatia por Hunt, o que o leva a certo desequilíbrio, pois, como não se trata de opor talento a esforço pessoal, tudo se resume a simpatia.'' (** Inácio Araujo **)
"A rivalidade entre James Hunt e Niki Lauda é posta em relevo em "Rush - No Limite da Emoção". Talvez mais até do que seja pertinente: afinal, o filme deixa claro que Hunt só foi campeão mundial porque Lauda sofreu um sério acidente. Mas não é tanto isso o que interessa ao filme, e sim o duelo entre o apolíneo Lauda e o dionisíaco Hunt. Ou em termos mais precisos: entre o bon vivant e o profissional.'' (*** Inácio Araujo ***)
''Ron Howard conseguiu dirigir um ótimo drama ao contar a disputa pelo título da Fórmula 1 em 1976. Seu mérito é não depender muito das ultrapassagens. Ele estabelece o verdadeiro embate entre as duas personalidades díspares dos competidores. O piloto inglês James Hunt (Chris Hemsworth, o ator de Thor) é talentoso e boêmio; o austríaco Niki Lauda (Daniel Brühl, de Bastardos Inglórios) é frio e obstinado. Até quem não suporta F-1 pode assistir e se divertir." (Thales de Menezes)
{A felicidade é inimiga. Ela o enfraquece. Coloca dúvidas em nossa mente. Você tem algo a perder} (ESKS)
{Pare de achar que ter um inimigo é uma maldição. Pode ser uma bênção} (ESKS)
''Antes da supremacia absoluta de Sebastian Vettel e Michael Schumacher, a Fórmula 1 sempre foi marcada por grandes rivalidades. Porém, antes de Nelson Piquet x Nigel Mansell e Ayrton Senna x Alain Prost, a maior disputa do esporte foi travada nos anos 70, entre o inglês James Hunt e o austríaco Niki Lauda. Ron Howard, com roteiro de Peter Morgan, é o diretor responsável por trazer essa rixa para as telas do cinema. Por conta da narração em off, percebemos que a história é contada pelo ponto de vista de Niki Lauda (Daniel Brühl). Com uma estrutura narrativa bastante linear, o filme retrata a evolução dessa rivalidade, desde os tempos de Fórmula 3 até o auge de suas carreiras, com Hunt na McLaren e Lauda na Ferrari. E essa dualidade permanece por todo o longa. Desde o início, o roteiro retrata as personalidades opostas dos pilotos. James Hunt (Chris Hemsworth) é atraído por farras, mulheres, bebidas e cigarros. Apesar de carismático, é um sujeito arrogante e grosseiro. Já Niki Lauda é um jovem racional e metódico, com objetivos traçados. Sua dificuldade em se relacionar com os companheiros de equipe e de profissão são compensados pela sua determinação e talento ao volante. O lado esportivo dos protagonistas é bem explorado. Hunt é um piloto mais arrojado, que executa manobras arriscadas. Ainda que se prepare bem antes de cada corrida, é mais guiado pelo instinto. Já Niki é mais pragmático. Ele estuda cada centímetro da pista em que irá competir. Além disso, tem profundo conhecimento em aerodinâmica e mecânica, o que lhe permite participar dos ajustes do seu carro a cada corrida. Essas características se mostram presentes também em suas vidas pessoais. O piloto inglês escolhe sua esposa Suzy Miller (Olivia Wilde) por impulso, em um encontro rápido e fortuito. Já o austríaco mantém uma relação estável com Marlene Knaus (Alexandra Maria Lara) por um longo tempo, antes de finalmente decidir pelo casamento. É curioso ver como os personagens evoluem de forma diferente durante sua trajetória. Em determinado momento, Niki reage friamente, ao imputar a culpa pela morte de outro piloto à sua própria incompetência. Porém, alguns anos depois, ele mesmo convoca uma reunião de pilotos para tentar impedir que uma corrida aconteça durante uma chuva forte. Já James passa de um atleta irresponsável a um homem capaz de reconhecer a grandeza de seu adversário. Outro aspecto positivo do script é retratar a evolução da Fórmula 1 ao longo dos anos. Vários pilotos são vistos com bebidas alcoólicas antes das provas. A segurança parecia algo secundário (o carro é um pequeno caixão, alguém diz ao descrever o veículo), como fica visível pelas assustadoras estatísticas sobre a quantidade de atletas mortos em cada temporada. O patrocínio de cigarros e bebidas, que foi banido no início do século XXI, era utilizado em profusão naquela época. Ron Howard volta a realizar um grande trabalho, provavelmente o melhor desde Frost/Nixon. As cenas dramáticas, como aquelas de Niki no hospital e seu tratamento, são extremamente bem conduzidas. As cenas durante a corrida têm um clima de tensão quase insuportável. Ele consegue extrair uma boa atuação até de Chris Hemsworth! Tecnicamente, o filme beira a perfeição. A edição de som (característica marcante do esporte) reconstrói o comportamento dos bólidos, entre acelerações e freadas bruscas, ou os ruídos da troca de pneus e batidas fortes. Os efeitos digitais são impressionantes, especialmente ao recriar acidentes e ultrapassagens clássicas na história da competição. O trabalho de maquiagem que recria as queimaduras no rosto de Niki Lauda é excepcional. A passagem de tempo mostra um grande trabalho da equipe de montagem. As inserções de jornalistas e narradores ajudam a esclarecer aquilo que está ocorrendo em tela, apesar de vez ou outra soarem expositivas em excesso. Chris Hemsworth tem uma atuação convincente. Em cenas mais dramáticas, sua limitação o impede de transmitir suas emoções. Isso é compensado pelo seu carisma nas cenas de humor e por sua presença física nas cenas de ação. Daniel Brühl, que ficou conhecido pelo grande público depois de Bastardos Inglórios, tem uma atuação acima da média. Ele consegue transmitir todo o mau humor do piloto, além de todos os seus maneirismos e forma de falar. O seu sofrimento por não poder competir, depois do acidente de 76, é palpável. A química entre os dois é perfeita, como visto na brilhante cena final. “Rush” é, além de um excelente entretenimento, uma grande obra dramática. Ele alterna com competência cenas cômicas e violentas, sem nunca perder o ritmo, coroando o trabalho com ótimas atuações.'' (David Arrais)
A rivalidade de ouro da Fórmula 1.
''Para quem gosta de cinema, um filme a se recomendar nessa semana que marca os 20 anos da morte de um dos maiores ídolos do Brasil e do mundo é o documentário Senna (idem, 2009). Para quem deseja conhecer a história do esporte no qual Ayrton Senna se destacou e tornou popular no país do futebol, a melhor pedida de ficção é ''Rush - No Limite da Emoção'', de Ron Howard. A Fórmula 1 atual talvez seja o momento de maior equivalência entre os interesses dos pilotos e do público que acompanha o esporte. Isso porque, a partir da década de 90, o campeonato viveu um período em que o fator humano se tornou mero detalhe. A tecnologia, através da telemetria e outros componentes eletrônicos, tornaram a máquina muito mais importante que a perícia do homem atrás do volante (cheio de botões e comandos), levando a categoria a um período melancólico marcado pela longa supremacia de um piloto (Michael Schumacher) e algumas corridas em que não ocorria uma única ultrapassagem. Em meados da década passada, diversas mudanças vêm sendo adotadas e eficazes em aumentar o equilíbrio da categoria. Ainda assim, nada que se compare à emoção que marcou a Era de Ouro da F-1. Muita coisa envolveu essa época. Afora o inigualável glamour de seus bastidores (artistas de Hollywood, astros do Rock e membros da realeza de diversas nações desfilavam pelos paddocks das escuderias), as pistas da Fórmula 1 eram marcadas pelo arrojo de seus pilotos e pelo alto grau de mortalidade da categoria. Foram 25 mortes nas décadas de 60 e 70, estatística essa que conferia um tempero trágico ao esporte e aos seus praticantes, homens que punham suas vidas em jogo dentro dos cockpits vulneráveis das máquinas cada vez mais potentes que vestiam e, fora deles, se tornavam figuras imortais. Dentre essas lendas, as figuras díspares de James Hunt e Niki Lauda, responsáveis pela disputa mais intensa do período – e, por isso, mote principal de Rush. De um lado, James Hunt, o loiro boa pinta, despachado, carismático, mulherengo, símbolo de uma das fotos mais icônicas dessa era: ainda suado após mais uma vitória, o inglês é clicado sentado em sua McLaren, levando um cigarro à boca com a mão direita, segurando uma lata de cerveja na mão esquerda e com uma gata sorridente vestida de dourado a tiracolo. Do outro temos Niki Lauda, um sujeito de cabelos escuros e cara de rato, cuja personalidade careta, ríspida e reservada evidenciavam sua fama de workaholic, conhecido por virar noites destrinchando o carro para buscar o melhor acerto - e por ter êxito nisso. O abismo entre eles se manifestava nas pistas: o ímpeto do britânico imprevisível contra a técnica e o calculismo do austríaco. E acompetição era acirradíssima. Emocionante! Mais do que isso, pode ser tratada como síntese da transição que marcou essa fase. A total entrega aos prazeres da vida de James Hunt, jamais desassociada de sua carreira, lhe rendeu o título de o último romântico da F-1. Não à toa: foi nessa década que o incansável Bernie Ecclestone assumiu a presidência da categoria e a transformou no que é hoje, uma empresa multibilionária que já não comporta a imagem pública irresponsável de um fumante alcoólatra como um de seus principais artistas. Isso ficou no passado, junto com o amadorismo da modesta Fórmula 1 de outrora. O homem do novo modelo do negócio teria de ser o perfeito contraponto disso; um piloto completo e exemplar, como Niki Lauda, também detentor de uma verve contestadora e politizada que faria de si um dos grandes defensores das mudanças que tornariam o automobilismo mundial mais seguro e profissional. Toda essa rivalidade, todos esses aspectos, todas essas nuances estiveram reunidos no memorável campeonato de 1976 da Fórmula 1 e são primorosamente reconstituídos em Rush. Assim, a principal qualidade da obra dirigida por Ron Howard e roteirizada por Peter Morgan é estabelecer todo esse cenário ora imageticamente, por meio de uma reconstituição de época e atmosfera (direção de arte, figurino, penteados, toda parte técnica irretocável) capaz de emocionar todo e qualquer aficionado pelo esporte, ora em forma de diálogos e cenas de ação à altura do confronto que se instituiu dentro e fora das pistas. E não é só isso: os atores Chris Hemsworth, revelando um imenso e desconhecido carisma, e Daniel Brühl – carrancudo porém multidimensional, justificando as diversas indicações recebidas na temporada de premiações – evocam com perfeição a relação de admiração mútua que nasceu daquela grande disputa. Um elevou o nível do outro; um não teria sido tão bom sem o outro. Hunt e Lauda representaram dois extremos de uma paixão avassaladora em comum. Assim como tantos outros pilotos, sentar no cockpit e sentir a adrenalina de guiar um carro a 300 km/h significava estar vivo – e, no minuto seguinte, poderia significar sua morte – vista de perto por James no resgate heróico de Ronnie Petterson, e por Niki em seu terrível acidente. Essa é a linha tênue que tornava essas figuras tão potencialmente trágicas e fascinantes ao público (e aos mais cobiçados e cobiçosos olhares femininos, diga-se). Rush se vale disso, como também de tornar aquele embate único uma personificação da dualidade entre o que viria a se tornar a Fórmula 1 moderna, representada pelo piloto que assimilou um período de transição e levantou o trófeu de campeão outras duas vezes, e o homem que se manteve fiel a uma ideia, a um estilo de vida, a um tempo, e logo ficou ultrapassado e encerrou a carreira. E isso é feito de maneira brilhante, implícita, elíptica, ao contrário do expositivo diálogo que se dá bem no finzinho, com os adversários rasgando elogios um ao outro, o roteiro atirando no espectador o já óbvio caráter de homenagem do filme. Porém, mero senão dentro de um tributo envolvente e elegante." (Rodrigo Torres de Souza)
Rivalidade história da Fórmula 1 é retrato de uma época.
''Rush - No Limite da Emoção'' é um testamento à obsessão de dois homens. O filme de Ron Howard relembra a história real da rivalidade entre dois pilotos de Fórmula 1 nos anos 1970, o austríaco Niki Lauda e o britânico James Hunt. Ambos foram esportistas formidáveis e habilidosos, ainda que em lados opostos da mesma moeda: Lauda, pragmático, centrado e preciso. Hunt, mulherengo, farrista e agressivo. Howard divide igualmente o tempo de tela entre os dois, fazendo da rivalidade esportiva o foco do filme e explorando o interior de cada homem através dela. Personagens são desenvolvidos dentro de seus cockpits - e pequenos detalhes dizem quem eles são. A Fórmula 1 setentista é um retrato de uma das décadas mais interessantes do século passado - eram os descontrolados e intensos anos da perda da inocência, da derrocada do otimismo do pós-guerra e da vontade de quebrar paradigmas, fossem eles sociais, políticos, de costumes ou meramente de rechaçar um recorde pelo prazer de fazê-lo, mesmo que se isso significasse abrir mão de sua própria segurança. Em tempos de carros superseguros - e o esporte declinando em popularidade no Brasil, sem talentos como os do passado - é difícil imaginar que a Fórmula 1 um dia foi quase gladiatorial. Pilotos entravam nas pistas sem saber se terminariam a corrida, os acidentes eram frequentes e violentos, e um dele morria por ano, em seu desejo por velocidade e ansiedade por testar limites. Lauda, hoje com 64 anos, participou ativamente do roteiro do filme, tendo conversado constantemente com o escritor Peter Morgan. Suas memórias estão todas ali, ainda que ele conteste em entrevistas a seriedade extrema com que foi retratado, já que "ao final de cada corrida, todos festejavam. Estávamos vivos!" . O piloto foi interpretado com intensidade por Daniel Brühl (com dentes falsos para dar o aspecto de rato que Lauda tinha). Chris Hemsworth (o Thor da Marvel), por sua vez, tem o trabalho mais fácil, já que seu personagem é mais convencional e não parece muito diferente dos seus trabalhos anteriores. De qualquer maneira, as interações entre ambos são os pontos fortes do longa, sejam as conversas fora das pistas ou as disputas dentro delas. Competente em sua recriação de época e dos campeonatos, com fotografia granulada emulando filmes dos anos 70, edição sem arestas (ainda que repita algumas soluções um pouco mais do que deveria) e música adrenada de Hans Zimmer, ''Rush - No Limite da Emoção'' é um raro exemplar de filme de esporte que realmente empolga. O envolvimento emocional com os personagens garantido pelo roteiro torna cada curva e aceleração na reta dramáticas - e quando o inevitável momento pelo qual espera-se o filme todo finalmente chega, a corrida está vencida e palavra obsessão ganha um novo significado." (Erico Borgo)
71*2014 Globo
Top 250#150
Top Ação #49 Top Década 2010 #39 Top Alemanha #35 Top Reino Unido #49 Top Biografia #21
Exclusive Media Group Cross Creek Pictures Imagine Entertainment Revolution Films Working Title Films Double Negative
Diretor: Ron Howard
313.633 users / 8.339 faceSoundtrack Rock
Steve Winwood / Slade / Mud / Thin Lizzy / Jimmy Cliff / David Bowie Sweet Sensation
Check-Ins 711 44 Metacritic 789 Up 84
Date 28/09/2014 Poster - #### - DirectorAkira KurosawaStarsToshirô MifuneMachiko KyôMasayuki MoriThe rape of a bride and the murder of her samurai husband are recalled from the perspectives of a bandit, the bride, the samurai's ghost and a woodcutter.[Mov 08 IMDB 8,4/10 {Video/@@@}
RASHOMON
(Rashômon, 1950)
"Mais que falar sobre a relatividade da verdade, interessa a Kurosawa discutir outro tema: a bondade dos homens é exceção? Ou, em outras palavras, somos vis e egoístas por natureza? Grande filme." (Régis Trigo)
"O justo reconhecimento pela inovação narrativa pode acabar deixando em segundo plano o belíssimo estudo sobre natureza humana, moral e realidade do maravilhoso roteiro. Um dos grandes trabalhos de Kurosawa." (Silvio Pilau)
"A verdade sob vários ângulos, a incoerência entre as versões e uma das direções mais coesas e poderosas já vistas." (Patrick Corrêa)
''Rashomon'' (1950) é um daqueles filmes que conseguiram ser lançados por um golpe de sorte e que por maior sorte ainda, conseguiram alcançar, em seu tempo, o reconhecimento que mereciam. Realizado no mesmo ano que Escândalo, Rashomon sobreviveu a três grandes incêndios antes de sua finalização, e teve duas redublagens, além de duas gravações para a trilha sonora, a última delas, feita às pressas para a distribuição internacional da obra. O filme encantou a representante da Italiafilm, que resolveu inscrevê-lo no 12º Festival de Cinema de Veneza, mesmo sem consultar Kurosawa. Todavia, isso não foi um problema. Rashomon sairia do Festival com o Leão de Ouro e ainda receberia uma indicação ao Oscar de Direção de Arte em Preto e Branco e um Prêmio Honorário em 1953. Numa frase, a obra foi o trampolim para Kurosawa prosseguir com sua carreira, e sobre ela, o próprio mestre já se pronunciava: fui poupado de ser deixado de lado. Todo esse afã, no entanto, não é gratuito. ''Rashomon'' é sem dúvida uma das grandes obras do cinema e um marco inquestionável na filmografia de Kurosawa. O título ocupa o segundo lugar da nossa lista de melhores filmes de Kurosawa, e é uma das obras mais lembradas do cinema japonês dos anos 1950, especialmente porque sua popularidade trouxe à produção nipônica uma lufada de ânimo e abertura garantida para o mercado Ocidental. O roteiro do filme é resultado da primeira parceria de Kurosawa com Shinobu Hashimoto, um colaborador que voltaria a trabalhar com o mestre em Viver, Os Sete Samurais, Anatomia do Medo e Trono Manchado de Sangue. O argumento, por sua vez, vem da literatura. Inicialmente, o texto era uma adaptação do conto No Matagal (1922), do escritor Rynosuke Akutagawa. O conto relata a morte de um samurai e o estupro de sua esposa por um bandido. Não há narrador no conto, apenas os depoimentos do lenhador, de um monge, da mulher, do bandido e do morto (através de uma médium) ao Inquiridor. A história ainda precisava de algo que a sustentasse melhor, uma linha narrativa menos aberta, por isso o conto ''Rashomon'' (1915), do mesmo escritor, foi adicionado ao roteiro, ligado de uma forma bastante interessante aos acontecimentos principais. O mix entre as duas produções ganhou uma forma narrativa complexa, sendo a história central vista no presente, enquanto três transeuntes esperam uma forte chuva passar, protegendo-se embaixo do portal de Rashomon, na entrada de Kyoto. A história apresentada nos leva para os depoimentos ao Inquiridor, portanto, um flashback, que por sua vez, nos levam a um outro flashback, mostrando acontecimentos dentro do matagal, segundo a versão de cada um dos depoentes. O trabalho dos roteiristas em cima da obra literária é bastante eficaz. A essência dos contos é mantida e as modificações são estruturalmente necessárias, principalmente porque agregam muito à visão de Kurosawa sobre a índole humana e o aflorar dos sentimentos nas mais diversas situações. Talvez, no final da obra, o roteiro tenha posto um ponto final em algo que ainda não cabia um ponto. Não digo que o término foi insatisfatório, mas a passagem de um assunto para outro, o aparecimento do bebê e o resgate da fé na humanidade não deveriam ter vindo na mesma sequência de acontecimentos. A sensação de que algo faltou está presente em todas as vezes que revejo o filme, embora goste muitíssimo dele e do modo como termina, mesmo que, como já disse, sinta a falta de alguma coisa. Como diretor, Kurosawa não deixa de ousar. A dublagem da médium com a voz do morto, a orientação para a equipe de montagem e para a épica música de Fumio Hayasaka cercam o filme com um poder e uma leveza tremendos. Essa sensação fica mais forte com a direção de atores, que mostra personagens psicologicamente diferentes e uma postura bufona que tende à perturbação, no caso do bandido Tajômaru, muitíssimo bem interpretado por Toshiro Mifune. Em cada um dos lugares e tempos em que vemos ações acontecerem percebemos uma nuance dramática distinta, o que comprova a eficiente direção de Kurosawa. ''Rashomon'' é um filme sobre verdade e mentira, sobre a memória e a veracidade de acontecimentos recentes, sobre várias versões para uma mesma história. Particularmente tenho ressalvas para algumas coreografias de luta e mesmo para o que acontece após o último enfrentamento, na segunda versão da história do lenhador. Essas ressalvas, no entanto, não diminuem a importância que vejo na obra e muito menos a sua qualidade.Rashomon é um dos filmes essenciais para qualquer cinéfilo ver e rever." (Luiz Santiago)
"Não é pouca coisa dizer que Rashomon é um dos melhores filmes de Akira Kurosawa, afinal o grande mestre japonês é dono de uma vasta filmografia, recheada de obras-primas como Os Sete Samurais, Ran, Céu e Inferno, Yojimbo e outros. Um dos aspectos relacionados ao filme que mais chama a atenção, é o fato de ter sido através dele que o mundo conheceu o cinema japonês. Claro, outros cineastas do Japão já tinham produzido ótimos filmes, mas Kurosawa com Rashomon foi o grande divisor de águas. Mas por que essa importância e como ele se mantém atual até hoje? Primeiro, as inovações técnicas utilizadas pelo diretor. Rashomon nos mostra a história de um crime sendo julgado por um tribunal. Nós somos expostos a quatro pontos de vista diferentes, cabendo a nós decidirmos qual o mais honesto. Sim, não espere terminar o filme e ter certeza do que aconteceu. Cada ponto de vista transforma o crime e os envolvidos quase que totalmente. Essa situação permite que uma das grandes forças de Rashomon domine a tela: Toshirô Mifune. Nas quatro versões do crime o seu personagem é representado de maneira diferente, às vezes covarde, às vezes honrado e às vezes insano. O ator transmite muito bem essas nuances e possui uma atuação das mais hipnóticas. Kurosawa faz uso de flashbacks e de outras técnicas narrativas – como a câmera na mão seguindo um personagem ao caminhar – de uma maneira envolvente, que faz tudo acontecer de maneira dinâmica e fascinante. O filme também se destaca por ser um verdadeiro estudo do ser humano e sua essência. Três personagens conversam sobre o crime e colocam para fora suas opiniões a respeito da humanidade. Por um momento, chega-se a conclusão de que o homem é mau, capaz de mentir e ser egoísta para obter vantanges. Mas Kurosawa não poderia nos deixar com essa visão pessimista da sociedade, não é? A cena final mostra que em 1950 o diretor ainda tinha esperanças em relação a sociedade e nos entrega uma agradável mensagem. Como curiosidade, "Rashomon" é apontado como a razão para a criação do prêmio de Melhor Filme Estrangeiro no Oscar." (Bruno Knott)
{A vida realmente é delicada como o orvalho da manhã} (ESKS)
25*1951 Oscar / 1951 Lion Veneza
Top 250 #90
Top 100#72 Cineplayers (Editores)
Top 200#54 Cineplayers (Usuários)
Top Década 1950 #10 Top Japão #27 Top Suspense #12
Daiei Motion Picture Company
Diretor: Akira Kurosawa
79.448 users / 5.189 face
Check-Ins 328
Date 16/09/2013 Poster - ##### - DirectorChristoffer BoeStarsNikolaj Lie KaasMaria BonnevieKrister HenrikssonA young man who thought himself already in love with a nice girl is drawn into a literary drama when he is captured by a deep and stimulating love affair.[Mov 06 IMDB 7,2/10 {Video/@@@} M/60
RECONSTRUÇÃO DE UM AMOR
(Reconstruction, 2003)
"Envolve o espectador em uma aura misteriosa e instigante, mexendo com sua percepção e revirando seus sentidos para analisar o tema que está em seu título." (Patrick Corrêa)
"Já se disse que só existem 48 histórias e todas as outras são variações destas; ou por outra, que só há dois temas (sexo e morte) no mundo das narrativas, sendo desenvolvidos eternamente; e assim sucessivamente. Em suma: já se disse e escreveu muita coisa no mundo para fazer alusão a um fato simples – todas as histórias já foram contadas. Portanto, se há que se pensar em algo hoje é menos na originalidade do que se vai contar (e a essas alturas dos 110 anos de cinema, quiçá até de como se vai contar), mas principalmente o porquê se vai contar uma história. O realizador tem realmente alguma motivação que o leve a querer expôr aquela narrativa, aqueles personagens? Se sim, que tente fazer isso da forma mais adequada a seus personagens, à sua narrativa, é o máximo que se pode (e deve) exigir de um filme. Se o que se afirma acima é verdadeiro, ainda mais verdadeiro seria em relação às histórias de amor: estas sim já foram todas contadas, em quaisquer das variações possíveis. Admitir este fato é algo inerente ao cineasta que queira, hoje, se enveredar por esse tema enorme - mas assim como o amor nunca vai deixar de existir, as histórias de amor também não. Como os títulos nacionais dos dois filmes que vamos analisar neste texto não deixam mentir, trata-se aqui de duas histórias de amor (e paixão). Mas, por que tratar das duas num mesmo texto, se são filmes bastante diversos? Porque as opções de seus diretores, partindo daquilo discutido no primeiro parágrafo, deixam bem claro que não são as histórias que se tornaram velhas, e sim os olhares de cineastas que se adequam ou não a elas. Já ''Reconstrução de um Amor'' encontra-se no escopo absolutamente oposto: o cineasta estreante Christopher Boe parece passar o filme inteiro tentando reinventar a roda. Mais preocupado em chamar atenção para si mesmo (o que parece ter conseguido, a julgar pela vitória da Câmera de Ouro em Cannes – os festivais estão sempre dispostos a engolir os engodos chamativos em detrimento das sutilezas geniais) do que em apresentar seus personagens e sua trama de forma que criem um mínimo de interesse da parte do espectador. Todo interesse deveria vir de como se conta a história - como se o próprio Boe não acreditasse mais que a simplicidade de uma história de amor ainda teria validade hoje. Mas, se o cineasta não acredita na sua própria história, quem sou eu para acreditar?Note-se bem que não se trata aqui de condenar por si mesma uma opção pelo artifício nem um questionamento das possibilidades de narratividade. Cabe apenas pedir que o cineasta acredite naquilo que faz – mesmo que seja no artifício. Citemos, por exemplo, Quentin Tarantino ou Guilherme de Almeida Prado, dois cineastas que só acreditam no artifício – mas que nele acreditam piamente. Boe não, Boe é um narrador cínico auto-centrado: acredita ter descoberto a pólvora instaurando uma certa crise da narratividade, mas quer instaurar esta crise chamando a atenção para sua própria genialidade ao perceber isso que já está em questão há muito mais tempo. Mas, o que ele propõe como opção à narrativa clássica? Uma série de manjados cacoetes de estilo (principalmente a granulação exagerada da imagem, a câmera frenética e os ângulos expressionistas) misturados com joguinhos de estrutura narrativa (a narração em off auto-consciente e irônica, as idas e vindas no tempo). Neste processo, ele parece incapaz de perceber inclusive quais de suas sacadas poderiam render bem mais (e como exemplo citamos a opção de escalar a mesma atriz nos dois personagens dos interesses românticos do protagonista, o que cria uma saudável confusão sempre, bem relacionada ao estado de espírito dele) e quais são simplesmente deploráveis (nenhuma delas mais do que a completamente desnecessária câmera-mapa, que localiza como que num satélite a posição geográfica dos personagens antes de cada sequência). Além disso, Boe torna simplório (achando que passa desapercebido pela suposta complexidade de sua narrativa) tudo aquilo que acabamos de elogiar em Cassavetes. Assim, a relação alternativa da musa de nosso protagonista aparece sempre como algo patológico, fonte completa de infelicidade, exageradamente sem comunicação. De fato o único momento realmente interessante desta narrativa é aquele em que o personagem é apagado (olha ela aí de novo, a memória) das lembranças das personagens por quem não opta continuar junto. Só que, sacada de roteiro até interessante, logo se revela punição moral pela confusão sentimental de nosso protagonista. Nada mais desinteressante." (Eduardo Valente)
2003 Palma de Cannes
Director's Cut HR. Boe & Co. Nordisk Film TV2 Danmark
Diretor: Christoffer Boe
5.570 users / 811 face
Check-Ins 341
Date 29/09/2013 Poster - ######## - DirectorAlan J. PakulaStarsJames CaanJane FondaJason RobardsA brave and proud woman struggles for her land, finding help and something more in unexpected way.[Mov 06 IMDB 6,1/10 {Video}
RAIZES DA AMBIÇÃO
(Comes a horseman, 1978)
''Ao fim da Segunda Guerra, corajosa rancheira é importunada por poderoso barão do gado, que quer forçá-la a vender suas terras. Ela resiste, contando com a ajuda de um veterano de guerra." (Filmow)
51*1979 Oscar
United Artists
Diretor: Alan J. Pakula
1.464 users / 59 face
Check-Ins 345
Date 01/10/2013 Poster - ##### - DirectorSydney PollackStarsBurt LancasterShelley WintersTelly SavalasForced to trade his valuable furs for a well-educated escaped slave, a rugged trapper vows to recover the pelts from the Indians and later the renegades that killed them.[Mov 06 IMDB 6,7/10 {Video}
REVANCHE SELVAGEM
(The Scalphunters, 1968)
''Se pode ser dito que um Western tem alguma coisa para todo mundo, com certeza é ''Revanche Selvagem", diz o Motion Picture Gerald sobre esta bufante e apimentada aventura cheia de humor e comentários satíricos sobre as relações entre as raças. Em uma performance verdadeiramente em polvorosa, Burt Lancaster interpreta Joe Bass, um peleiro de fronteira casca-grossa. A carga de peles conquistada com muito trabalho duro por Joe é capturada por um bando de Kiowas não muito amigáveis, que a querem trocar por um escravo fugido que capturaram. Como o educado e criado na cidade Joseph, Ossie David está tão determinado a conseguir as suas peles de volta. Junte tudo isso com um bando de predadores escalpeladores liderados Telly Savalas junto a uma Shlley Winters mascadora de fumo e o inferno está liberado!Misturando fortes elementos de ação com uma comédia de farsa sem tamanho, o roteirista William Norton e o Diretor Sidney Pollack (Tootsie, Entre dois Amores) foram vitoriosos em produzir um entretenimento para todos os gostos." (Filmow)
26*1969 Globo
Bristol Films Norlan Productions
Diretor: Sydney Pollack
1.930 users / 96 face
Check-Ins 350
Date 02/10/2013 Poster - ### - DirectorJosé PadilhaStarsJoel KinnamanGary OldmanMichael KeatonIn 2028 Detroit, when Alex Murphy, a loving husband, father and good cop, is critically injured in the line of duty, the multinational conglomerate OmniCorp sees their chance for a part-man, part-robot police officer.[Mov 03 IMDB 6.2/10 {Video/@@} M/52
ROBOCOP
(RoboCop, 2014)
TAG JÓSE PADILHA
{esquecível}Sinopse ''Em Robocop o ano é 2029 e o conglomerado multinacional OmniCorp está no centro da tecnologia para robôs. Suas máquinas ajudam os Estados Unidos a vencer suas guerras ao redor do mundo e agora a empresa quer trazer esta tecnologia para as ruas. Alex Murphy é um ótimo pai, marido e um bom policial que faz o melhor que pode para combater o crime e a corrupção em Detroit. Após ser severamente ferido no cumprimento do dever, a OmniCorp utiliza sua ciência robótica para salvar a vida de Alex. Ele volta às ruas de sua amada cidade com incríveis habilidades, mas com questões que um homem normal nunca teve de enfrentar antes.''
"A renovação/adaptação conceitual do universo de Robocop para o mundo pós 11/9 "leite-com-pera" ficou interessante, mas é óbvio que não tem a força do original. Excesso de CG também destrói impacto, mas a imagem de Padilha, ao menos, mantém-se preservada." (Alexandre Koball)
"O estilo de Padilha casa com o gênero, mas, por culpa do estúdio ou não, a coisa ficou meio torta: perde-se muito tempo na introdução e no treinamento do robô, e na hora pegar no breu, o filme já acabou. Falta energia, vida, vibração... falta Verhoeven." (Régis Trigo)
"Mesmo com um enredo apressado e cenas de ação confusas, Padilha acerta ao entregar um filme independente do original, com ideias próprias, que assume um tom político e ainda traz questões filosóficas sobre a relação homem/máquina. O resultado é positivo." (Silvio Pilau)
"Padilha não doura essa pílula antiga nem inventa a pólvora aqui; no fundo está contando a mesma historia que sempre contou, sem exagero ou inovação. Apenas um elenco formidável e um orçamento gigantesco." (Francisco Carbone)
"São visíveis os problemas que a imposição dos produtores trouxe ao filme de José Padilha (a questão familiar é, quase num todo, dispensável), mas a modernização do personagem clássico, no geral, até que funcionou muito bem. Refilmagem digna." (Rafael W. Oliveira)
****
''Melhor não comparar o "RoboCop" de Paul Verhoeven com a nova versão, de José Padilha: são duas épocas, dois mundos distantes. No mais, a comparação só embaraçaria os responsáveis pelo novo filme, pois o "RoboCop" de 1987 é, já, um clássico. Dito isso, nenhum diretor brasileiro estreou no cinema internacional com tanta desenvoltura quanto Padilha, desde Hector Babenco. Não lhe faltaram recursos ou elenco de prestígio, nem parece ter sido tolhido pelo produtor. Lá estão os seus temas preferidos: a violência, a insuficiência da polícia, o peso das grandes corporações. Mais do que tudo, a luta pelas consciências, que se dá através da mídia. Estamos próximos de Tropa de Elite. Não por acaso, "RoboCop" começa e termina com um programa de TV. Ali, Novak, uma espécie de Datena, usa sua força de comunicação para influenciar políticos (e o público) a aceitar o uso de robôs como policiais. Fica claro, no mais, que Novak está a serviço de Sellars, o magnata da robótica militar. A mídia, com seu poder, os políticos, com seu temor, mais os criminosos em geral e alguma sorte em particular acabam por criar aquilo que o magnata tanto queria: um policial quase inteiramente morto, recuperado pelas pesquisas do dr. Norton. Recuperado mesmo? O que é um homem mecânico, com o cérebro e as ações controladas do exterior? Essas considerações, porém, passam a segundo plano: à frente vêm a ganância de Sellars, o oportunismo do prefeito, certo sadismo do dr. Norton e, claro, a desonestidade da polícia. O que poderá deter tudo isso? Só uma coisa: o sentimento. Aquilo que RoboCop possui em essência e que, nunca se sabe, pode ainda se manifestar. Tudo isso perde um pouco do peso seja devido ao estilo sem sutilezas de Padilha, seja pelo acúmulo de questões colocadas e seus correspondentes vilões. Dessa sucessão de artimanhas resulta que um vilão acaba por fragilizar o outro: temos muita ação, mas não um bom vilão, que resuma a maldade dos demais. Talvez o melhor deles seja aquele que chama RoboCop de Homem de Lata. Por um lado, ele tem razão em sua crueldade. Por outro, ao evocar o personagem de O Mágico de Oz faz um aceno ao mundo de sentimentos, para o filme, o único capaz de se opor ao mal num mundo de razão eclipsada.'' (* Inácio Araujo *)
*****
''Desde Hector Babenco, nenhum realizador brasileiro chegou a Hollywood com a força de José Padilha, que fez um filme a seu gosto, com a equipe que queria. E não se saiu mal na atualização da trágica história do policial-robô de Paul Verhoeven, o "RoboCop". É verdade que o sofrimento do RoboCop original constituía boa parte do mistério. O ataque à privatização da polícia era um achado no momento neoliberal do mundo. A ênfase na família faz, portanto, sentido. E isso, no filme, passa bastante dos limites da dor para invadir os da pieguice. Dito isso, o filme se aguenta bem." (** Inácio Araujo **)
''Uma maneira comum de comparar filmes é levar em conta direção, elenco e roteiro. Seguindo esse modelo, há um empate técnico entre "RoboCop", o original de 1987, e a refilmagem do ano passado, assinada pelo brasileiro José Padilha (dos dois Tropa de Elite). "RoboCop" traz um Padilha que não deve nada ao holandês Paul Verhoeven, um ator principal pior (o péssimo Joel Kinnaman não se compara a Peter Weller), mas um roteiro bem mais interessante (a reconstituição do policial como robô é mais radical e há um viés político insinuado na trama). Quanto a cenas de ação, "RoboCop" troca o clima de HQ do original por uma aproximação com os games, principalmente os classificados como one-shooter, aqueles que exigem do jogador atirar em qualquer coisa que se mexa na tela. Que fique bem claro: esse "RoboCop" é para meninos." (Thales de Menezes)
"A refilmagem de "RoboCop" pelo diretor carioca José Padilha (de Tropa de Elite), dividiu a crítica especializada. O longa, que estreou anteontem nos EUA - e na semana passada nos principais países da Europa -, chega ao Brasil no dia 21. É um amontoado ensurdecedor e maçante de cenas de ação que estão mais para [os jogos eletrônicos] Call of Duty do que para "RoboCop'', escreveu o crítico do jornal inglês The Guardian. Para o New York Times, a refilmagem respeitável tem elenco bem escolhido. Segundo a resenha, o diretor vai melhor quando "chega mais próximo dos atores", do que na ação, repleta de violência e computação gráfica. Na avaliação da revista Variety, o filme é menos divertido que o original, mas tem um toque de alma. Segundo Guy Lodge, crítico da revista, a sátira migrou da ganância corporativa ao patriotismo pós-11 de Setembro. No site Rotten Tomatoes, que reúne resenhas publicadas na imprensa de língua inglesa, o longa obteve avaliação média de 50%. "É melhor do que poderia ter sido, mas não trouxe aprimoramentos significativos em relação ao original", informa o site, que reuniu 122 críticas. No Metacritic, que também compila as resenhas em inglês, a avaliação geral foi 53% positiva. A primeira versão de "RoboCop" saiu em 1987, pelas mãos do holandês Paul Verhoeven. Espécie de crítica ambígua ao liberalismo econômico e à paranoia armamentista do governo Reagan, o longa mostrava uma Detroit futurista na qual um policial transformado em ciborgue combatia o crime. A refilmagem segue o roteiro original, mas enfatiza as relações do policial-robô Alex Murphy (Joel Kinnaman) com a mulher (Abbie Cornish) e o filho (John Paul Ruttan). O elenco tem ainda Samuel L. Jackson como um apresentador de televisão conservador, além dos atores Gary Oldman e Michael Keaton. O filme, que custou cerca de US$ 100 milhões (R$ 240 milhões).'' (Sergio Alpendre)
Para o bem ou para o mal, o remake de José Padilha é um sinal dos nossos tempos.
''Por alguma razão, Hollywood se convenceu de que é hora de refilmar os longas do cineasta holandês Paul Verhoeven que ajudaram a dar substância ao cinema de ação americano nos anos 1980 e 1990, como O Vingador do Futuro - cujo remake saiu em 2012 - e agora RoboCop. Acontece que os filmes de Verhoeven, além de personalistas, vêm sempre com uma sátira embutida, o que torna potencialmente ridícula a tentativa de reproduzi-los. A MGM penou alguns anos com o projeto, até ver Tropa de Elite e decidir que o diretor brasileiro José Padilha era o homem certo para atualizar o Policial do Futuro. A semelhança é evidente - o Capitão Nascimento e seus chefiados de BOPE treinam para lidar com o crime de modo maquinal, com a eficiência de um robô, e se desumanizam no processo - e na verdade não é de espantar que o RoboCop de 2014 divida com o primeiro Tropa de Elite algumas qualidades e também os seus defeitos. A principal semelhança é a tendência a criar um painel intrincado de pontos de vista. Isso pode ser entendido tanto como uma vantagem (o filme ganharia em complexidade por abarcar diversas questões) quanto como deficiência (os pontos de vista se anulam entre si e o filme fica sem uma perspectiva própria que o balize). Em relação ao RoboCop de 1987, temos a premissa conhecida do policial que sofre um atentado e é mantido vivo como máquina. A diferença que Padilha traz são os muitos coadjuvantes criados não apenas como peças funcionais para a trama mas principalmente como tópicos de discussão: o cientista à la Dr. Frankenstein (debate de ética científica), os policiais (debate de corrupção, sedução do crime), o âncora de TV reacionário (debate do poder de influência da mídia), os industriais com seu departamento de marketing (debate sobre consumismo e opinião público). O que temos é um painel não necessariamente complexo, talvez apenas complicado. Quem parece perder no meio desse tiroteio de temas é justamente o protagonista, esvaziado em suas decisões e em sua jornada de herói. Com o Capitão Nascimento acontecia o mesmo (e Padilha soube corrigir no segundo filme), e por isso o primeiro Tropa de Elite parecia ora condenar, ora legitimar a violência automatizada. No seu ''RoboCop'', o diretor evidencia como a programação da máquina reduz a humanidade do policial, mas ao mesmo tempo se satisfaz, nas cenas de ação inspiradas nos games de tiro em primeira pessoa, com a eficiência dessa máquina. Talvez o exemplo mais pontual dessa desordem seja o uso que Padilha faz do tema musical criado em 1987 por Basil Poledouris: a fanfarra aparece já nos créditos iniciais, triunfante, evocativa, mas depois o tema é reutilizado durante o filme de forma irônica, para associá-lo ao discurso fascista. O tema musical deixa de ser parte reconfortante de um inconsciente coletivo e se torna mote do lado vilanesco do debate - e o espectador, compreensivelmente, fica sem entender se deve ou não aderir a ele. Como o ''RoboCop'' de Padilha é obcecado por interfaces, filtros de informação e formas de mediação (a vigilância total à la NSA é um assunto muito mais quente no filme do que os drones), essa sua paradoxal incapacidade de eleger uma perspectiva própria sem dúvida fará deste remake um sucesso nas aulas de semiótica. Mas é na comparação com o RoboCop original que as coisas ficam claras: Verhoeven misturava temas e tons sob a chave do humor negro para criar uma visão de mundo idiossincrática mas singular, enquanto o filme plural de Padilha é acima de tudo um sintoma da era de desinformação em que vivemos. Por que a exemplo do download completo do banco de dados criminal de Detroit que trava a cabeça de Alex Murphy, o acesso total a informações, lados e debates só pode resultar em esquizofrenia. Talvez venha daí não só a polarização que o remake tem gerado na crítica como também o interesse que este RoboCop estimula. Filmes tortos sempre rendem as melhores discussões." (Marcelo Hessel)
''Vinte e sete anos separam o "RoboCop" original, dirigido pelo holandês Paul Verhoeven, deste remake de José Padilha. O filme de Verhoeven era uma sátira à era Reagan e ironizava o belicismo norte-americano, a ganância corporativa, a falta de liberdades individuais, o controle da mídia e a utopia de paz social pela força. Era uma comédia sangrenta em forma de filme B. O tempo passou, mas os temas continuam, basicamente, os mesmos. A ameaça não é mais a União Soviética, mas os terroristas islâmicos, e a paranoia americana continua forte (está aí Snowden que não nos deixa mentir). Esse filme de Padilha retoma o teor satírico do original, adaptando-o aos novos tempos. Infelizmente, sem o humor anárquico do primeiro. O longa começa bem, com uma sequência mostrando tropas de robôs norte-americanos, em 2028, garantindo a paz nas ruas ocupadas de Teerã. Um executivo bilionário (Michael Keaton), dono da Omnicorp, corporação que domina a tecnologia dos soldados-robôs, tenta convencer o governo americano a abolir a polícia humana e botar os robôs nas ruas do próprio país. Mas a população resiste. Não quer um homem de lata e sem alma atirando pelas ruas. Entra Alex Murphy (Joel Kinnaman), um policial que é quase morto em uma emboscada de traficantes e ressuscita como RoboCop. Parece ser a salvação da Omnicorp - e dos Estados Unidos. O filme de Padilha perde do original em três quesitos importantes: as cenas de ação são genéricas, limitando-se a tiroteios e pancadarias hipervelozes em ritmo de videogame; os vilões não são marcantes como no filme de Verhoeven; e a sátira política e social logo perde a graça, de tão exagerada e caricata. Prova disso é o personagem de Samuel L. Jackson, um apresentador de TV ultranacionalista e histérico, claramente inspirado no personagem de André Mattos em Tropa de Elite 2. Suas primeiras aparições são divertidas, mas a repetição e o tom caricato acabam por torná-lo um mala. O filme tem ótimas sequências - em especial, uma que mostra ''RoboCop'' sendo "desmontado" - e é admirável a coragem de Padilha em expor as hipocrisias de Tio Sam. Mas este "RoboCop" não tem a graça e a diversão do primeiro." (Thales de Menezes)
Metro-Goldwyn-Mayer (MGM) Columbia Pictures Strike Entertainment Dynamic Effects Canada
Diretor: José Padilha
198.103 users / 232 faceSoundtrack Rock The Clash / Focus
41 Metacritic 1.342 Down 156
Date 26/10/2104 Poster - ## - DirectorMichael WinnerStarsCharles BronsonJack PalanceJames WhitmoreIn 1870s New Mexico, a half-breed kills a bigoted sheriff in self-defense but the posse that eventually hunts him finds itself in dangerous territory.[Mov 08 IMDB 5,3/10] {Video/@}
RENEGADO VINGADOR
RENEGADO IMPIEDOSO (alternative title)
(Chato's Land, 1972)
TAG MICHAEL WINNER
{esquecível}Sinopse ''Charles Bronson (Sete Homens e Um Destino) e o vencedor do Oscar Jack Palance (Amigos, Sempre Amigos) estrelam este magnífico western tão selvagem e indomado quando o próprio Velho Oeste. Queimando com dinâmicas sequências de ação e excelentes performances, Renegado Impiedoso é um audacioco conto de paixão, vingança e assassinato a sangue-frio. Chato (Bronson) é um índio Apache mestiço que vive na linha entre duas culturas, balanceando a sua lealdade e sua tribo com o encantamento que tem pelo mundo dos brancos. Mas quando Chato mata um cruel xerife em legítima-defesa, ele se vê caçado por um bando de assassinos liderados pelo impiedoso Quincey Whitmore (Palance), um ex-soldado Confederado que está determinado a vê-lo enforcado. São 13 homens contra um, mas a situação muda a favor de Chato quando ele guia seus perseguidores até o território apache, onde o difícil e cruel deserto consegue matar tanto quanto as balas de um atirador''
Scimitar Films
Diretor: Michael Winner
3.883 users / 321 face
Date 28/10/2014 Poster - # - DirectorAdam ShankmanStarsJulianne HoughDiego BonetaTom CruiseA small-town girl and a city boy meet on the Sunset Strip while pursuing their Hollywood dreams.{Video/@} M/47
ROCK OF AGES - O FILME
(Rock of Ages, 2012)
"O roteiro é bobinho até dizer chega, mas os musicais são contagiantes e bem encaixados na historinha." (Alexandre Koball)
"Shankman não sabe posicionar a câmera, as coreografias são prejudicadas pela montagem excessivamente clipada, o roteiro se leva a sério demais, e alguns bons personagens não são devidamente aproveitados (como a Zeta-Jones). De tão ruim, chega até ser bom." (Régis Trigo)
Glee of Ages.
''O musical Rock of Ages é, originalmente, uma produção teatral (lançada juntamente a um livro) de 2005 que permanece como um sucesso de público na Broadway até hoje, tendo recebido como mais importante reconhecimento crítico as cinco indicações ao Tony Awards no ano de 2009. Sua trama, no entanto, é muito simples, até batida: a sonhadora Sherrie (Amy Spanger) é uma típica jovem do interior que, em busca do sonho de tornar-se cantora profissional, vai a Los Angeles e conhece um rapaz com objetivo semelhante, Drew (Constantine Maroulis), que deseja tornar-se um astro de Rock do tamanho do ídolo Stacee Jaxx (James Carpinello). Em torno da paixão em comum dos protagonistas pela música, além de uma caracterização espontânea e carismática, construiu-se o sucesso da empolgante peça teatral, aspecto esse que ficava evidente pela caracterização e interpretação dos grandes clássicos do Rock dos anos 80. Como todo produto de considerável alcance e popularidade, Hollywood tratou logo de adaptá-lo para as telas do cinema, atraindo fãs de rock farofa de todo mundo. Responsável pela adaptação, a Warner Bros. começou a pavimentar o sucesso cinematográfico do projeto contratando o autor do espetáculo, Chris D'Arienzo, como roteirista. Ao seu lado, os experientes Justin Theroux e Allan Loeb. A escalação de Adam Shankman foi igualmente certeira, uma vez que ele foi o diretor responsável pela bem-sucedida adaptação de Hairspray - Em Busca da Fama, produção indicada ao Globo de Ouro que trazia como formidável ideia a escalação de um elenco respeitável em torno de uma desconhecida, embora muito competente atriz de musical, Nikki Blonsky - fórmula que é uma das marcas de ''Rock of Ages - O Filme''. Infelizmente, porém, a boa expectativa em torno do novo musical de Shankman é logo frustrada quando se percebe o investimento técnico e humano foi mal utilizado numa obra que privilegiou exagerada limpeza, escalação de astros e outros artifícios que o tornassem mais popular que interessante. Julianne Hough (Sherrie) surge na primeira cena liderando um grupo numa música pop-country, enquanto a voz de adolescente de Diego Boneta (Drew) convida o espectador para o show: Are you ready to rock? O coro e a convocação funcionam muito bem, como não ocorre no resto da projeção, quando a vencedora do programa Dancing with The Stars e o ex-Rebelde transformam um rock que devia ser apenas melódico numa versão teen que deve incomodar boa parte dos verdadeiros fãs do querido rock farofa. Os rostos lisos de Hough e Boneta também não geram no público a mesma identificação que a face marcante de Spranger e a barbada de Maroulis, que têm a cara do Rock. Longe de serem grandes atores, os protagonistas do filme também são prejudicados por terem de cantar músicas que se não se adequam a seus perfis vocais. Se Boneta ainda alcança razoável êxito em suas apresentações, Hough é sofrível em todos os aspectos, seja por reproduzir o texto decorado de uma personagem oca (na montagem teatral ela é muito mais interessante), seja pelo incômodo que sua voz desperta em algumas canções (quando Mary J. Blidge [Justice Charlier] divide a tela com a loirinha, a voz estupenda da cantora de R&B desperta certa vergonha alheia). A produção ganha contornos de questionamento ao observarmos as posições que ocupam os atores mais conhecidos do elenco. Tom Cruise rouba a cena por sua caracterização de Stacee Jaxx - aqui direção e roteiro marcam um gol de placa, alimentando o mito do vocalista do Arsenal antes de sua aparição -, mas a potência vocal do ator jamais alcança o nível necessário para cantar, por exemplo, Wanted Dead or Alive, do Bon Jovi. Catherine Zeta-Jones (Patricia Whitmore) volta a mostrar seu enorme talento em musicais e estrela a sequência mais eficaz do filme, quando, dura e desajeitada (como ela não é naturalmente), comanda um grupo de puritanas protestantes ao som da contagiante Hit Me With Your Best Shot, de Pat Benatar. Pena que sua personagem, caricatura dos detratores do Rock na década em questão, é pouco e superficialmente aproveitada, além de brindada com um desfecho que a torna quase tão dispensável à trama quanto seu marido, o prefeito Mike Whitmore (pobre Bryan Cranston). Espantoso é pensar que ambos foram criados especialmente para a adaptação ao cinema. O roteiro multicolaborativo do musical mostra-se igualmente inconsistente quando Paul Giamatti entra em cena. Ele vive o empresário Paul Gill, um vilão que decreta o fim do Rock e lança seu cliente numa patética boy band, sátira que não procede nesse contexto. Isso porque o trio de roteiristas não percebeu quão próximo o visual de Drew já estava do tipo de grupo que ridiculariza; quão próximas as interpretações pop das músicas (More Than Words cairia como uma luva num álbum do N'Sync) estão do discurso de Gill, o que invalida a posição de vilão do Rock à qual o personagem é alçado após sua declaração enfática. Sem falar que um musical que se propõe a homenagear um segmento musical deveria apresentá-lo como ele é. ''Rock of Ages - O Filme'' não é marcante como se propunha a ser, mas tampouco é um total desastre. Alec Baldwin (Dennis Dupree) confirma sua veia cômica ao lado de Russel Brand (Lonny), que finalmente surge engraçado como uma figura toda montada que representa bem os roqueiros posers, maquiados e embalados a vácuo em calças de stretch que marcaram a época. Entretanto, o produto é irregular ao ponto de não apresentar momentos inspirados (o mais próximo disso é quando Tom Cruise e Malin Akerman cantam I Wanna Know What Love Is olhando para as partes íntimas um do outro) que relevassem suas muitas limitações, como é o fato de Shankman não ter conectado os números musicais à (simplória) história de modo eficaz, como foi seu trabalho em Hairspray. O resultado é uma colagem de videoclipes transformada em longa-metragem. Por fim, acrescento uma nota pessoal: como fã do período musical abordado, não nego a frustração diante da ausência de uma pegada mais Rock nas canções, o que transformou a expectativa por um Guitar Hero no cinema num longo episódio de Glee - o que não seria de todo ruim se a qualidade (principalmente vocal) das versões se equiparassem ao que é apresentado no seriado da Fox." (Rodrigo Torres de Souza)
''Musical é sempre um caso de amor e ódio. Tem pessoas que não suportam o momento em que uma personagem começa a cantar e dançar no meio da rua - eu adoro. A mudança na iluminação, as coreografias, o coro acompanhando a letra... Se bem feito, um musical pode ser envolvente, emocionante e excitante. A adaptação aos cinemas de Rock of Ages não necessariamente se encaixa nesses padrões. A trama da peça musical de 2005 e do filme é a mesma: Sherrie (Julianne Hough), uma garota do interior do Kansas, EUA, segue para Los Angeles na esperança de conseguir prosperar na carreira de atriz em Hollywood. Lá, ela conhece Drew (Diego Boneta), um garoto aspirante a roqueiro que trabalha em um dos mais famosos bares de rock da cidade, o Bourbon Room. Hough (vinda direto do reality show Dancing with the Stars) e Boneta (latino estreante nas telonas hollywoodianas) podem ser cativantes a um público mais jovem, mas quem realmente rouba a cena é Tom Cruise na pele do lendário (e fictício) rock star Stacee Jaxx. É assim que a narrativa principal, a história de amor dos protagonistas, vira pano de fundo do dilema existencial e da vida vazia de Stacee - que passa por um momento de drama e decadência profissional. Com um elenco repleto de grandes nomes, ''Rock of Ages - O Filme'' dá espaço a todos, o que surpreende - tanto para o bem, quanto para o mal - quanto à qualidade das vozes ali presentes. Tom Cruise se provou um roqueiro de primeira mão, atingindo agudos de qualidade e mantendo difíceis notas em Paradise City, Wanted Dead or Alive e Pour Some Sugar on Me, as quais ele executa sozinho. Russell Brand e Alec Baldwin dividem o microfone em Can't Fight This Feeling Anymore durante uma das cenas mais engraçadas e envolventes do filme. No entanto, enquanto Brand garante uma certa qualidade por sua parte, Baldwin precisa da ajuda de auto-tune para conseguir chegar ao nível de seu parceiro. Até Paul Giamatti, que se aventura apenas em "Here I Go Again", mantém o sentimento rock n' roll do musical. Mas são Hough e Boneta que, apesar de cantarem bem, prejudicam o desenrolar da trama, trazendo um espírito pop ao ambiente roqueiro ali retratado. Foi depois da estreia de Glee que o gênero musical decaiu. O seriado adapta grandes clássicos do rock às vozes de seus protagonistas, os transformando em baladinhas pop com coros felizes ao fundo. Muitos daqueles que ouviam a Don't Stop Believin do Journey com nostalgia e carinho pelos anos 1980, hoje se irritam. Outra grande marca da série são os mashups, que juntam duas músicas em uma só. Rock of Ages tem tanto a versão baladinha de Don't Stop Believin quanto os mashups, e o fato de que praticamente todo o time de Glee está por trás disso não ajuda muito. De uma forma não muito agradável, ''Rock of Ages - O Filme" é um divertido blockbuster que tinha grande potencial. No entanto, quando a trama principal prejudica o decorrer de todo o longa, truncando o desenvolvimento e resultando em um final previsível e enfadonho, nem Tom Cruise e seu carisma conseguem salvá-lo." (Aline Diniz)
Date 20/11/2014 Poster - # - DirectorNorman JewisonStarsJames CaanJohn HousemanMaud AdamsIn a corporate-controlled future, an ultra-violent sport known as Rollerball represents the world, and one of its powerful athletes is out to defy those who want him out of the game.[Mov 06 IMDB 6,5/10 {Video/@@}
ROLLERBALL - OS GLADIADORES DO FUTURO
(Rollerball, 1975)
''Em uma sociedade do futuro na qual não há mais guerra e os países foram substituídos por corporações existe Rollerball, um violento jogo criado para aliviar as tensões e controlar a população, demostrando a futilidade do individualismo. É um jogo extremamente difícil, criado para não ter ídolos. No entanto, Jonathan E. (James Caan), o maior astro deste jogo, desafia as normas estabelecidas pelo poder e recusa a se aposentar. Então as regras do jogo são drasticamente mudadas, para destruí-lo ou matá-lo." (Filmow)
Algonquin
Diretor: Norman Jewison
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Date 18/12/2013 Poster - ##### - DirectorGeorge CukorStarsJacqueline BissetCandice BergenDavid SelbyLiz and Merry become BFFs in college. A decade later, Liz is a serious writer with writer's block, and Merry is a homemaker and a mom who has written a novel. Other bestsellers, riches, and fame follow.[Mov 07 IMDB 5,8/10 {Video/@@@}
RICAS E FAMOSAS
(Rich and Famous, 1981)
''Durante 20 anos, duas amigas cruzaram seus caminhos em momentos de ciúme, afeto e competição. Entre elas, há em comum a busca do sucesso e a disputa pelo amor de um mesmo homem. Baseado na peça de John Van Druten. Último filme do diretor George Cukor." (Filmow)
Jaquet Metro-Goldwyn-Mayer (MGM)
Diretor: George Cukor
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Date 19/12/2013 Poster - #### - DirectorJules DassinStarsJean ServaisCarl MöhnerRobert ManuelFour men plan a technically perfect crime, but the human element intervenes...[Mov 09 IMDB 8,2/10 {Video/@@@@} M/97
RIFIFI
(Du rififi chez les hommes, 1955)
"Tem todos os elementos de um grande filme de assalto e de um grande noir." (Alexandre Koball)
Avô dos filmes mostrando roubos impossíveis, clássico francês é verdadeira aula de montagem e narrativa.
"A falta de memória da comunidade cinematográfica é um grande problema. Por alguma razão misteriosa, cinéfilos do mundo inteiro parecem desconhecer tudo o que foi produzido em celulóide antes dos anos 1960, especialmente se essas produções não têm o inglês como língua-mãe. Só isso pode explicar a avassaladora falta de referência ao clássico “Rififi” (Du Rififi Chez Les Hommes, França, 1955) quando críticos do mundo inteiro resenham obras como Onze Homens e Um Segredo, de Steven Soderbergh, ou O Assalto, de David Mamet. Até parece que o clássico incontestável do cineasta norte-americano expatriado Jules Dassin nunca existiu, o que é uma tremenda injustiça. Devo dizer que me incluo no rol daqueles ignorantes que jamais haviam tido consciência da importância do noir de Dassin. Em grande parte por preconceito devido ao título, que infelizmente não envelheceu tão bem como o filme em si. “Rififi” era uma gíria dos anos 1950, na França, para confusão envolvendo luta corporal. O tempo encarregou de valorizar o sentido pejorativo da palavra e, em pleno século XXI, a menção de “Rififi” traz à mente um musical cheio de plumas e paetês. Nada poderia ser mais distante da realidade. O filme de Jules Dassin, avô dos filmes que mostram roubos impossíveis, é ágil, de admirável concisão estética, uma verdadeira aula de montagem e narrativa. François Truffaut, o magistral crítico/cineasta que não sabia mentir, chamou-o de o melhor dos filmes noir. Não se ganha um elogio desses por acaso. A rigor, “Rififi” narra o engenhoso e imaginativo roubo de uma joalheria localizada numa das maiores avenidas de Paris. A peça central do longa-metragem é a seqüência do roubo, que é simplesmente sensacional: 32 minutos de imagens, sem música, sem diálogos e com uma edição soberba, que condensam a longa madrugada necessária para invadir o local, burlar o sofisticado sistema de alarme e arrombar o cofre de um dos lugares mais seguros da França. A cena, vista por estudiosos como exemplo de montagem e timing perfeito, é citada por Steven Soderbergh em “Onze Homens e Um Segredo” e foi tão bem elaborada que a polícia do México chegou a proibir a exibição do filme, em 1955, devido à onda de arrombamentos no país que utilizavam técnicas semelhantes. Isso é que é cinema-realidade! A seqüência do roubo, evidentemente, é o recheio do sanduíche. A abertura trata de apresentar os personagens e mostrar a preparação meticulosa da quadrilha para o roubo. O chefe é o mafioso Tony (Jean Servais), recém-saído de uma temporada na prisão. Ele tem a ajuda de Mario (Robert Manuel) e Jo (Carl Möhner), comparsas dedicados que obedecem sem discutir às ordens do cérebro da quadrilha. O italiano Cesar (o próprio Dassin) completa o time, com o fino bigodinho e o terno de um bom vivant. Ele é o arrombador que usa sapatilhas de balé para não ser ouvido em pleno ato criminoso. Um personagem inesquecível. Para fazer jus ao título, há muita confusão, especialmente após o roubo, quando os criminosos tentam escapar ao cerco policial e vender as jóias. Tony tem uma motivação pessoal para realizar o assalto, que é reconquistar (ou melhor, provar que é imbatível) a mulher amada, Mado (Marie Sabouret), que o largou para ficar com o dono de uma boate de prostituição local durante o período no xadrez. A gangue do rival também tem um bom motivo – além de se livrar das investidas policiais, o próprio produto do roubo – para investigar quem está por trás do assalto. Nesse ponto, há influência evidente de outro clássico, o alemão M – O Vampiro de Düsseldorf, já que são os bandidos que mais se esforçam para capturar os criminosos, como acontecia no filme de Fritz Lang. Além disso, há uma seqüência envolvendo o seqüestro de uma criança que segura um balão, uma óbvia referência ao longa-metragem expressionista, que usara uma tomada idêntica – o balão flutuando sozinho sob um céu opressor – como metáfora para a atuação do criminoso. Dassin fez sua obra-prima em um momento delicado da carreira. Norte-americano, ele foi obrigado a sair do país durante o período dos anos 1950, devido às denúncias de que era simpatizante do comunismo. Isso lhe atirou na lista negra de Hollywood e o fez ficar desempregado. Na França, com orçamento ridículo e elenco desconhecido, teve a idéia de adaptar o romance de Auguste Le Breton e ousou fazer um dos noir mais autênticos já filmados. “Rififi” tem tudo o que um grande filme noir precisa ter: fotografia esplêndida com farto uso de contrastes entre preto e branco, mulheres fatais e homens vivendo no fio da navalha, desesperados, sem nada a perder. A edição magistral, os enquadramentos precisos e os diálogos econômicos são um bônus que o transformaram, de bom filme, em uma experiência cinematográfica inesquecível. A mais caprichada edição de “Rififi” existente no mercado foi lançada no Exterior pela Criterion. O disco contém, além do filme remasterizado, uma longa (30 minutos) entrevista em vídeo com o diretor do filme, além de galerias de fotos e desenhos de produção. Esse material suplementar não está presente na edição brasileira, da Aurora DVD, embora o filme compareça com imagem restaurada no corte original (fullscreen, na proporção 4:3) e trilha de áudio em francês no formato Dolby Digital 1.0. Há ainda biografias e trechos de críticas em telas de texto." (Rodrigo Carreiro)
"Rififi" é um excelente filme noir, marca principal do cinema francês dos anos 50. Realizado pelo cineasta Jules Dassin, o filme consegue manter a atenção do espectador do início ao fim. Antes de dirigir "Rififi", Dassin, nascido em Connecticut, havia realizado onze filmes nos EUA no período de 1941 a 1950. Em 1952, acusado de ser comunista por McCarthy, passou a ser perseguido pelo movimento de caça às bruxas, encontrando refúgio e sucesso na Europa. Além do magnífico trabalho de Dassin, "Rififi" apresenta ainda um roteiro muito bem estruturado, uma belíssima trilha sonora e ótimas atuações. A trama lembra O Segredo das Jóias, de John Huston, 1950, o qual, embora seja um ótimo filme, não chega ao nível de "Rififi", principalmente pela atenção dada aos detalhes na seqüência do roubo da joalheria. Nessa seqüência de cerca de 30 minutos, Dassin optou por não incluir diálogos ou qualquer tipo de música, ao contrário do costumeiro uso de trilhas sonoras próprias de situações de suspense." (CAA)
"Rififi", que o americano Jules Dassin fez na França em 1955, merece toda a fama que tem, todos os elogios que recebeu. E haja fama e elogios. É um dos policiais mais cultuados, mais respeitados que há. É a história, ou melhor, a radiografia de um grande assalto, desde os antecedentes, os preparativos, até tudo o que ocorre depois. É da mesma linhagem nobre, portanto, de outros belos filmes. John Huston fez O Segredo das Jóias/The Asphalt Jungle, em 1950. Depois veio este Rififi, de 1955. Stanley Kubrick fez O Grande Golpe/The Killing, em 1956. Henri Verneuil fez Os Sicilianos/Le Clan de Siciliens, em 1968. E, em 1970, Jean-Pierre Melville fez O Círculo Vermelho. OK, no filme de Kubrick não são jóias, é dinheiro vivo, mas o princípio, em todos eles, é o mesmo: a anatomia de um crime, de um grande assalto. O próprio Dassin voltaria ao tema em Topkapi, de 1964 – e não pode haver dois filmes sobre roubo de jóias mais diferentes entre si do que Rififi e Topkapi. Este último é colorido, alegre, brincalhão. O planejamento, o roubo, tudo é uma grande brincadeira para seus participantes. Rififi é o oposto: é preto-e-branco, é noir até a medula, é tenso, duro, pesado. Dassin havia sido posto na lista negra do macarthismo, acusado de comunista, ou filo-comunista, depois de ter feito elogiadíssimos filmes noir, barra-pesadas: Brutalidade, Cidade Nua, Mercado de Ladrões, Sombras do Mal. Exilou-se em Londres, depois em Paris. Paris é uma personagem importante de Rififi. Há diversas seqüências passadas nas ruas da maravilhosa cidade, nas grandes avenidas da área central, em ruelas de bairros mais afastados. Diversas vezes a câmara, colocada em um carro, vai percorrendo a paisagem parisiense. O protagonista, Tony le Stéphanois (Jean Servais, então um dos maiores astros do cinema francês), um homem aí de uns 50 e tantos anos, acabou de passar cinco anos preso. Desfruta os primeiros dias de liberdade jogando baralho num quarto fechado nos fundos de um bar, fumando muito. Quando o dinheiro acaba, pede socorro ao amigo Jo (Carl Möhner), antigo colega de profissão, agora casado com Louise (Janini Darcey) e pai apaixonado de um filhinho de uns cinco, seis anos, Tonio (Dominique Maurin). Jo e seu amigo italiano Mario (Robert Manuel) planejam roubar uma grande joalheria, próxima da Place de la Concorde, o lugar que reúne as mais elegantes joalherias do mundo. O plano deles é, durante o dia, na hora do almoço, de pouco movimento nas ruas, fazer um corte no vidro da vitrine e roubar duas ou três peças, rapidamente. Querem que Tony participe do golpe, mas ele a princípio não se interessa, diz que está velho, cansado. Depois de encontrar sua mulher com outro, o anti-herói quer realizar o maior assalto da história. O interesse de Tony, naquele momento, é rever sua mulher, Mado (Marie Sabouretm na foto). Fica sabendo que Mado agora está com outro homem, Pierre (Marcel Lupovici), dono de um cabaré, quase um prostíbulo, na região de Montmartre. Vai até lá, encontra Mado, leva-a para o pequeno apartamento onde está morando e… Não, melhor não revelar o que se passa ali; apesar de estarmos ainda bem no início do filme, é uma seqüência chocante, impressionante, e revelar o que se passa nela seria um spoiler. Mas é necessário dizer que é extremamente bem filmada, essa seqüência noir, cruel – toda feita sem explicitude alguma, mostrando os fatos sem os mostrar às claras. Depois do reencontro com Mado, Tony muda de idéia. Agora não só aceita participar do roubo à joalheria, como quer que seja não um rápido furto de algumas peças: quer que seja um grande assalto, para levar as jóias mais preciosas, as que estão guardadas num grande cofre. Para um trabalho de tal vulto, será necessário mais um homem, e Mario tem o nome certo: Cesare, também italiano, um homem que tem a fama de que nenhum cofre resiste a ele – e ele não resiste a nenhuma mulher. Cesare é interpretado pelo próprio Jules Dassin, que se escondeu – como se isso fosse possível – sob o pseudônimo de Perlo Vita. A sequência do grande roubo, que está bem na metade do filme, dura mais de 25 minutos, e é extraordinária, antológica. São mais de 25 minutos sem uma única palavra, em silêncio quase total. A música de Georges Auric, que em alguns momentos do filme chega a ser um tanto estridente, pára no momento em que o assalto se inicia. Vemos, em silêncio, todos os detalhes da ação. Ouvimos apenas os ruídos produzidos pelas ferramentas – ruídos surdos, suaves, para que o roubo não seja descoberto. Nunca tinha tido a oportunidade de ver Rififi, até agora. Por isso, não sabia o quanto o assalto a uma joalheria da Place de la Concorde de O Círculo Vermelho/Le Cercle Rouge, que Jean-Pierre Melville faria em 1970, se parece com esta seqüência impressionante de Rififi, feito 15 anos antes. Os acontecimentos que se seguem ao assalto, a trama, a história, é tudo um brilho. Noir, noir a não mais poder. O livo que deu origem ao filme popularizou a palavra rififi. ''Rififi'' se baseia no livro que tem o mesmo título do filme no original, Du Rififi Chez les Hommes, e que havia sido lançado em 1953, dois anos antes de o filme ser produzido. Foi o segundo livro publicado por Auguste Le Breton. Le Breton nasceu em 1913; seu pai foi morto na Primeira Guerra em 1915. Abandonado pela mãe, foi parar em orfanatos, ou “centros de educação vigiada” – autênticas prisões, quase campos de concentração. O primeiro livro que publicou, Les Hauts Murs, os muros altos, era exatamente um relato autobiográfico sobre sua trágica experiência nesses “centros de educação vigiada”. O livro deu origem a um filme excelente, duríssimo, barra-pesadíssima, dirigido por Christian Faure, de 2008, que no Brasil teve o título de Entre os Muros da Prisão. Depois de passar anos naqueles orfanatos-prisões, tinha tudo para virar um marginal, um bandido. Virou escritor. Escreveu cerca de 70 livros, muitos deles histórias policiais, com gângsteres, bandidos de diversos tipos, deserdados da fortuna. Diversas de suas obras foram adaptados para o cinema, depois deste Du Rififi Chez les Hommes – em que ele colaborou como co-roteirista e autor dos diálogos. Le Clan des Siciliens, obra de 1967, foi transformada em um ótimo filme por Henri Verneuil em 1969, que aqui teve o título de Os Sicilianos. Le Breton morreria, aos 86 anos, em 1999. Tem-se que foi Le Breton que criou a expressão rififi – criou, ou no mínimo foi o primeiro a divulgá-la na linguagem escrita. A partir do livro, e do filme, palavra se universalizou. Está no Aurélio como sinônimo popular de rolo.Para o filme, foi composta uma canção que apresentava a palavra “rififi” às pessoas mais cultas, que não a conheciam. La Chanson Le Rififi, de M.Philippe-Gérard e Jacques Larue, é cantada no cabaré-inferninho de Pierre, o novo marido de Mado, por uma das moças que trabalham lá, Viviane (interpretada por Magali Noël, na foto, num papel que transpira sexo). Cesare, o arrombador de cofres importado da Itália para fazer o serviço com a quadrilha, irá se apaixonar perdidamente por Viviane. E o advérbio perdidamente é literal. Muito do que acontecerá após o grande roubo terá muito a ver com a paixão do italiano que não resiste a uma bela mulher pela cantora do cabaré – assim como tem a ver pela paixão (e ódio) de Tony por Mado. Um personagem que é a imagem viva do fracasso. Jules Dassin ganhou o prêmio de melhor diretor por Rififi no Festival de Cannes de 1955. E o filme ganhou todos os elogios possíveis da crítica no mundo inteiro. Diz Georges Sadoul, em seu Dicionário de Filmes: A seqüência que fez, legitimamente, o sucesso do filme foi aquela quase documentária, da perfuração do teto e do cofre-forte, sem que se pronunciasse uma só palavra, o que tornou tanto mais eficiente a montagem dos ruídos. Sadoul foi muito econômico. Já o Guide des Films de Jean Tulard se derrama – diz que se poderia falar sobre o filme durante horas, e se estende longamente sobre ele. Alguns trechos: Du Rififi Chez les Hommes é o filme da renovação. Renovação do thriller psicológico à francesa, ele demonstrou que a arte e a ladroagem podem resultar num bom casamento. Nova arrancada após uma travessia do deserto de quatro anos de Jules Dassin, caçado pelos estúdios americanos no macarthismo, acolhido na França por H. Bérard, um produtor inteligente. Se os diálogos e os atores fazem de Rififi um filme tipicamente francês, é no entanto uma oportunidade de Dassin filmar um de seus thrillers neo-realistas de que ele tinha a receita em Hollywood: a mesma atmosfera sombria e pessimista, o mesmo sentido do absurdo… Simplesmente, as ruas (talentosamente filmadas) de Paris ocupam o lugar daquelas de Nova York ou San Francisco. Retorno ao primeiro plano igualmente de Jean Servais (na foto abaixo), na época relegado a um relativo esquecimento. Rosto devastado, voz cavernosa que deixa passar com reticência entre dois lábios contraídos, ele é a imagem viva do fracasso. Caramba, como escrevem bem os porras dos franceses. A imagem viva do fracasso! É exatamente isso que passa Jean Servais (1910-1976), mais um de tantos grandes nomes das artes francesas nascido na Bélgica – como Jacques Brel, Georges Simenon. E agora, um pouco do belo texto de uma americana, Pauline Kael: Um quarteto de ladrões arromba uma joalheria e durante uma tensa meia hora os vemos trabalhar, em silêncio. Parece um documentário muitíssimo hábil sobre como desligar um alarme contra arrombamento e abrir um cofre, e isso é absorvente do começo ao fim, porque vemos os assaltantes como artesãos e celebramos o trabalho de equipe, a elegância, o triunfo deles. Por ironia, vemo-nos simpatizando com seu cansaço honesto após a empreitada desonesta. Daí em diante, o filme, feito na França pelo diretor americano Jules Dassin, segue a tradição de Scarface, Inimigo Público e O Segredo das Jóias (e de Macbeth, anterior a eles), levando as figuras trágicas, acuadas (agora símbolos de nossos próprios instintos anti-sociais), a um acabamento cadavérico. Ao longo do percurso, Dassin mantém as coisas ativamente perversas, com aparições instantâneas de prostitutas do submundo, drogados e um assassino, um seqüestro e um (aqui corto fora uma informação que considero spoiler). Rififi é o avô de uma enxurrada de filmes de suspense sobre como desmontar sistemas de segurança e invadir bancos e museus, mas sua distinção particular está no tom sórdido. O livro 501 Must-See Movies diz que Rififi foi fotografado lindamente: Nenhum estúdio poderia substituir aquelas ruas, cafés e bares. A fotografia preto-e-branca cria um estilo maravilhoso e captura o clima da paris dos anos 50. O assalto em si é um grande exemplo da arte de fazer cinema. É isso aí. Um grande clássico, que merece todos os elogios que recebeu." (50 Anos de Cinema)
1955 Palma de Cannes
Top Década 1950 #30 Top França #23 Top Suspense #25
Pathé Consortium Cinéma Indusfilms Société Nouvelle Pathé Cinéma Primafilm
Diretor: Jules Dassin
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Date 26/02/2014 Poster - ##### - DirectorGilles BourdosStarsMichel BouquetChrista ThéretVincent RottiersSet on the French Riviera in the summer of 1915, Jean Renoir -- son of the Impressionist painter, Pierre-Auguste -- returns home to convalesce after being wounded in World War I. At his side is Andrée, a young woman who rejuvenates, enchants, and inspires both father and son.{Video/@@@@@} M/64
RENOIR
(Renoir, 2012)
''Cinebiografias podem ser bons filmes ou retratos fiéis de seus personagens. Em raros e ótimos exemplares, os dois objetivos são alcançados. "Renoir" (2012), com diretor e atores desconhecidos, chega perto. É um longa encantador, embora as liberdades tomadas pelo roteiro possam perturbar admiradores que sabem muito da vida do pintor Pierre-Auguste Renoir (1841-1919). A trama se passa em 1915, quando um Renoir envelhecido concentra forças para pintar. Fragilizado pela perspectiva da morte, ele conhece uma jovem que o atrai, Andrée. Mas quem também se interessa por ela é seu filho, Jean, que se tornaria um grande diretor na história do cinema francês. A direção de Gilles Bourdos é segura e envolvente, evitando que o centro da discussão seja a atração física. Um filme delicado e bonito, sobre as vicissitudes da paixão." (Thale de Menezes)
{Nem tudo que pode ser contado, conta. E nem tudo que conta pode ser contado} (ESKS)
''Certa feita disse Albert Einstein: Nem tudo que pode ser contado, conta. E nem tudo que conta pode ser contado. A frase me veio à cabeça ao assistir a esse drama francês sobre os últimos anos de vida do pintor Pierre-Auguste Renoir. A obra do impressionista francês hoje é tangível, tem valor de mercado. Sabe-se que um quadro seu vale milhares, talvez milhões de dólares. Mas e o intangível? Aquilo que não dá para ser contabilizado, a verdadeira experiência da arte? "Renoir'', o filme, tem o mérito de resgatar o impalpável da atividade e apreciação artística no retrato que faz do pintor e de sua última musa. Viajamos a 1915 e encontramos Renoir (Michel Bouquet) aos 74 anos, com dificuldades para trabalhar e mesmo se locomover graças a uma severa artrite que o tortura. Ainda que debilitado, inspira-se a pintar nova série de nus artísticos depois da chegada da aspirante à atriz Dedee (Christa Theret). A presença da moça de jeito blasé e pele alva provoca uma espécie de agitação repentina na rotina da mansão campestre do pintor, tanto entre as empregadas domésticas (muitas delas ex-musas de Renoir) como entre seus filhos: Coco Renoir (Thomas Doret), o mais novo e arredio, e o jovem Jean Renoir (Vincent Rottiers), que volta para casa ferido de guerra e se deixa levar pelos encantos inebriantes da inspiração despida do pai. Michel Bouquet encarna com perfeição o pintor e sua paixão pela arte, particularmente quando este discorre sobre o processo artístico de criação. O intangível da arte, o olhar do artista, a beleza que emana do objeto a ser retratado. Tudo aquilo que faz alguns poucos ainda hoje ficarem inertes por minutos a fio diante de uma tela. Essa coisa que não pode ser contabilizada, mas conta, e muito, com bem disse Einstein. Christa Theret, por sua vez, faz de Dedee uma musa também para a câmera do diretor e roteirista Gilles Bourdos. Exuberante com seus cabelos vermelhos, pele alva e uma impressionante presença cênica. Renoir se encanta com sua formosura e o espectador também, o que o leva a compartilhar do entusiasmo artístico do pintor e entender sua inspiração repentina. A química que funciona perfeitamente entre Bouquet e Theret, no entanto, é falha entre ela e Rottiers. Num filme convincente sob muitos aspectos, a paixão do casal não instiga e parece desprovida da força que o filme propõe. Isso fica ainda mais evidente na segunda metade do longa, quando o foco muda do pintor para o filho, sua relação com o pai e a paixão por Dedee, que o inspirou a virar o cineasta consagrado de anos mais tarde. Renoir também traz um problema evidente de má exploração dos conflitos propostos, o que gera certa frustração. A trama flerta com a rivalidade sexual, inveja entre pai e filho, antigas e nova musa, para em seguida deixar de aproveitar os enfretamentos sugeridos. O principal exemplo é do personagem Coco, o filho pré-adolescente que sofre com a evidente falta de atenção do pai, mas que depois é deixado de lado na trama. Mesmo com esse problema de subaproveitamento do enredo, Renoir é um filme que merece ser visto pelas boas interpretações, reconstituição de época impecável e fotografia feérica. Tem-se a impressão ao longo da projeção de se estar inserido numa pintura. Aquela sensação nada tangível de contemplar a arte e tirar dela impressões próprias, assim como fez Renoir, assim como faz o bom cinema." (Roberto Guerra)
2012 César / 2012 Palma de Cannes
Date 06/02/2015 Poster - ########## - DirectorRobert WiseStarsRichard BurtonJames MasonRobert NewtonRichard Burton plays a Scottish Army officer put in charge of a disparate band of ANZAC troops on the perimeter of Tobruk with the German Army doing their best to dislodge them.{Video/@@@@}
RATOS DO DESERTO
(The Desert Rats, 1953)
''Richard Burton estrela este instigante filme sobre homens corajosos que conseguiram deter o famoso Marechal alemão Erwin Rommel, apesar de estarem em esmagadora inferioridade numérica. Estamos no ano de 1941, e tudo o que está entre Rommel e o Canal de Suez é a fortaleza de Tobruk, que é defendida apenas por um pequeno batalhão australiano que o Capitão MacRoberts (Burton) precisa colocar em forma - e depressa. James Mason co-estrela esta obra nos brindando com uma intrepretação fantástica de Rommel nesta história repleta de ação sobre os heróis da 2º Guerra Mundial conhecidos como Ratos do Deserto." (Filmow)
26*1954 Oscar
Date 14/02/2015 Poster - ##### - DirectorElia KazanStarsMontgomery CliftLee RemickJo Van FleetA TVA bureaucrat comes to the river to do what none of his predecessors have been able to do - evict a stubborn octogenarian from her island before the rising waters engulf her.[Mov 05 IMDB 7,6/10] {Video}
RIO VIOLENTO
(Wild River, 1960)
"É o melhor filme de Elia Kazan, em que processos históricos e sociais fundamentais do século XX - para a América, mas também para o mundo - compõem um cenário no qual se instalam dramas humanos e intimistas muito vivos. Obra-prima de força descomunal." (Daniel Dalpizzolo)
"Talvez o semblante devastado de Montgomery Clift, em depressão aguda em 1960, contribua para o clima de "Rio Violento", de Elia Kazan. Ele faz Chuck Glover, um supervisor que precisa convencer uma moradora das proximidade do rio Tennessee a vender sua propriedade, pois o governo construirá uma represa no local. Este é o drama de Glover. O preço da obra é alto. Muitas histórias serão apagadas com inundação." (* Inácio Araujo *)
"Elia Kazan pode ser chamado de grego ou de turco. Ou, por que não, de americano, já que para lá imigrou ainda pequeno. Mas também pode ser chamado de cineasta de parte alguma: é alguém que ocupa uma estreita faixa, onde viver é sempre muito difícil. Em "Rio Violento", por exemplo, o personagem de Montgomery Clift é um agente federal (do governo Roosevelt) que precisa convencer uma senhora a abandonar suas terras, para que, naquele local, seja construída uma barragem. É a energia. O progresso. Os investimentos que parecem capazes de tirar os Estados Unidos de sua Depressão. No entanto, para Kazan, as razões de todos não são necessariamente melhores do que as razões de um. Para que o todo seja harmônico, é necessário que cada um faça parte dessa harmonia. Essa será a angústia de Monty ao longo do filme: fazer com que todos ganhem e ninguém perca. Não é uma tarefa; é um atalho para a tragédia." (** Inácio Araujo **)
1960 Urso de Ouro
Twentieth Century Fox Film Corporation
Diretor: Elia Kazan
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Date 29/04/2014 Poster - ######## - DirectorClint EastwoodStarsClint EastwoodSondra LockePat HingleA hard but mediocre cop is assigned to escort a prostitute into custody from Las Vegas to Phoenix, so that she can testify in a mob trial. But a lot of people are literally betting that they won't make it into town alive.[Mov 08 IMDB 6,4/10] {Video/@@@}
ROTA SUICIDA
(Gauntlet, The, 1977)
***
"A qualidade de imagem da TV não costuma ser das melhores. Não raro ver um filme que parece mais um VHS mofado. Torço para que não seja o caso com a ótima sessão que o canal programou. Temos "Rota Suicida", um filme policial estiloso, dirigido por Clint Eastwood, em que ele faz um agente que precisa proteger uma prostituta que vai depor contra mafiosos. (* Inácio Araujo *)
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''Clint Eastwood ainda não era Clint Eastwood, ou pelo menos não era reconhecido como tal em 1977, quando fez "Rota Suicida". No entanto, o essencial de suas virtudes está lá, na história do xerife que vai buscar em Las Vegas uma prostituta que irá testemunhar contra um gângster. A construção do personagem é bem Clint: o xerife é um homem íntegro, limitado, valentão, caipira. Ele deve enfrentar, para começo de conversa, a rebelde garota. Mas, como veremos, ele terá muito mais a enfrentar para cumprir sua missão até o fim.'' (** Inácio Araujo **)
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''Em "Rota Suicida", Ben Shockley é um tira provinciano enviado à cidade de Las Vegas com a missão de resgatar a única testemunha contra um chefe mafioso. Ele deve levá-la a Phoenix, no Estado do Arizona. O trajeto não é tão longo assim, mas, com chefe de máfia envolvido, presume-se desde logo que a travessia não será muito tranquila. Tanto mais que a testemunha, uma garota de programa, não tem a mínima disposição de se pôr em risco junto a ele. Os profissionais de Clint Eastwood, autor e ator do filme, seguem o modelo clássico. Pode-se lembrar do exemplar jornalista de Crime Verdadeiro, longa de 1999: ele só entra em campo quando a matéria é sua, seja sobre o assunto que for. Ok, o Clint de Crime Verdadeiro pode ser mais maduro que o de "Rota Suicida". Mas a aventura não é menor. Nem a franqueza.'' (*** Inácio Araujo ***)
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''Antes de virar um cineasta queridinho da crítica, principalmente depois do faroeste icônico Os Imperdoáveis, Clint Eastwood era campeão de bilheteria com tramas policiais no anos 1970. "Rota Suicida", dirigido pelo próprio ator em 1977, é um dos melhores longas dessa sua fase mais entretenimento. Ele vive um policial íntegro encarregado de levar uma testemunha para um julgamento em outra cidade. No caminho, descobre que Deus e o mundo (a polícia) querem matar a testemunha, uma loira bonitinha (Sondra Locke, mulher de Eastwood por mais de uma década). Na linha um homem só contra o sistema corrupto, o enredo tem um final empolgante, daqueles que o espectador se vê torcendo loucamente pelo mocinho." (Thales de Meneses)
Warner Bros. Malpaso Company, The
Diretor: Clint Eastwood
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Date 22/04/2015 Poster - ######### - DirectorDamián SzifronStarsDarío GrandinettiMaría MarullMónica VillaSix short stories that explore the extremities of human behavior involving people in distress.[Mov 09 IMDB 8,2/10] {Video/@@@@@} M/77
RELATOS SELVAGENS
(Relatos Salvajes, 2014)
"As histórias possuem um ritmo, montagem, clima e moral quase perfeitos. Uma felicidade suprema -e rara - do cinema argentino." (Alexandre Koball)
"Como todos os filmes em episódios, o resultado é desigual (o terceiro, que me lembrou "Encurralado", é brilhante; o último, do casamento, nem tanto). Ainda assim, o projeto mostra uma Argentina atual, corrupta, burocrática, vingativa e surreal. Bom filme." (Régis Trigo)
"O homem e seus instintos. Szifron versa sobre isso em uma antologia de alto nível, com segmentos de resultados distintos, mas sempre bons ou ótimos - pelo menos dois são geniais. Uma deliciosa mistura de humor negro, violência e até mesmo denúncia." (Silvio Pilau)
"Proporciona uma sequência de histórias malucas, todas incrivelmente relevantes, inconsequentes e deliciosamente divertidas." (Marcelo Leme)
"Escalona contos que tornam o cotidiano em absurdo de maneira extremamente divertida. Bem filmado, bem interpretado e não deixa o ritmo cair em nenhuma das histórias, sempre buscando uma discussão mais profunda no humor negro. Um dos melhores do ano." (Rodrigo Cunha)
"Pequenos relatos sobre situações cotidianas (ou nem tanto assim) que juntos formam um grande filme. Criativo, dramático, tenso, exagerado na medida certa e com bons momentos de humor-negro da melhor qualidade!" (Léo Félix)
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''Relatos Selvagens" começa por detectar uma situação argentina: em seis histórias curtas, conflitos interpessoais se manifestam de forma explosiva. Como se as pessoas mal se susportassem e os códigos que regem a convivência na sociedade tivessem se tornado inútteis. O sucesso no Brasil nos trouxe outra informação: tudo aquilo poderia ter se passado muito bem aqui. Seria um mal latino-americano. O êxito do filme foi um pouco além, no entanto, e ele chegou a ser indicado ao Oscar de filme estrangeiro. Diante desse quadro animador louve-se o fato de Damián Szifron, diretor, não permitir que o mau humor invada sua seara. Já é um feito, mas não único.'' (* Inácio Araujo *)
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''Não é por nada que o argentino "Relatos Selvagens" fez o sucesso que fez, no Brasil e em boa parte do mundo. Damián Szifron captou, nos seis episódios de sua estreia no longa algo com que qualquer espectador pode se identificar facilmente: a raiva. Ou, mais precisamente, esse momento em que perdemos o controle sobre nossos atos, em que não nos importa nem mesmo morrer, desde que possamos levar para o túmulo, junto, a pessoa que nos tirou do sério. Talvez o melhor episódio, nesse sentido, seja o que envolve dois automobilistas em uma estrada. Ah, Szifron capta muito bem o quanto coisas insignificantes tornam-se enormes no trânsito. Ou antes: como as coisas do tráfego automobilístico acontecem, basicamente, num espaço mental. Mental, aqui, como sinônimo de insano. Disso, tira-se um filme divertido: é bem mais do que nada. '' (** Inácio Araujo **)
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''Jáno Argentino "Relatos Selvagens", algumas muito banais me parecem fascinantes. A mais evidente delas é o ódio automobilísticos: essa força que faz alguém ser capaz de matar ou morrer por uma idiotice qualquer. Não me lembro de ver esse tipo de coisa teorizado (mas não sou nenhum conhecedor do assunto), mas Damian Szifrón, que assina a direção e o roteiro, captou a situação muito bem.'' (*** Inácio Araujo ***)
''Dos anos 1990 para cá, uma sequência de ótimos ou bons filmes argentinos fez o público brasileiro morrer de inveja da "geração Ricardo Darín" do cinema portenho - o ator estava em oito de cada dez filmes de sucesso em seu país. Depois de um curto período recente de uma safra não tão boa, a comédia "Relatos Selvagens" veio para botar novamente o cinema argentino no topo. As pequenas histórias de humor e violência que compõem o filme são realmente impactantes. Filme de episódios costuma ser irregular. No caso de "Relatos Selvagens", como não adorar um filme sobre o qual quem assiste fica discutindo durante horas qual é o melhor capítulo? Ah, sim, Ricardo Darín está em um deles, como um cidadão que se sente cada vez mais ultrajado com a burocracia estatal. Qualquer brasileiro vai se solidarizar com ele." (Thales de Menezes)
''Como nos filmes da série Premonição ou numa maratona de um daqueles programas de TV sobre formas esdrúxulas de morrer, o espectador assiste a ''Relatos Selvagens'', comédia de humor negro escrita e dirigida por Damián Szifron em forma de antologia, com aquela ansiedade de antecipar como os personagens da vez vão terminar. São seis histórias sobre perda de controle, motivada em sua maioria pela brutalidade do dia a dia. Passageiros de um avião, uma lanchonete de beira de estrada, motoristas numa estrada, um pai de família azarado, uma noite de casamento e uma negociação dramática são os cenários, personagens e situações escolhidos por Szifron para fazer jorrar algum sangue e, eventualmente, tecer comentários sobre o estado das coisas. Criado na televisão argentina, onde trabalhou desde 2002 em séries policiais e cômicas (como Os Simuladores, retransmitida no Brasil), Szifron traz a Relatos Selvagens o modo descomplicado de narrar que aprendeu ao longo desses anos. Seu filme executa pequenas variações do mesmo tema, o clássico "um dia de fúria", sem grandes pretensões artísticas. É o tipo de filme-pipoca que junta escapismo com sadismo, e que tende a encontrar no espectador, pela própria escolha do seu tema, um parceiro para compartilhar sua sessão de descarrego. E ''Relatos Selvagens'' não economiza na hora de extravasar. As histórias dos motoristas na estrada e da festa de casamento são as melhores justamente porque o diretor testa, o tempo todo, os limites cômicos do sadismo. Perceber que o humor negro é incontornável num filme como esse é o trunfo de Szifron, e nem daria para ser muito diferente." (Marcelo Hessel)
Da Argentina, chega um filme em episódios diferente de todos: é muito bom.
''Poucos riscos são maiores no cinema do que filme em episódios. Grandes diretores não acertaram, Contos de Nova York tinha Coppola, Scorsese e Allen e ficou capenga; O Amor na Cidade tinha Fellini, Antonioni, Risi e não funcionou a contento; os recentes projetos da série Cidades do Amor tiveram altos e baixos, mesmo contando com os maiores cineastas da atualidade em seus elencos. Aí, de repente, Cannes selecionou um jovem cineasta argentino para a competição, um festival que sabemos ser concentrado e quase elitizado quanto a seu elenco. Então o filme é exibido, e aplaudido. Muito. E bate recordes de público no seu país de origem. E é um filme de episódios. A pergunta: como Demian Szifron conseguiu a façanha do equilíbrio em meio a seis sensacionais pedaços de vidas cotidianas? Definitivamente estamos diante de um talento a ser observado, independente da parte do mundo de onde ele veio. Nos últimos tempos temos visto nosso circuito ser abraçado pela cinematografia portenha, e vimos Ricardo Darin ser alçado a condição de astro/galã. Mas como toda cinematografia que explode em qualquer lugar, o excesso acontece... e a mesmice... e começamos a acompanhar tudo, inclusive os deslizes e tropeços. Vejamos o próprio Darin: Relatos Selvagens foi emparelhado entre dois outros filmes do cara, o recém lançado O Que os Homens Falam e o futuro lançamento Sétimo, ambos bem fracos, para ser simpático. Porque o excesso traz a normalidade de cada um, que não é ser excepcional 24 horas por dia. Vimos de tudo do cinema dos nossos hermanos, os acertos e os erros. Mas chegou um outro filme então a mostrar o lado argentino que o público médio acostumou a chamar de excelente, contra todos os prognósticos já listados. O grande mérito de Szifron talvez seja mesmo radiografar as neuroses do dia a dia com segurança espantosa, e cheio de frescor. E fica fácil conseguir o abraço popular, quando você tem uma sociedade que está cansado de tudo o que é mostrado no filme, e morrendo de vontade de liberar as frustrações em cima do primeiro que passar na frente. Lembram de Um Dia de Fúria, o filmaço de Joel Schumacher com o ensandecido Michael Douglas? Imaginem isso desdobrado em seis situações distintas e sem moralismo no final pra colocar a culpa em alguém. Porque não há culpa, não há vítima, não há ninguém a quem desaguar... e acabamos fazendo isso em nós mesmos. Então a situação do avião, uma vingança em um restaurante, uma perseguição de carros sem motivo, a angústia de ser lesado pelo governo, um atropelamento que se transforma num grito mudo de socorro ou o desabafo de um casamento que nasce aos pedaços soam muito familiares e próximas; todos nós já vivemos ou estivemos do lado daquelas situações. E contando com um elenco excepcional (Darin - sempre ele! - inclusive) e montagem perfeita, o filme conseguiu um feito: unir público e crítica, uma manobra cada vez mais rara e arriscada hoje em dia. Com um roteiro azeitado e direção bem arrojada, o filme é um sucesso deslumbrante, daqueles que dão gosto de assistir. E além de tudo há a identificação pessoal, e intransferível. Assistir o filme e acompanhar suas situações-limite é, acima de tudo, se colocar naquelas posições e nos questionarmos. Mas não estamos falando de um filme-tese chato, mas de uma alegoria pop e muito bem realizada, um petardo de humor negro que vai detonando cada uma das convicções mais básicas da sociedade e transformando todo e qualquer um, de qualquer classe social retratada, na mais cruel besta fera. Com o apoio de todos nós, espectadores." (Francisco Carbone)
''A situação sai inesperadamente do controle. Em um voo de carreira, na estrada, no restaurante, num casamento, nas filas de repartições. A química entre vingança e fúria se transforma em explosão, rompendo limites da convivência cordata e namorando com o surreal. Seis histórias com esses ingredientes compõem o argentino "Relatos Selvagens", dirigido por Damián Szifrón e produzido por Pedro Almodóvar. Ágil, o filme mistura comédia e drama. Diverte, mesclando soluções surpreendentes e mais previsíveis. Em parte dos episódios, o abismo surge em momentos prosaicos. Numa estrada livre, o homem rico com um carro de luxo xinga o pobre que, em um velho calhambeque, prejudica a ultrapassagem. A coisa parece fluir em ritmo de comercial de veículos até que... um pneu fura. Daí se vai até o grotesco e o humor negro. Em outro caso, o protagonista vivido pelo galã Ricardo Darín se rebela contra a burocracia do departamento de trânsito que guincha o seu carro e lhe aplica multa por estacionar em lugar proibido. A situação banal ganha ares de conspiração (o cidadão versus o Estado?) e mergulha num desfecho incômodo, brincando com o terror. O foco na gana em fazer justiça com as próprias mãos também rege a história macabra e sombria que acontece tarde da noite em um restaurante. Igualmente é esse o mote da narrativa que inaugura a fita; numa cabine de avião, uma modelo, olhando as fotos de feras em revista de bordo, começa a conversar com um vizinho de assento. Descobrem que têm um perturbador conhecido em comum. Mais presumível é o desenrolar do último episódio, que se passa numa estridente festa de casamento prestes a desmoronar - ou a virar uma farsa mais vibrante. Uma sátira ao maravilhoso mundo corrupto de poderosos sustenta o caso provocado por um atropelamento em um bairro rico de Buenos Aires. No conjunto, o filme tem uma dinâmica intensa. Mas pouco se fica sabendo sobre os personagens que perdem as estribeiras. Diferentemente de Um Dia de Fúria, no qual Michael Douglas interpreta um desesperado desempregado, que ganha densidade dramática na sua explosão de raiva, aqui tudo é consumido no turbilhão de sequências frenéticas, sem tempo para reflexões. Criador da série argentina Os Simuladores, o diretor Damián Szifrón trabalha bem a partir da lógica televisiva. Cortante, sua estética conquista e envolve. Afinal, quem não esteve à beira de um ataque de nervos?" (Eleonora de Lucena)
87*2015 Oscar / 2014 Palma de Cannes
Top 250#233
Top 200#184 Cineplayers (Usuários)
Top Década 2010 #10 Top Argentina #2 Top Espanha #5 Top Comédia #43 Top Suspense #46
Corner Producciones El Deseo Instituto Nacional de Cine y Artes Audiovisuales (INCAA) Instituto de la Cinematografía y de las Artes Audiovisuales (ICAA) Kramer & Sigman Films Televisión Federal (Telefe)
Diretor: Damián Szifrón
34.668 users / 23.674 face
33 Metacritic
Date 25/05/2015 Poster - ##### - DirectorBrad BirdJan PinkavaStarsBrad GarrettLou RomanoPatton OswaltA rat who can cook makes an unusual alliance with a young kitchen worker at a famous Paris restaurant.[Mov 07 IMDB 8,1/10] {Video/@@@@} M/96
RATATOUILLE
(Ratatouille, 2007)
TAG BRAD BIRD / JAN PINKAVA
{simpático}Sinopse
''Em plena França, na cozinha de um conceituado restaurante, vive um ratinho chamado Remy. Ele tem um gosto diferente dos demais, adora cozinhar e acredita que um dia poderá ser chef. Então uma oportunidade aparece e seu sonho está perto de virar realidade quando encontra um jovem cozinheiro atrapalhado que não sabe cozinhar, mas precisa do emprego. Remy resolve ajudar o rapaz, e aí começa a confusão.''
"A animação é fantástica e a história, apesar de tantos clichês e esquematismos, agradável e certamente emocionante. Não é o grande filme da Pixar, e as crianças poderão achar enfadonho (ruim para animações), mas é sim uma experiência positiva." (Alexandre Koball)
"Nada vai me fazer esquecer a cena de Anton Ego experimentando o prato preparado pelo ratinho Remy. Brilhante!" (Régis Trigo)
"Quando as imagens mais encantadoras de Paris foram criadas pela Pixar. Além de que a história é uma graça e do fato de eu concordar plenamente com as palavras de Régis, ao referir-se ao que considero um dos flashbacks mais memoráveis do Cinema." (Rodrigo Torres de Souza)
"Às vezes Hollywood faz descobertas impressionantes, e disso "Ratatouille"é um bom exemplo. A tendência atual, de a culinária se transformar na grande arte pop, naquele momento apenas se insinuava. Hoje já não se fala do filme que vimos nem do novo disco de Gil ou Caetano... Fala-se do restaurante, do chef, da harmonização... Mas "Ratatouille" atravessa a cozinha para chegar ao seu verdadeiro assunto: a exclusão. Temos aqui um ratinho com enorme talento culinário. É fato que os americanos adoram ratos desde pelo menos Mickey Mouse. Mas um rato na cozinha... E os autores do filme respondem: por que não? O nojo que causa não é equivalente a tantas outras repulsas que todos os dias se emitem, inocentemente ou não? Eis a questão do filme. Como de hábito, o cinema americano mais grave, hoje, é o feito para crianças." (* Inácio Araujo *)
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''Outra dessas dúvidas que me ocorrem de tempos em tempos: por que os norte-americanos apreciam tanto os ratos? Já existia o Mickey, o Super Mouse, liderando uma legião de roedores simpáticos, que, no entanto, convivem com um cuidado por vezes obsessivo com a higiene. "Ratatouille" retoma esse viés. Esse ratinho francês é dotado de um talento culinário incomum. Não importa onde cultivou esse dom: ele o possui, eis o fato. Mas como pode um rato frequentar uma cozinha. Não pode. Mas ele sente-se como que forçado a lutar contra o mau gosto, que recebe quase como uma ofensa pessoal. Daí extraiu-se uma animação mais alegórica do que outra coisa: o rato representa o outro, o diferente, o imigrante. Todas essas categorias estigmatizadas não se sabe muito bem por que razão encontram-se de certa forma representadas neste filme afinal bem simpático.'' (** Inácio Araujo **)
Tecnicamente esplendoroso como esperado, o novo longa da Pixar perde-se em meio a tantas lições de moral batidas.
''Ratatouille'' é a nova animação da parceria Disney/Pixar, responsável, por exemplo, pelo sensacional Procurando Nemo. A direção fica por conta do competente Brad Bird que, por sua vez, é responsável pelo ótimo Os Incríveis. A junção de dois grandes elementos – estúdio de sucesso e diretor competente – teria como resultado óbvio uma grande animação. Mas não é o que ocorre nesse novo trabalho de Bird. O filme não é ruim, mas deixa um pouco a desejar. O longa conta a história de Remy, um ratinho diferente dos demais de sua espécie. Ele tem paladar e olfato apurados e, por isso, deseja usar seu dom especial na culinária. Remy sonha em ser o maior chef de Paris. Ao se perder de sua família, o ratinho acaba encontrando Linguini, um jovem cozinheiro que não tem o mínimo talento para gastronomia. Pronto. Está formado o cenário ideal. Se Remy não pode ser chef de cozinha por ser um rato, e o jovem também não pode ser chef por não ter o mínimo jeito para a coisa, nada melhor do que uma parceria entre os dois. Assim, Remy começa a ajudar o desastrado jovem a preparar deliciosas receitas em um restaurante parisiense. Brad Bird concebeu um filme ingênuo. Apesar de ser uma animação, gênero que proporciona mais liberdade criativa, o exagero, em algumas ocasiões, prejudica o convencimento do que se passa na tela. São seqüências que, como forma de desenvolver a história, utilizam-se de saídas fáceis. Quando o ratinho está perdido no esgoto da cidade, aparece o fantasma – fruto da imaginação de Remy - do falecido chef de cozinha, e dono de um famoso restaurante, Gusteau, que tinha como bordão a frase todo mundo pode cozinhar. O fantasma acaba trazendo informações demais. Ele é um dos elementos encontrados pelos roteiristas para dar continuidade ao longa sem maiores explicações. O roteiro de Ratatouille, de uma maneira geral, é inferior aos das outras animações da Pixar. O avanço notável, assim como já era esperado, está na qualidade visual da animação. Em uma cena, por exemplo, há uma bonita visão de Paris, vista do alto. Se as animações costumam divertir com boas piadas, Ratatouille foge à regra. É possível contar nos dedos as passagens e diálogos realmente engraçados (o público vai perceber claramente a falta de cenas que provocam riso). A animação acaba sendo infantil, um pouco vazia, sem empolgação. Não fui envolvido pelo que via. As mensagens são tantas e tão presentes que parecem exageradas. O filme torna-se ingênuo justamente pelo excesso de lições de moral.Falando em lições, algumas delas chegam ao exagero. Quando ainda está no esgoto, o que Remy mais quer é um pedaço de comida. Ao conseguir chegar ao restaurante e se deparar com tanta comida, o ratinho não ingere nada, pois o espírito do chef Gusteau aparece para dar uma das várias lições de moral: Não roube comida, crie. Tudo bem que roubar é errado, tudo bem que o filme é para as crianças, mas tudo tem um limite. O ratinho está morto de fome e não vai comer porque sua imaginação não deixa? Então, pode-se concluir que Gusteau é a representação do subconsciente do ratinho, o que torna válida e menos condenável a intenção do roteiro. Depois vem uma passagem de extremo mau gosto, quando o fantasminha afirma que quem quer consegue comida. Será mesmo? Depois disso fiquei me perguntando por que, então, existem tantas pessoas que passam fome se, para comer, basta querer. É compreensível o filme ter a intenção de passar a mensagem de que roubar não é correto, mas para conseguir isso comete exageros. Ratatouille tem dois vilões. O chef que assume a cozinha de Gusteau após sua morte, e o crítico gastronômico Anton Ego, responsável pelo clímax da produção. O imponente e respeitado Ego foi, no passado, quem acabou por tirar a cotação máxima do restaurante ao escrever uma crítica negativa sobre a comida do local. O sucesso da parceria entre Remy e Linguini acaba chamando a atenção do crítico, que decide conferir a qualidade da refeição servida no restaurante. Já próximo do final, ''Ratatouille'' demonstra achar injusto críticas negativas. Um determinado personagem, referindo-se à crítica gastronômica, conclui que até o pior produto é mais digno do que a pessoa que o julga ruim (não necessariamente com essas palavras, mas a mensagem é essa). Vendo o longa, fica claro que, intencionalmente, as mesmas palavras se encaixariam perfeitamente em um relato sobre qualquer tipo de crítica, incluindo a cinematográfica. Mas o papinho moralista não convenceu. Se o filme deixa a desejar, e pode, como conseqüência, receber uma ou outra avaliação não muito animadora, isso não tira sua dignidade – ao menos nesse caso - mas isso não quer dizer que uma produção não muito boa – como é o caso - não possa ser criticada por sua qualidade limitada. Dentre as várias lições que a animação da Disney tenta ensinar – roubar é errado, quem quer consegue, a importância da família e da amizade, etc. - está o apelo pela conservação e respeito da natureza. Devido à importância do assunto, atualmente muito discutido, e a maneira sutil como essa mensagem foi passada – os diálogos sobre o tema ocorrem na cena em que o pai de Remy lhe mostra como é a natureza dos homens, em frente a uma vitrine – esse trecho se salva da mesmice que se tornaram algumas cenas com mensagens claras. O que mais atrai são as qualidades técnicas e os pratos preparados por Remy, que, realmente, dão água na boca, como o que deu nome ao longa: Ratatouille." (Emilio Franco Jr)
Ratatouille reafirma o prestígio da Pixar e confirma o talento de Brad Bird.
''Apesar de não superar o sucesso que obteve com Os Incríveis, o diretor Brad Bird se firma como um dos mais talentosos da Pixar, voltamos a ver a magia trabalhando durante a projeção de Ratatouille, uma animação cheia de classe que não apenas deve divertir pais e filhos, mas deve ser um dos melhores filmes americanos do ano. Já virou clichê apresentar o currículo da Pixar, por isso, a esta altura, quem conhece e gosta não vai se decepcionar. Em cada cena, se vê a atenção para detalhes e o meticuloso trabalho técnico e artístico de cada elemento, a Paris é rendida com uma paleta de cores quente, vibrante, e cada prato de comida tem um realismo que faz com que você sinta fome durante a projeção. A animação é impecável, o timing, a atuação, a direção de cenas. Mas de novo, é nos personagens e no roteiro que está o melhor do filme. A saga do ratinho Remy é a clássica história de um personagem dividido entre dois mundos, o mundo dos ratos é descrito da mesma maneira como o dos brinquedos em Toy Story, inserido num contexto "real" onde eles agem à margem do conhecimento dos humanos, o que funciona melhor do que no universo totalmente fantasioso de Carros por exemplo, a câmera de Bird frequentemente se coloca na perspectiva do rato, passeando por dentro de paredes e sobre prateleiras na escala diminuta deles, criando empolgantes cenas de ação. Já para o universo dos humanos, qualquer um que assiste programas gourmets na TV vai se identificar e, mesmo que não assista, o próprio filme se encarrega de introduzí-lo: da hierarquia da cozinha, às personalidades fortes dos chefs e a paixão pela boa comida, tudo inserido no charme francês. E charme o filme tem de sobra. A magia está na maneira como uma série de improváveis e divertidos incidentes une Remy e o jovem e desajeitado Linguini, o roteiro é ágil e os dois personagens se complementam não apenas tematicamente, mas sua dinâmica funciona que é uma beleza. Já foi dito que as cenas em que Remy controla os movimentos de Linguini é comparado à melhor comédia física de gênios do cinema mudo, apesar do exagero essas cenas realmente são brilhantes e reafirmam o talento dos animadores da casa. Sua habilidade em tornar até os personagens secundários carismáticos e interessantes também é louvável, a eclética equipe da cozinha do Gusteau's, ou o irmão bonachão de Remy se destacam, mas quem rouba a cena é o funesto crítico gastronômico Anton Ego, dublado com perfeição pelo veterano ator Peter O'Toole, é uma daquelas criações que se tornam inesquecíveis e é inteligente da parte de Bird economizá-lo até o genial clímax da história. Recomendo aos adultos que forem sem crianças ao cinema conferirem a versão legendada, só por causa dele. Eu compreendo a bronca do meu colega Emilio em sua crítica por causa das frequentes lições de moral que Remy escuta do fantasma do Gusteau, mas num momento Remy chega a dizer para o fantasma/consciência que o segue: Você só diz o que eu já sei!" Passando assim a agir mais por instinto, sem se prender por muitos dilemas e regras, inclusive os auto-impostos. Ele ainda diz ao pai (que vive preso a um pacote de regras e morais próprias também) sobre seguir diante, essa é a única mensagem verdadeira de Ratatouille. Pode-se dizer até que o filme é anti-lições de moral, pois são elas que impedem o personagem de crescer. Ingênua a história pode ser, mas é difícil não se envolver com os personagens e os elementos exagerados da trama fazem parte do melhor da história, do que a faz divertida. Claro que animação não deve conhecer limites, pelo contrário ela deve quebrá-los, senão teria sido melhor filmar em live-action. O público na minha sala parecia se divertir bem mais do que na sessão de Shrek Terceiro que assisti alguns dias antes, exatamente por conta das tais cenas absurdas, que remetem a clássicos da animação como Tom & Jerry e Pateta. Se tem alguma coisa que eu achei um tanto mal resolvida foi o falso final, antes do climax verdadeiro vários pontos da trama se resolvem rápida e abruptamente. Há de se louvar o desejo de não esticar desnecessariamente a película, mas comprometeu um pouco a fluidez da história, impecável até esse ponto. Ratatouille é um daqueles filmes que dá prazer de assistir e já estou com vontade de revisitar o restaurante de Remy. Um lembrete: o curta exibido antes do filme é divertidíssimo, não chegue atrasado." (Ary Monteiro Jr)
A Pixar volta à sua melhor fase, criando uma das melhores animações da história do cinema.
''Há poucos anos a animação tradicional acabou sendo jogada para escanteio devido a sua mesmice narrativa e por concorrer diretamente com a novidade das animações por computador, então vista como algo revitalizante para o gênero. O tempo passou e aquele mesmo lugar comum que infestava a animação em duas dimensões tomou conta do segmento novo-rico. Como resultado, uma abundância de filmes de tecnologia cada vez mais aprimorada e conteúdo cada vez mais frágil. A pioneira Pixar, entretanto, jamais se acomodou, sempre primando pela qualidade tanto técnica, na qual é imbatível, tanto no esmero com as histórias a serem contadas. Mas a recepção frustrante do então último longa-metragem da empresa, Carros, e toda a bagunça envolvendo a ameaça de separação da Disney, fez com que se acendesse um sinal amarelo dentro da companhia. Somado a esses fatos a incredulidade geral a respeito de um rato ser o protagonista de ''Ratatouille'', entende-se o porquê do acolhimento um tanto quanto morno por parte do público. Uma enorme injustiça, levando-se em conta que, ao final da projeção do filme, temos a sensação de não só termos visto, de longe, a melhor animação da companhia, como também um dos melhores exemplares da história. Há quem aponte Ratatouille superior ao clássico Branca de Neve e os Sete Anões, tido por nove entre dez cinéfilos o grande ápice do gênero. Comparações inúteis à parte, é bem provável que Walt Disney, caso fosse vivo, ficaria orgulhoso de Brad Bird, o diretor de Ratatouille e que anteriormente dirigiu o subestimado O Gigante de Ferro para a Warner e o eletrizante Os Incríveis, sua estréia na Pixar. O próprio Disney fez de um rato uma de suas maiores criações, o tão famoso quanto intragável Mickey Mouse. Já com Remy, personagem-mor do filme de Bird, a empatia é tão instantânea que é impossível não recordar de Dory, a peixinha sem memória que rouba a cena em Procurando Nemo, outra obra-prima da Pixar. Remy é um primor em se tratando de construção de personagem. Afinal, era uma grande ousadia transformar em estrela um rato, espécie das mais asquerosas e comumente retratada de forma vil seja no cinema, seja em outros meios de entretenimento. De certo, o cuidado com a apresentação do personagem e seu desenvolvimento no decorrer da história apresenta, sem jamais dissociá-lo das características dos genus rattus, nada mais que uma nova roupagem para a velha história da Gata Borralheira. Só que se em Cinderela a própria buscava a aceitação através da aparência, por melhor índole que tivesse, Remy busca o mesmo através do seu talento nato, cozinhar. E se o sonho de Remy é tornar-se um cozinheiro, nada melhor que ambientar a história em Paris, a capital gastronômica do planeta. E poucas vezes se viu a cidade tão bem fotografada. A cada beco, a cada paralelepípedo incrustado no chão molhado pela chuva digital, tudo nos remete à Paris romanceada do imaginário comum. Quando serve-nos a cidade em panorâmicas, o filme alcança um nível de realismo tamanho que quase esquecemos que estamos diante de uma animação, e não de um fotograma real. A qualidade técnica e artística a Pixar é tão grandiosa que até os menores detalhes ganham atenção redobrada. É fácil perceber o carinho que cada frame recebe, desde o rápido brilho na maçaneta de uma geladeira até o automóvel que passa bem ao fundo de uma cena noturna. A iluminação é de um preciosismo sem tamanho: lindíssima a cena na qual Remy percorre os subterrâneos parisienses, até chegar ao topo de um edifício. Cena esta que também possui uma notável montagem, tão nervosa a ponto de fazer as crianças pularem de alegria nas poltronas. ''Ratatouille'' também não deixa de ser manipulador também com os adultos, afinal é praticamente irresistível não desejar saborear os pratos preparados por Remy, apreciados até pelo mais temido crítico culinário da animação! Quanto a maior dificuldade atual da animação, o feitio de seres humanos, o diretor Bird acertadamente optou por traços caricaturais e arredondados, longe de querer ser verossímil. Outra cena memorável é quando Remy é descoberto dentro da cozinha do restaurante de seu falecido mentor, e é criado um fuzuê para capturá-lo. A montagem perfeita novamente entra em ação e a música pontual de Michael Giacchino – outra delícia – faz nos relembrar dos melhores pastelões do mestre Buster Keaton ou dos Três Patetas. É nessa cena, inclusive, que nos é apresentado Linguini, o atrapalhado ajudante de limpeza do restaurante que salva o rato da enrascada (ou seria o contrário?) e de onde surge a amizade que possibilita a concretização dos sonhos de ambos. Com tantas qualidades, ''Ratatouille'' ainda consegue emocionar em seu desfecho e deixar muita gente na dúvida se o flautista de Hamellin estava agindo sob as ordens do chef Skinner, o chef antagonista de Remy na trama. Merci beaucoup, Pixar! E não se atrase para a sessão: antes do filme há a tradicional apresentação de um curta-metragem da empresa. Desta vez é o engraçadinho Quase Abduzido, indicado ao Oscar esse ano." (Andy Malafaya)
''A responsabilidade pela transmissão da peste negra, durante a Idade Média, não foi dos ratos, mas das pulgas que carregavam como parasitas -e que também os matavam. A defesa da espécie está em uma insólita peça de propaganda, o curta-metragem Seu Amigo, o Rato, que complementa, como extra do DVD, o esforço de "Ratatouille" para tornar simpático um animal que provoca asco. Nem a popularidade e longevidade de Mickey Mouse se equiparam ao que o oitavo longa-metragem da Pixar - a produtora de animação digital por trás de êxitos como Toy Story e Procurando Nemo - consegue fazer pela causa. Vitória de Remy, o simpático rato do interior que, dono de olfato e paladar especiais, se torna chef na capital. O restaurante, no entanto, é de humanos; a capital, Paris. "Ratatouille" extrai seu charme de estereótipos sobre a excelência da culinária francesa, aliados à idéia de que qualquer um pode cozinhar (slogan do chef morto cujo fantasma acompanha Remy) e contraposto ao nonsense de atribuir a um rato a sofisticação de um cozinheiro premiado. Na construção da habilidosa fantasia que o insere na lista VIP de filmes sobre o tema, adquire importância um personagem secundário, o crítico gastronômico Anton Ego, que a dublagem do inglês Peter O'Toole contribui para tornar ainda mais simbólico - de autoridade afetada, mas também de paixão pelo objeto de estudo. Essa ligação profunda do vampiresco Ego com o prazer da comida vale a "Ratatouille" uma seqüência digna de antologias sobre a culinária na tela, quando o prato do título finalmente surge. Os sentidos lhe proporcionam uma viagem no tempo, as sensações o remetem a outro espaço, a vida adquire subitamente colorido. Nenhum restaurante sonharia com imagem mais eficaz na síntese do que os seus serviços podem oferecer. Além de Seu Amigo, o Rato, paródia ao formato convencional do filme didático, os extras do DVD trazem o curta Quase Abduzido, que acompanhou a exibição do longa nos cinemas, e o documentário Gastronomia e Filmes: Uma Conversa com Brad Bird e Thomas Keller. Bird é o diretor de "Ratatouille" (e de Os Incríveis); Keller, um dos chefs que trabalharam como consultores. Seus depoimentos fazem conexões entre a arte da animação e a da culinária, mas não satisfazem a curiosidade a respeito de como a Pixar se mobilizou para transformar Remy no rato que toda dona-de-casa gostaria de manter na cozinha." (Sergio Rizzo)
''Eles conseguiram novamente. Por ''Ratatouille'', o estúdio de animação Pixar destaca-se novamente no mercado, marcando sua hegemonia em produções do gênero. Ponto também para a Walt Disney, estúdio tradicional em animações que, após perder terreno para a Pixar, preferiu comprar a empresa e investir em todo o potencial criativo da equipe, esbanjado novamente em sua nova produção. O cenário de Ratatouille é a lúdica Paris, reconhecida como não somente a cidade das luzes ou do amor, mas também como capital da gastronomia mundial. Lugar perfeito para que Remy realize o sonho de se tornar um chef a não ser por um pequeno problema: ele é um rato e, como sabemos, essa espécie é muito mal-vista nas cozinhas do mundo todo graças a seus hábitos de higiene. Mas Remy até que é um ratinho limpinho e seu maior herói é o chef Auguste Gusteau, que costumava ser o proprietário do restaurante que leva seu sobrenome, um dos mais prestigiados de Paris, antes de sua morte. Ele também é autor do livro Todo Mundo Pode Cozinhar e é inspirado nessas palavras que nosso herói nutre esse sonho, também alimentado por seu olfato e paladar apurados, capazes de, juntos, criar os mais diversos e apetitosos sabores. Quando ele conhece Linguini, o novo responsável por jogar o lixo do Gusteau's, encontra no jovem uma oportunidade de colocar seu talento à disposição da cozinha de seu herói e, quem sabe, salvar o estabelecimento da falência após a morte do proprietário. Skinner, o novo chef no comando da cozinha, é a pedra no sapato da dupla, sempre querendo descobrir, afinal, como Linguini aprendeu a cozinhar tão bem. A história de Ratatouille é envolvente. Ela dosa divertidos toques de absurdo e fantasia a situações reais, seduzindo tanto os espectadores infantis quanto os mais crescidos - algo bastante explorado pelas animações atuais. A animação traz personagens carismáticos e divertidos, além das tradicionais lições de moral, presentes em produções do gênero. Valores como a superação pessoal e a persistência na busca por sonhos permeiam a história de Ratatouille, que ainda traz divertidas piadas e tiradas inteligentes. A animação, dirigida por Brad Bird (Os Incríveis), mostra Paris do ponto de vista do pequeno Remy; as câmeras têm uma fluidez interessante, especialmente na cena em que ele viaja pelos esgotos parisienses até cair na cozinha do Gusteau's. Hoje, a Pixar é sinônimo de qualidade em se tratando de animações digitais. Portanto, o espectador sempre espera uma boa produção do gênero quando existe o carimbo do estúdio. Em Ratatouille, o público pode esperar uma divertida e inteligente animação. Em uma cena do longa, um dos personagens sente como se estivesse voltando à infância ao provar um dos pratos provenientes da cozinha do Gusteau's; é mais ou menos assim que os espectadores mais crescidos se sentem ao provar mais este "quitute" em animação da Pixar: sem medo de rir e se envolver como crianças, que, definitivamente, aprovarão Ratatouille com o mesmo entusiasmo." (Angelica Bito)
80*2008 Oscar / 75*2008 Globo
Top Animação #25
Pixar Animation Studios Walt Disney Pictures
Diretor: Brad Bird / Jan Pinkava
418.829 users / 10.206 face
37 Metacritic
Date 09/08/2015 Poster - ## - DirectorAlex CoxStarsHarry Dean StantonEmilio EstevezTracey WalterA young punk, recruited by a car repo agency, finds himself in pursuit of a Chevrolet Malibu with a huge, $20,000 bounty--and something otherworldly stashed in its trunk.[Mov 08 IMDB 6,9/10] {Video/@@@@@} M/75
REPO MAN - A ONDA PUNK
(Repo Man, 1984)
TAG ALEX COX
{hilário}Sinopse
''Em Los Angeles um jovem é contratado para trabalhar como repo man (repossessor), ou seja, sua função é recuperar carros que não foram integralmente pagos. Em uma de suas missões acaba se envolvendo com um cientista louco, que roubou quatro alienígenas de uma base americana e os colocou na mala do seu carro. Quando uma pessoa abre a mala, simplesmente se desintegra.''
''Otto é um jovem punk, levando seus dias de forma desleixada, curtindo rock e resistindo à chata e certinha lógica do sistema. Até que um dia, ele é envolvido com os “Repo Men - A Onda Punk'', profissionais contratados para confiscar carros de clientes que não pagaram as contas. Até aí, nada animador. Mas o filme começa a ficar interessante mesmo quando surge um carro nas redondezas, dirigido por um maluco, cujo porta-malas guarda um estranho segredo: todos que o abrem, evaporam instantaneamente! Só ficam as botinas fumegantes pra trás! Ah, sim… e tem gente que aposta que o governo está envolvido, e que trata-se de ETs invadindo a Terra. Depois que esses elementos são adicionados à estória, aí é só diversão. Um filme bem maluco dos anos 80, cinema contra-corrente mesmo, com um jovem Emilio Estevez e Harry Dean Stanton no elenco. Se anda faltando um pouco de maluquice nos seus filmes ultimamente, essa pode ser uma boa pedida." (Críticos de Botequim)
Edge City
Diretor: Alex Cox
24.219 users / 4.381 faceSoundtrack Rock
Iggy Pop / The Circle Jerks / Suicidal Tendencies / Black Flag / The Plugz / Fear
11 Metacritic
Date 30/12/2015 Poster - ####### - DirectorJohn FordStarsJohn WayneMaureen O'HaraBen JohnsonA cavalry officer posted on the Rio Grande is confronted with murderous raiding Apaches, a son who's a risk-taking recruit and his wife from whom he has been separated for many years.[Mov 05 IMDB 7,3/10] {Video}
RIO BRAVO
RIO BRAVO
RIO GRANDE (Alternative Title)
(Rio Grande, 1950)
TAG JOHN FORD
{nostálgico}Sinopse
''John Wayne e Maureen O'Hara envolvem-se em uma batalha épica, contra os apaches e um contra o outro, neste clássico de John Ford. O tenente-coronel Yorke (Wayne) segue para o Rio Grande para combater uma tribo guerreira. Mas Yorke vai enfrentar sua batalha mais difícil, quando seu plano pouco ortodoxo para derrotar os apaches pode levá-lo à corte marcial. Preso numa sangrenta guerra, ele precisa lutar para redimir sua honra e salvar sua família.''
*****
"John Ford teria sido um soldado exemplar - foi, por sinal, um intrépido cinegrafista do Exército, durante a Segunda Guerra -, pois em seus filmes o sentido do dever sempre está presente. Ele está mais ainda nos poucos filmes que produziu, como "Rio Grande". Diga-se ainda, os filmes que produziu tendem a ser mais tristes e mais secos que a média de sua obra. Em "Rio Grande", esse sentido de dever parece tragédia de Corneille: ele deve mandar o próprio filho para a guerra contra os índios; precisa tomar decisões cruciais, que o levarão a pôr a própria honra em sério risco; precisa, no meio disso tudo, reconquistar o amor da mulher de quem o dever o afastou. O crítico Sérgio Augusto costuma dizer que Ford é o Homero do Oeste. Sem prejuízo da comparação, Ford é também, e por excelência, o Corneille do século 20: aquele que pinta os homens tal como deviam ser, pois seus heróis são, como o coronel Kirby, humanos, mas também sobre-humanos." (* Inácio Araujo *)
***
''O tenso encontro entre o passado e o presente não foi Clint Eastwood que inventou. John Ford foi um especialista nisso. Em "Rio Grande", por exemplo, essa tensão é uma constante. Ela aparece no fato de o oficial Kirby, quer dizer, John Wayne, ter que comandar o próprio filho, recruta na perigosa guerra contra os apaches. Um filho que, diga-se, o oficial mal conhece, pois a sua dedicação à Cavalaria o afastara da família. A missão vem, claro, em primeiro lugar. Ora, atrás do filho, quem surge? A mulher, claro: Maureen O'Hara. Por aí se vê a quantidade de conflitos em que está envolvido Kirby, sem contar, claro, os da guerra propriamente dita. É a vida solitária dos homens da Cavalaria que Ford louva aqui." (** Inácio Araujo **)
*****
''Para John Carpenter, John Ford, por quem nutre interessante desinteresse, é o protótipo do sargento irlandês: durão, moralizador, sentimental, católico. É mais ou menos tudo isso que encontramos em "Rio Grande". Bem, ali John Wayne não é um sargento (cargo vitalício de Victor McLaglen no cinema fordiano), mas o comandante de um forte no Oeste. Ali ele terá de lidar com o filho, que resolveu ser soldado, o que o deixa inquieto, e também (ou sobretudo) com a mãe (Maureen O'Hara), de quem se encontra separado justamente por conta de coisas do Exército. Isso sem falar dos apaches, que são o inimigo a enfrentar. Sim, haverá esse espírito de lamento pelas perdas que o mundo nos inflige, em particular a perda da família e a tentativa de reencontrá-la. Mas Ford supera, com gênio, a própria tendência ao sentimental.'' (*** Inácio Araujo ***)
Republic Pictures (I) Argosy Pictures
Diretor: John Ford
9.923 users / 421 face
Date 11/01/2016 Poster - #### - DirectorRoberto RosselliniStarsAnna MagnaniAldo FabriziMarcello PaglieroDuring the Nazi occupation of Rome in 1944, the Resistance leader, Giorgio Manfredi, is chased by the Nazis as he seeks refuge and a way to escape.[Mov 08 IMDB 8,1/10] {Video/@@@@@}
ROMA - CIDADE ABERTA
(Roma, città aperta, 1945) Obra Prima
TAG ROBERTO ROSSELLINI
{inesquecível}Sinopse
''Roma, 1944. Um dos líderes da Resistência, Giorgio Manfredi (Marcello Pagliero), é procurado pelos nazistas. Giorgio planeja entregar um milhão de liras para seus compatriotas. Ele se esconde no apartamento de Francesco (Francesco Grandjacquet) e pede ajuda à noiva de Francesco, Pina (Anna Magnani), que está grávida. Giorgio planeja deixar um padre católico, Don Pietro (Aldo Fabrizi), fazer a entrega do dinheiro. Quando o prédio é cercado, Francesco é preso pelos alemães e levado para um caminhão. Gritando, Pina corre em sua direção e é metralhada no meio da rua. Giorgio foge para o apartamento de sua amante, Marina (Maria Michi), sem imaginar que este seria o maior erro da sua vida.''
"Em plena tragédia Rossellini ajudou a definir um estilo - o neo-realismo italiano - através de personagens fortes e cenas marcantes. Um filme humano, com passagens inesquecíveis." (Alexandre Koball)
"Anna Magnani grita sem parar pelo seu macho ("Francesco! Francesco!") até um oficial nazista mata-la, para alívio da plateia. Entram em cena um padre e um bando de criancinhas órfãs para lutar contra os alemães. O catolicismo de Rosellini era dureza." (Demetrius Caesar)
"Muito mais importante pelo significado para o cinema, como marco do neorrealismo italiano, do que por sua história. Mas trata de contextualizar com sutilezas a miséria financeira em Roma e a miséria intelectual e humana nazista e de colaboradores" (Emilio Franco J)
"Um filme mais importante pelo seu significado dentro do movimento neo-realista italiano do que pela história em si, que apesar de bem interessante, teria muitos de seus temas abordados com mais intensidade em filmes posteriores de Rossellini." (Heitor Romero)
*****
''Sem ''Roma, Cidade Aberta o cinema não seria a arte moderna em que se transformou no pós-guerra. São tantas suas audácias que é difícil resumilas. Tentemos: da filmagem em locações ao uso de artistas desconhecidos, alguns amadores , tudo cheira realidade. E é bem de ralidade que se trata: da Roma ocupada pelos nazistas e da luta dos partigiani para llibertá-la. Há traição, ignomínia, resistência. O cinema não tratava de guerra. Não mostrando uma cena de tortura, por exempolo. Aqui começa o neorrealismo: um realismo busca aprender as coisas do mundo em bloco. Roberto Rosselini usou muitas vezes o improviso, deixando que o real se gravasse na lentes, que o fizesse sua parte. O resultado foi um sucesso mundial, é verdade. Mas o moderno continua até hoje pouco absorvido pelo público.'' (* Inácio Araujo *)
"Em março de 1944, em Roma, o militante comunista e membro da resistência, Giorgio Manfredi, é procurado pela Gestapo mas consegue fugir a tempo, refugiando-se na casa do amigo Francesco. Pina, noiva de Francesco, coloca Manfredi em contato com o pároco local, que, embora seja anticomunista, não nega ajuda aos perseguidos políticos e aceita uma missão bastante perigosa junto aos partisans. No dia seguinte, Francesco deve casar-se com Pina. Entretanto, avisados por Marina, uma dançarina de 'music-hall', alienada pela droga e amante de Manfredi, soldados alemães e fascistas cercam o quarteirão. Manfredi consegue escapar, mas Francesco é preso. Ao tentar seguir o caminhão que leva seu noivo, Pina é morta. Ressentida com Manfredi e com o fim de obter droga, Marina o denuncia à Ingrid, uma agente da Gestapo a serviço do Major Bergmann. Assim, Manfredi é preso em companhia do pároco, Dom Pietro Pellegrini. Manfredi é torturado e morto dos ferimentos recebidos. Na manhã seguinte, depois de maldizer seus torturadores, Dom Pietro é fuzilado. Enquanto Marina se afunda cada vez mais, moralmente, Francesco e seus amigos continuam sua luta. Inspirado na vida real de Dom Luigi Morosini, "Roma, Cidade Aberta" é o filme símbolo do neo-realismo italiano. Realizado logo depois da libertação da capital italiana, o filme conta com as magistrais interpretações de Anna Magnani e Aldo Fabrizi. É antológica a cena da morte de Pina, personagem de Magnani. O filme foi agraciado com o Grande Prêmio do Festival de Cannes, em 1946. Anna Magnani, muito longe dos tipos estereotipados e imaturos das atrizes de Hollywood, interpreta uma mulher do povo e mostra todo o seu talento de atriz dramática que a tornou uma celebridade mundial." (CAA)
Uma bandeira de resistência contra o nazismo registrada pelas lentes de Rossellini.
''É engraçado como os anos nos trazem um olhar diferente sobre as coisas. Quando escrevi sobre Ladrões de Bicicletas, há doze anos (!!!), comentei brevemente e de maneira inocente sobre o Neo Realismo Italiano, movimento que registrava a situação e a reconstrução da Itália pós-Guerra. Só que ele nunca foi um movimento pensado, diferente da Nouvelle Vague ou do Dogma 95, e sim nasceu espontaneamente e da necessidade do cinema italiano não apenas dar forma aos gritos de sua população, mas também da arte exercer o seu papel como voz ativa política: nem todos eram a favor dos nazistas, havia resistência. Pensar no Neo Realismo como movimento intencional é industrializar uma época, algo que estava longe da realidade; os cineastas apenas queriam imortalizar em tela um tema em comum. ''Roma, Cidade Aberta" é um dos pilares essenciais desse registro histórico da Itália dos anos 40, de importância imensurável. Filmado por Roberto Rossellini de maneira precária, com atores amadores e desconhecidos (a exceção de Anna Magnani), cheio de dívidas e incertezas sobre sua conclusão e de limitação clara. Reparem como os planos, muitas vezes, são propositalmente curtos; isso não é opção de cinema como arte, é cinema como necessidade. Filmava-se como se podia. As pessoas mal tinham o que comer e Rossellini não tinha como filmar direito, mas o filme ficou pronto e se tornou um dos pontapés iniciais de uma série de trabalhos que viriam a retratar pessoas como gente normais e suas dificuldades, ao lado de de Visconti e seu Obsessão (Ossessione, 1943) e de Sica com Vítimas da Tormenta. O próprio Rossellini viria a retomar os temas daqui em alguns filmes posteriores, sendo o mais famoso deles Paisà . Foi esnobado na Itália em seu lançamento, mas conseguiu grande sucesso posteriormente na França, para depois alcançar o mundo. A história não é um conto de fadas. A Guerra tem lados, pensamentos opostos e dor. Em Roma, Cidade Aberta, esses lados são bem claros: a resistência e os nazistas. A dor está com a população, que sofre a consequência de tudo, sem muito o que fazer. Que morre, no meio da rua, apenas por defender o amor, que não tem vez naquela chacina injustificável, talvez na cena mais icônica do filme e inspirada em um fato real da época. A mulher, amante e protetora, corre atrás de seu noivo, no dia do casamento, que estava sendo levado pela polícia. O tiro não apenas interrompe sua corrida, como simboliza a cessão de várias vidas que foram levadas sem motivo e até mesmo sem conhecimento público. Ali, ela é apenas mais uma, mas na tela de cinema, é todas elas. Na dança de protagonistas que há em frente à câmera, temos a óbvia leitura das vidas que vêm e vão em uma situação como essa. Começa-se conhecendo um homem da resistência procurado pela polícia alemã, mas termina com um padre, até então bem humorado (ele chega a colocar estátuas de costas uma para a outra, um santo e uma moça nua, num raro momento de paz), sendo morto e, em uma cena fortíssima, pedindo perdão ao Pai por aqueles que não sabem o que estão fazendo por ajudar umas pessoas - Rossellini sempre foi muito católico. A resistência sempre é vista de maneira serena, correta, perseverante... Sempre qualidades. Sem medo de se posicionar, os alemães são o extremo oposto em personalidade. Consideram-se superiores, calculam e, sem o menor resquício de arrependimento, jogam carta na sala ao lado de uma pessoa que está sendo violentamente torturada. Eles chegam a sorrir, de consciência tranquila. Sua presença é sinônimo de morte, de traição, de poder. Ao mesmo tempo, suas atitudes enfraquecem seus ideais, que não combinam com os atos que seus representantes protagonizam. Sua violência é a comprovação da fraqueza ideológica. São impiedosos, cruéis, frios, fisicamente ameaçadores... Sempre defeitos. Os lados são definidos assim, de maneira clara e sem nenhuma filosofia ou ambiguidade. O povo resiste, os nazistas matam. E Rossellini filma. Em ambos os lados, há os fracos: os viciados que traem amigos e depois se arrependem e alemães bêbados que questionam tal superioridade perante o que eles fazem para conseguir o que querem, discurso inaceitável para os representantes nazistas. Não há unanimidade. A miséria torna-se discurso forte e imponente, um dos temas centrais do Neo Realismo. Pessoas brigam por pão no meio da rua, enquanto outros não sabem nem o que irão comer no fim daquele dia. O que a câmera registra do lado de fora não é cenário de ficção, e sim a situação real que a Itália, destruída no pós Guerra, se encontrava, entre escombros e resquícios de uma civilização, como ninguém deveria viver um dia. Destaque para o modo como as mulheres são representadas, que aqui não são meras acompanhantes; elas têm personalidade, estão com o corpo a mostra, tomam posições fortes, em uma época onde isso não era tão comum. As crianças, símbolo máximo da inocência perdida, hora estão jogando bola, hora estão explodindo bombas contra os nazistas. Só com isso já dá para sentar e dar uma boa refletida sobre tudo." (Rodrigo Cunha)
19*1946 Oscar / 1945 Palma de Cannes
Top Década 1940 #47 Top Guerra #50
Excelsa Film
15.743 users / 1.174 face
Date 12/02/2016 Poster - ###### - DirectorRichard LoncraineStarsDiane KeatonMorgan FreemanCynthia NixonA long-time married couple who've spent their lives together in the same New York apartment become overwhelmed by personal and real estate-related issues when they plan to move away.[Mov 07 IMDB 6,1/10] {Video/@@@@} M/55
RUTH & ALEX
(5 Flights Up, 2014)
TAG RICHARD LOCRAINE
{simpático}Sinopse
"Em Nova York, Ruth (Diane Keaton) e Alex (Morgan Freeman), juntos há décadas, decidem vender o apartamento onde sempre viveram no Brooklyn e irem para um outro lugar. Eles apenas não imaginam a quantidade de problemas que vão encontrar nas negociações para se desfazer do imóvel que compraram na década de 1970."
"Uma agradibilíssima surpresa, Freeman e Keaton fazem um casal bem realista e o filme trata temas atuais (crise) e universais (chegada da velhice, família, etc.) com o charme e a agressividade de Nova York." (Alexandre Koball)
''Até os anos 1980, as matinês televisivas passavam obras-primas como O Pecado Mora ao Lado e Narciso Negro. A partir da década seguinte, com o empobrecimento dessas sessões, criou-se o costume de chamar de sessão da tarde qualquer filme água com açúcar, inofensivo. Paralelamente, surgiram obras quase acéfalas, destinadas a um tipo de público que, não contente com as ofertas dos canais pagos, invadiam salas de exibição bradando a ladainha de que cinema é, sobretudo, entretenimento. É justamente nessa categoria e para esse público pouco ou nada exigente que se encaixa "Ruth e Alex", de Richard Loncraine. Neste filme estão atores simpáticos, que também não ofendem ninguém: Diane Keaton e Morgan Freeman, que interpretam o casal do título. Eles pretendem vender o apartamento no Brooklyn, Nova York, onde passaram a maior parte da relação. O motivo principal são os cinco andares de escada que eles têm de subir todos os dias. A sobrinha deles é uma corretora arisca que contrasta com o ritmo mais hedonista do casal e da adorável cadelinha Dorothy – mimada por eles como uma filha que não tiveram. Os possíveis compradores que aparecem são cheios de manias. A exceção é a pequena Zoe, menina de cerca de dez anos que parece mais madura do que qualquer outro que por ali passou, incluindo a mãe, que deita na cama de todos os imóveis que visita. Enquanto Ruth e Alex procuram um novo lar – com elevador – e esperam um lance interessante para vender o antigo apartamento, Dorothy passa por uma complicada cirurgia. Além disso, uma ponte da cidade é fechada por suspeita de ataque terrorista. Imagens da TV invadem a narrativa e disputam espaço com as lembranças de Alex (quando conheceu Ruth, por exemplo) e de Ruth (a preocupação da mãe ao saber que a filha se casaria com um negro). Loncraine exagera nos flashbacks, provavelmente motivado pela necessidade discutível de renovação do elenco. E os protagonistas, tanto na juventude quanto na maturidade, por vezes parecem tão caprichosos quanto os demais nova-iorquinos que encontram." (Sergio Alpendre)
''Já imaginou se o bairro onde você sempre morou começasse a ser invadido por moderninhos e grandes símbolos da civilização moderna, como uma loja da Apple, por exemplo? Para muitos essa mudança pode ser positiva, mas para o casal Alex Carver (Morgan Freeman) e Ruth Carver (Diane Keaton) isso representa uma certeza: É hora de procurar outra moradia. Os dois mantêm um apartamento em um lugar calmo e tradicional de Nova York, mas com a mudança do perfil do bairro e outras dificuldades, como subir as longas escadas do prédio, os dois resolvem colocar o local à venda. Ela parece mais do que empolgada em conhecer novos ares, mas ele – um pintor que nunca alcançou o sucesso de fato - não se sente preparado para deixar o lugar onde vive há quase quatro décadas e no qual cultiva uma orgulhosa horta de tomates fresquinhos. Mesmo com esses empecilhos, Ruth e Alex resolvem vender o apartamento, mas a ameaça de um suposto terrorista próximo ao lugar acaba fazendo com que eles passem por poucas e boas antes de alcançar um lance satisfatório a fim de comprar outro imóvel. Dirigido pelo britânico Richard Loncraine, de Wimbledon - O Jogo Do Amor, a trama usa da mudança de casa como uma metáfora para o envelhecimento dos personagens. Tanto Ruth quanto Alex sabem que o bairro onde moram não é mais o mesmo e essa gourmetização - como dizem no jargão engraçadinho da internet - é inevitável. O personagem de Freeman gosta de tirar sarro dos engravatados com olhos colados em seus Smartphones, mas sabe que nada pode fazer para impedi-los de dominar o local, nem proibir que uma loja da famosa multinacional de eletrônicos se instale por lá. De certa forma, ele sabe que essas pessoas são reflexo de seu tempo, assim como ele já foi um dia. O filme não chega a levantar certas questões importantes para a trama, e perde um pouco de sua consistência quando se vê preso a uma subtrama do cachorro doente do casal, mas seu tom otimista não nos permite ficar com raiva de deslizes tão banais. Isso nos leva a pensar que, da mesma forma que o progresso traz benefícios que só a modernidade pode oferecer, ele também acaba encarecendo o custo de vida, fazendo com que muitas pessoas deixem os bairros em que moraram por tanto tempo. Ruth & Alex está longe de ser uma ode anticapitalista ou uma sátira aos hipsters e seria errado atribuí-lo a esse papel, mas não nos deixa outra escolha se não refletir sobre esse panorama. ''Ruth & Alex'' é, de fato, mais um desses filmes que falam sobre os obstáculos de encontrar a felicidade mesmo após a velhice e faz referências não intencionais a vários outros filmes do gênero, como o – quase homônimo - Elsa E Fred, mas às vezes o lugar comum não faz mal a ninguém, se a história é agradável e bem contada." (Iara Vasconcelos)
Lascaux Films Latitude Productions Revelations Entertainment
Diretor: Richard Loncraine
4.095 users / 1.899 faceSoundtrack Rock
Van Morrison
18 Metacritic 3.495 Down 229
Date 08/03/2016 Poster - #### - DirectorJonathan DemmeStarsMeryl StreepKevin KlineMamie GummerA musician who gave up everything for her dream of rock-and-roll stardom returns home, looking to make things right with her family.[Mov 01 IMDB 6,1/10] {Video/@} M/54
RICKI AND THE FLASH - DE VOLTA PARA CASA
(Ricki and the Flash, 2015)
TAG JONATAHAN DEMME
{esquecível}Sinopse
''Ricki (Meryl Streep) fez muito sucesso como Estrela do Rock e é uma artista lendária apesar de já não fazer tanto sucesso como antes, porém, deixou os filhos em segundo plano para se dedicar a carreira, agora ela quer retomar o contato com os mesmos, enquanto um deles passa por um complicado divórcio.''
"O típico enlatado familiar de sempre, mal resolvido e apoiado em cima de estereótipos. Mas há alguns bons momentos e risadas, contudo. Mamie Gummer rouba a cena de uma desconfortável Meryl Streep."
(Rafael W. Oliveira)
*
"Meryl Streep é a maior atriz dos últimos 40 anos. Jonathan Demme é o diretor excepcional de O Silêncio dos Inocentes. São recomendações suficientes paraahistória de uma roqueira que tem de acertar contas com a família - e ela não deixou pouca coisa a resolver. Vale a pena ver." (Thales de Menezes)
''Ricki and the Flash: De volta pra casa", que estreia nesta quinta-feira (3) e é dirigido por Jonathan Demme, poderia muito bem não passar de um show (literalmente) de Meryl Streep, que interpreta uma roqueira sessentona, com cabelos trançados, botinhas e calças justas. Sorte que o filme aspira a ser um pouco mais do que isso.
saiba mais Shaun: O carneiro leva personagens da fazenda à cidade grande. Ninguém espera menos do que perfeição de Meryl, e não só por causa de suas, até agora, 19 indicações ao Oscar, com três estatuetas conquistadas. A atriz de 66 anos é a primeira a reivindicar esse rigor em tudo o que faz. Portanto, nenhuma surpresa que ela tenha passado meses aprendendo a tocar direitinho baixo e guitarra para encarnar Ricki, nome artístico da ex-dona de casa Linda Brummel, que um belo dia largou o marido Pete (Kevin Kline), três filhos e uma vida normalzinha em Indiana para trás em troca do sonho incerto de brilhar no rock'n'roll, na Califórnia. O desafio musical de Meryl neste papel não era pouco. Cantar, Meryl já tinha cantado, e até bem, em filmes como A última noite, de Robert Altman. Mas tocar, não. Afinal, aqui ela contracena somente com músicos profissionais, todos veteranos. Sua banda é formada pelo baterista Joe Vitale, o tecladista Bernie Worrell e o baixista Rick Rosas, que tocaram com artistas do quilate de Etta James, Eagles e Crosby, Stills & Nash, para citar alguns. O outro integrante, Greg, é vivido pelo veterano roqueiro australiano Rick Springfield, que em quatro décadas de carreira vendeu 25 milhões de discos e acumulou vários prêmios. A parte mais interessante deste roteiro, assinado pela premiada Diablo Cody (Oscar de roteiro original em 2008, por "Juno"), e certamente o que atraiu Meryl, é a possibilidade de discutir, nesta protagonista, algumas candentes questões femininas, como essa das escolhas de vida e a satanização de uma mulher, como Ricki, que teve coragem de abandonar papéis socialmente aceitos para viver um sonho pessoal. Ainda que sua carreira artística não passe do emprego noturno num barzinho, o que a obriga a trabalhar de dia como caixa de supermercado para se sustentar. Não que o filme discuta, por exemplo, a possibilidade de que a própria família, o marido à frente, tivesse tido flexibilidade suficiente para acolher o sonho de Ricki, tornando-se parceiro dela nisso. A história não vai tão longe, nesse e em outros aspectos. O filme não aspira a ser mais do que divertido, agradável, com algumas nuances mais sérias, que no conjunto fazem a viagem valer a pena. Longe da família há anos, Ricki é convocada pelo ex-marido numa crise de depressão da filha Julie (Mamie Gummer, filha de Meryl na vida real). A moça foi largada pelo marido e está numa pior. Mesmo havendo uma madrasta há anos na função materna, Maureen (Audra McDonald), o pai acha uma boa ideia trazer a mãe biológica de volta. Certamente, esta volta é a oportunidade para Ricki confrontar suas culpas e as mágoas dos filhos, que também nunca tiveram a curiosidade de procurá-la. Naturalmente, desanda bastante o clima de suposta confraternização em que acontece o reencontro com os filhos, Josh (Sebastian Stan), que está de casamento marcado, e Adam (Nick Westrate), que é gay e o mais ressentido com o abandono da mãe. Questões de gênero e também política (ironicamente, a roqueira liberada foi eleitora do republicano George W. Bush) permeiam a história, mas sem impor demais essa agenda ao filme. É de pessoas, de família, que se quer tratar. Nesse quesito, o elenco todo, não só Meryl, dá muito bem conta do recado.
A sequência final, no casamento de Josh, dá a chance de uma virada a Ricki de uma maneira simpática, ainda que sem nenhuma surpresa.
Com boa experiência também em documentários musicais, sobre Neil Young e Bruce Springsteen, Jonathan Demme conduz sua orquestra em segurança, sem sustos. E assina um filme que toda a família pode assistir, até a vovozinha mais careta, ainda que fale de algumas questões que ela talvez preferisse empurrar para debaixo do tapete." (Neuza Barbosa)
O novo piloto automático de Meryl Streep simplesmente não decola.
''Jonathan Demme surgiu do cinema para onde eventualmente tenta voltar, o indie/underground. Óbvio que tudo mudou depois que um certo Hannibal Lecter surgiu em sua vida, dando um dos 5 carecas dourados de O Silêncio dos Inocentes. Quase 25 anos depois, nós (talvez ele também) temos a plena consciência de que aquele foi o ápice de sua carreira, nunca mais nem vislumbrado. Repleto de erros monumentais após, como O Segredo de Charlie e Bem Amada, há 7 anos ele lançava O Casamento de Rachel e o caminho parecia estar iluminando outra vez, de leve. Novos documentários e esse novo produto para a indicação anual de Meryl Streep depois, e Demme chega cada vez mais perto de provar que a adaptação do best-seller de Thomas Harris foi uma exceção em sua carreira. Esse filme de nada difere nas intenções em comparação a Simplesmente Complicado e Um Divã para Dois, dois recentes sucessos da maior indicada ao Oscar da história. Se algo os separa é que esse aqui não fez sucesso algum de bilheteria; os une o fato de que Meryl não terá qualquer chance de ser lembrada nas indicações de janeiro próximo, num misto de não ter nada relevante para fazer em cena e passar vergonha com um desenho de personagem bem equivocado. Mas vejam a que ponto Jonathan Demme chegou, seu filme é um veículo para a diversão anual de Meryl Streep! Só que nós mesmos já não nos divertimos mais, e nem nos emocionamos mais. A situação criada em cena é das mais clichês e esquemáticas possível, com uma mãe que abandonou marido e três filhos para virar estrela do rock. Anos depois, tem uma filha suicida, um filho travado e outro gay, tudo isso esclarecido numa constrangedora cena de jantar em família onde cada um fala frases feitas tiradas de manual parecendo bonecos de ventríloquo, enquanto Meryl ergue as pernas com figurino óbvio e se senta como uma adolescente rebelde dentro de um restaurante elegante. Patético. Demme nem tenta esconder porque aceitou o convite para a empreitada: todas as cenas dos shows de Ricky Rendazzo e sua banda são filmadas da mais eficiente forma possível, ao menos uma em plano sequência. Durante essas sequências (elas são muitas, pelo menos 10) vemos a naturalidade e o despojamento que todo o resto do filme gostaria de ter, mas que nem faz ideia de como alcançar. Ainda que pareçam rápidas, rasteiras e deslocadas, as cenas de dramaturgia do filme precisam do cuidado que somente é dedicado ao outro 50% do filme, e o insosso roteiro de Diablo Cody não melhora em nada a situação, com poucos diálogos realmente bons e fechando os personagens em questões ruins e soluções ruins, personagens esses como já se disse, estereotipados e chapados, só vistos por um lado. Ao elenco resta encenar o todo e a maioria não tem muito a fazer, talentos como Kevin Kline e Audra McDonald (como conseguiram tirar essa mulher da Broadway e dar NADA para ela fazer???) entram e saem incólumes de cena, e do trio de filhos só se destaca mesmo 'a filha da mãe' Mamie Gummer, cada vez mais interessada e interessante como atriz, não fazendo feio nos embates com sua progenitora embora a mesma não esteja de fato se esforçando para além da composição de figurino. É basicamente isso: Meryl mais uma vez fazendo tudo tão com o pé nas costas que vez por outra ou cai ou deixa os tornozelos expostos. Como Demme, só no palco ela parece liberta e a vontade, espontânea e viva, mesmo que isso seja pouco para um filme que não é a radiografia da turnê de uma banda decadente de barzinho. Não é, mas pelo visto seria melhor se fosse." (Francisco Carbone)
****
''Você já chega ao cinema com um objetivo: "Ricki and the Flash – De Volta pra Casa" será o filme que permitirá, enfim, desmascarar Meryl Streep como impostora. A primeira cena confirma: a atriz canta American Girl, de Tom Petty, no papel de Ricki, a mulher que largou marido e três filhos para perseguir o sonho de ser roqueira. Tá vendo? Ela fez isso só para provar que é versátil, que sabe cantar outras músicas além do Abba. Uma exibida. Mas o solo de guitarra dela foi bem meia-boca. Três cenas depois, outra comprovação. Meryl contracena com sua filha no filme (interpretada por Mamie Gummer, também sua filha na vida real), mulher ressentida pela negligência da mãe. Viu? Ela não tem vergonha de roubar a cena nem da própria filha. Uma vaidosa. Mas deu para perceber que a Mamie não é má atriz, não. E é a cara da mãe. E, mais alguns minutos adiante na projeção, a prova final: uma cena com Kevin Kline no papel do marido abandonado, em que ele demonstra que nunca a superou, apesar de ter refeito a vida. Aposto que ela está me fazendo chorar nessa cena só para ganhar mais um Oscar. É uma oportunista. Não, não será com "Ricki and the Flash" que Meryl Streep será desmascarada como farsante, depois de uma carreira com muitos altos e raríssimos baixos. Este é mais um grande trabalho de Meryl. Mas é também, como se tornou costume nos anos mais recentes, um grande trabalho de Meryl em um filme menor. "Ricki and the Flash" tem um coadjuvante de luxo (Kline), uma roteirista badalada (Diablo Cody, de Juno) e um grande diretor (Jonathan Demme, de O Silêncio dos Inocentes). Mas, pelo resultado, você jamais diria que há tanto talento envolvido. Em uma cena, Ricki faz um discurso sobre como Mick Jagger pode deixar seus filhos para trás e ser adorado como um rockstar, enquanto ela será sempre vista como uma mãe que abandonou os filhos por um capricho. Nesse momento, fica explícito que Ricki and the Flash quer dizer algo profundo sobre o papel da mulher. Mas no geral o filme permanece na superfície dos seus assuntos, na faceta mais folclórica de sua protagonista, na parte mais prosaica de seu drama familiar. Para compensar, há boa música pop – de Bruce Springsteen a Lady Gaga, de U2 a Pink –, muito bem interpretada por Meryl Streep, essa não impostora." (Ricardo Calil)
Clinica Estetico LStar Capital TriStar Pictures
Diretor: Jonathan Demme
12.992 users / 12.086 faceSoundtrack Rock
Bruce Springsteen / Cornershop / The Feelies / U2 / Neil Young / Edgar Winter / Electric Light Orchestra / The Durutti Column / Spirit / Tom Petty / Pink
36 Metacritic 350 Up 7
Date 28/04/2016 Poster - # - DirectorErnst LubitschStarsLotte NeumannJulius FalkensteinGustav von WangenheimComical variation on the Shakespeare play, featuring two feuding farmers families.[Mov 08 IMDB 7,1/10] {Video}
ROMEU E JULIETA NA NEVE (unofficial)
(Romeo und Julia im Schnee, 1920)
TAG ERNST LUBITSCH
{hilário / nostálgico}Sinopse
''Uma paródia geral da história de Romeu e Julieta. Em uma vila do século XIX, nasce um amor alpino entre Romeu e Julieta.''
{Ambos estão certos. Pois ambos estão errados, então ambos devem pagar os custos do processo} (ESKS)
Ebner & Co. Maxim-Film GmbH
Diretor: Ernst Lubitsch
91 users / 2 face
Date 14/05/2016 Poster - - DirectorAnthony MannStarsJames StewartRuth RomanCorinne CalvetA self-minded adventurer locks horns with a crooked lawman while driving cattle to Dawson.[Mov 07 IMDB 7,2/10] {Video/@@@} M/71
REGIÃO DO ODIO
(The Far Country, 1954)
TAG ANTHONY MANN
{divertido}Sinopse
''Em 1896, Jeff Webster vê o início da corrida do ouro de Klondike como uma oportunidade para consguir uma fortuna no ramo do gado. Ele leva um rebanho de gado do Wyoming para Seattle, e depois para Skagway. Lá, ele e seu parceiro Ben Tatum vendem o gado e passam a trabalhar com o ouro. Os problemas vão começar, pois duas mulheres começam a disputar o seu coração e várias pessoas ambiciosas estão de olho no seu dinheiro, e de tudo farão para roubá-lo.''
"Os vários recomeços da narrativa afastam o público da história, mas a riqueza do personagem de James Stewart, a paisagem como obstáculo para a redenção, e a tensão da cena final (à la "Os Imperdoáveis") garantem o belo espetáculo. Ruth Roman era gata." (Régis Trigo)
"O western gelado de Mann reflete sobre a formação de uma terra ainda sem identidade, confusa e perdida entre capital, violência, nomadismo e o surgimento da consciência de comunidade." (Bernardo D.I. Brum)
*****
''Há algo de mágico nos filmes de Anthony Mann: são todos o mesmo filme, e no entanto cada um tem um desenvolvimento próprio. "A Região do Ódio" deixa o espectador de boca aberta, de tal a leveza precisa que desenvolve. Aqui, dois homens levam seu gado até a região de Seatle onde se dá uma corrida do ouro. Ideia clara: onde se cavouca ouro, a comida vale... ouro. Existe, porém, o momento em que um deles (James Stewart) deve decidir entre a fortuna individual e a sorte do grupo, da comunidade que se criou ali. A decisão do homem pode-se imaginar, pois para Mann o que conta é a comunidade, que está integrada a natureza (maculada pelas corridas do ouro), que está integrada ao universo, de que o homem faz parte. O círculo se fecha: o indivíduo conta, desde que se perca do grupo, do conjunto. Obra de cineasta genial.'' (* Inácio Araujo *)
*****
''Região do Ódio" é possivelmente a mais clara demonstração do anti-individualismo de Anthony Mann. Ali, James Stewart e seu amigo Walter Brennan planejam fazer fortuna vendendo carne aos empenhados numa corrida do ouro. Haverá quem se oponha a eles, que também se embrenharão na busca por ouro (o que, no pensamento de Mann, é algo que macula a natureza e o homem). A questão exposta com mais clareza, no entanto, é a da necessidade do homem de se integrar à comunidade: sem ela, ele se perderá no individualismo. É preciso que o homem integre a comunidade, assim como essa integra o universo: questão de equilíbrio.'' (** Inácio Araujo **)
Top Faroeste #19
Universal International Pictures (UI)
Diretor: Anthony Mann
4,647 users / 226 face
Date 28/05/2016 Poster - ##### - DirectorDan TrachtenbergStarsJohn GoodmanMary Elizabeth WinsteadJohn Gallagher Jr.A young woman is held in an underground bunker by a man who insists that a hostile event has left the surface of the Earth uninhabitable.[Mov 06 IMDB 7,4/10] {Video/@@@@@} M/76
RUA CLOVERFILELD, 10
(10 Cloverfield Lane, 2016)
TAG DAN TRACHTENBERG
{intrigante}Sinopse
''Uma jovem (Mary Elizabeth Winstead), após um grave acidente de carro, acorda no porão de um desconhecido (John Goodman). O homem diz ter salvado sua vida de um ataque químico que deixou o mundo inabitável, e, por isso, a manterá presa no local. Sem saber se pode confiar na história, ela tenta descobrir como se libertar.''
"Se o 1º Cloverfield mantinha interesse pelo registro do pânico coletivo em meio ao boom da democratização das câmeras amadoras, aqui a dinâmica do enclausuramento, as intrigas e a direção deixam tudo com ar e estética de episódio ruim de série da Netflix." (Daniel Dalpizzolo)
"A tensão anulada pela direção limitada de Tratchtenberg passa longe de ser o maior dos problemas quando o filme necessita de um roteiro lotado de saídas fáceis e mal preparadas pra ser finalizado. John Goodman e as "ligações" indiretas seguram o interesse" (Rafael W. Oliveira)
"Um filme que seria melhor se fosse um curta-metragem. Dan Trachtenberg cria uma extensão fraca e sem graça do mundo de J.J Abrams, com sustos bobos, elementos no roteiro que tentam demais ser chocantes e um final absurdo. Chega perto do péssimo." (Guilherme Spada)
****
''Rua Cloverfield, 10" é uma rara iguaria da cultura pop. Uma produção barata, bem dirigida, com um roteiro enxuto e ótimas atuações. Não se pode querer muito mais que isso. O filme conta a história de Michelle (Mary Elizabeth Winstead), uma estudante de moda que, após sofrer um acidente de carro, acorda algemada em um abrigo subterrâneo. Seu captor, um devoto das teorias de conspiração (John Goodman), diz que ela foi resgatada da beira da estrada pouco antes de um grande ataque nuclear e que viver com ele naquele bunker é sua única opção. Essa premissa simples –o conflito entre os perigos do mundo exterior e os do cativeiro– não é novidade e já foi explorada, de uma forma ou de outra, inúmeras vezes. Está em histórias em quadrinho (O Eternauta), em jogos de videogame (a franquia Fallout) e até mesmo no próprio cinema (O Quarto de Jack). Assim, não é pela originalidade que "Rua Cloverfield, 10" se destaca, mas sim pela sua capacidade de mesclar tantas referências e gêneros em uma narrativa tensa e sempre interessante. Comandado por um diretor estreante, Dan Trachtenberg, e produzido pela Bad Robot, do Midas moderno J.J. Abrams, pode parecer difícil julgar de quem é o mérito pela qualidade do filme. Afinal, não são poucos os casos em que jovens diretores são usados como marionetes por produtores experientes. No entanto, esse não parece ser o caso. Ocupado em relançar a franquia Star Wars, Abrams deixou claro em inúmeras entrevistas que seu envolvimento com a produção foi pequeno e que grande parte da supervisão ficou a cargo de Lindsey Weber. Ela também é creditada por Trachtenberg como uma das responsáveis por ajudá-lo a entender a personagem de Mary Elizabeth Winstead. Essa honestidade em dar o devido crédito a todos os profissionais envolvidos parece mostrar que "Rua Cloverfield, 10" é o resultado de profissionais genuinamente dispostos a colaborar em prol de um bom filme. Com produções tão pasteurizadas e centradas em grandes nomes como nos dias de hoje, exemplos como esse pedem para serem saboreados cada vez mais." (Douglas Lambert)
Conexão forçada.
''Rua Cloverfield, 10'', estreia de Dan Trachtenberg no cinema após passar anos dirigindo comerciais e canais de internet e ser cotado para dirigir a adaptação da graphic novel Y: The Last Man, que acabou cancelada, é um filme que nasceu de um roteiro desenvolvido há anos e que por muito tempo foi chamado de The Cellar, autoria de John Campbell e Matt Stuecken, que foi então rebatizado com o codinome Valencia, quando adquirido pela Bad Robot para encobrir detalhes da produção. Uma sequência de Cloverfield - Monstro (Cloverfield, 2008) esteve em discussão desde o lançamento do primeiro filme, mas sempre foi postergado devido a agenda e projetos dos envolvidos, o diretor Matt Reeves e o produtor J. J. Abrams. O produtor, que então começava a tomar o mundo de assalto com sua revitalização do cinema blockbuster, queria fazer algo de novo com o cânone do primeiro filme, mas sem repetir o estilo found footage tão em moda à época. Foi então que The Cellar/Valencia começou a ser produzido, e todos os envolvidos notaram similaridades o suficiente no estilo do filme (ambientação de ficção científica, tensão, humor) para transformar o que seria um roteiro simples na continuação de um dos blockbusters mais falados dos últimos anos. O resultado acabou sendo chamado por Abrams de um parente, uma continuação espiritual de Cloverfield. O que assistimos é um drama de confinamento que se inicia quando a jovem Michelle (Mary Elizabeth Winstead) é levada para dentro de um bunker por Howard (John Goodman), que alega que um ataque alienígena acabou com toda a vida em volta espalhando altíssimos níveis de radiação e começa a conspirar com o outro confinado Emmet (John Gallagher, Jr.) uma forma de escapar do encerramento forçado ali. Um filme que, a bem da verdade, tenta vestir do manto Cloverfield mais de uma vez, mas seu drama isolado funciona sozinho, e sua relação com o grande blockbuster acaba se tornando um percalço para o mesmo. Trachtenberg conduz o filme com apropriada tensão, alterando o espaço limitado - um bunker desenhado para cerca de dois anos de autossuficiência até a radiação começar a dissolver - com espaços e barreiras que vão afunilando o filme a um desfecho trágico a cada minuto, encontrando em Michelle uma protagonista engenhosa e inventiva, a quem cabe escapar do espaço criado de maneira compulsiva e paranoica por Howard. John Goodman constrói seu personagem com sabedoria, interpretando seu misto de razão e desequilíbrio de forma ambígua, sempre sendo difícil delinear onde termina a argumentação e começa a ameaça. A cena onde o trio joga “Perfil” logo após de Michelle e Emmett passarem a planejar a fuga é um bom exemplo disso, sendo um dos grandes momentos do filme.
Porém, enquanto o filme acerta muitas vezes em não sair daquele universo em uma casca de noz e focar grande parte de seu esforço na ambiguidade e nas tentativas de escapar dali, a impressão frequente é que não apenas seria possível passar perfeitamente sem a temática alien, o que dirá do universo que é inserido no filme, o que rende momentos completamente destoantes, sem nenhum laço dramático funcional com o cerne da obra. Ainda que sejam encarada pela produção como algo que iria diferenciar a obra de um suspense correto e eficiente, os momentos Cloverfield são um filme à parte, sem tempo para se desenvolver, esticando a metragem com ação frenética sem muito sentido onde antes havia uma queda-de-braço entre duas forças que é apresentada como a grande questão do filme. Repartir o cargo de antagonismo entre o paranoico humano e o que vem de fora também não mostrou ser uma decisão das mais acertadas: Howard é muito mais assustador do que qualquer coisa que o filme venha a mostrar - onde lhe faltam dentes, escamas e movimentos esquisitos, há uma persona composta, tão aterrorizante quanto cômica, utilizada pelo roteiro tanto para estabelecer os protagonistas quanto para tirá-los da normalidade, provocando dentes rilhando ou sorriso amarelo, tendo até a tradicional música pop em certo ponto avançado do filme servindo de ironia que pontua o suspense construído. De resto, o filme pouco escapa de reencenar artifícios já muito empregados por seu irmão mais velho, mas dessa vez de forma pouco inspirada, deixando transparecer que cumpre exigências de contrato, fazendo de tudo para que um humilde roteiro escrito pelos idos de 2012 que provavelmente conseguiria fazer algum sucesso em locadoras, streaming ou televisão a cabo consiga um grande elenco, com computação gráfica de primeira linha e com uma grande divulgação para que então pareça uma produção maior do que realmente é. Mas não é o caso, e o filme fica lá pelo meio do caminho, enterrado pela própria conexão forçada a um universo ao qual pertence de forma algo bastarda, diminuindo as próprias questões para alcançar mais exposição. Franquias que tornam obras ao seu redor um subproduto esquecível: um sintoma da indústria cinematográfica agravado pelo último par de décadas: Rua Cloverfield, 10 não foi o primeiro deles e com certeza não sera o último." (Bernardo D.I. Brum)
Entre a coragem e a picaretagem, enfim um filme com culhões em Hollywood.
''Michelle acaba de terminar tudo com o namorado pelo telefone, recolhe suas coisas e parte em busca de uma vida nova. No meio do caminho sofre um acidente de carro, acorda horas depois e se descobre trancafiada em uma espécie de bunker, a muitos metros abaixo da superfície. Seu carcereiro (ou talvez raptor?) se identifica como Howard, e diz que a trouxe para lá numa tentativa de salvar sua vida, visto que do lado de fora o mundo inteiro jaz sob o efeito de um suposto ataque nuclear/químico/extraterrestre súbito, que dizimou a vida humana. A princípio crente de que está nas mãos de um lunático perturbado, tudo muda de tom quando surge na trama um terceiro personagem, Emmett, outro prisioneiro que garante que toda a história contada por Howard é verdadeira. Diante do impasse, "Rua Cloverfield, 10" se posiciona a frente de uma bifurcação: ou segue pelo caminho de um típico thriller de confinamento focado em acompanhar as tentativas de fuga de Michelle, ou abraça a hipótese paranormal latente e se revela como uma atípica ficção-científica travestida. Mas existe um terceiro fator de importância nessa equação: trata-se de uma continuação de Cloverfield - Monstro (Cloverfield, 2008), um filme independente de grande sucesso, filmado no estilo found footage, sobre a cidade de Nova York sendo invadida por um monstro de origem desconhecida. Ora, como essas duas histórias tão distantes podem se ligar? O que nem todos sabem é que, a princípio, ''Rua Cloverfield, 10'' não foi concebido como uma continuação e sequer tinha alguma coisa a ver com o filme de 2008, tanto que não há nenhum ator, diretor, roteirista ou membro da equipe técnica em comum. Quem teve a ideia de unir o útil ao agradável foi J.J. Abrams, o produtor executivo e mente pensante que procurava um meio de tornar aquele roteiro absurdo em algo comercialmente viável. Para isso ele recorreu à uma picaretagem old school de Hollywood e pegou carona no sucesso que o nome do filme de 2008 tinha e deu um jeito de forçar uma conexão. A sacada foi tão boa que Cloverfield passou de pequeno clássico contemporâneo a uma espécie de possível franquia não bem desenhada ainda, mas que gira em torno de uma invasão à Terra, explorada a partir de diversas histórias paralelas que ocorrem simultaneamente em filmes diferentes, com alguns núcleos conversando vez ou outra de um filme para o outro, como numa antologia sci-fi vintage, com o tempero de cinema escapista oitentista que somente J.J. Abrams consegue administrar atualmente. Mas a grande beleza de toda a ideia está na coragem que o trabalho assume quando diante das duas possibilidades citadas acima. Um suspense básico ou uma ficção-científica alucinada? Na dúvida, os roteiristas deixaram qualquer receio de lado e escolheram os dois caminhos, fazendo de Rua Cloverfield, 10 o milagre de dois filmes em um. Em proporções infinitamente reduzidas, podemos comparar essa ousadia ao que M. Night Shyamalan fez em A Vila (The Village, 2004). Na obra-prima do indiano, logo de cara lança-se a possibilidade da existência de um monstro vivendo na floresta que rodeia um vilarejo de poucos habitantes. Habilmente, o diretor ora confirma a suspeita, ora a desmente, ora a resgata, ora a refuta, num jogo de perspectivas sufocante que culmina numa ruptura narrativa corajosa e arriscada. Rua segue por um caminho parecido, ficando à mercê das pistas contraditórias deixadas pelo personagem de John Goodman, até chegar a um gran finale em que Michelle finalmente escapa do bunker, mas inevitavelmente ainda tem que enfrentar o segundo filme que nasce a partir daí, uma ficção-científica que enfim se confirma e vem com tudo para o arremate final, depois de quase uma hora e meia do mais tenso suspense de confinamento. Simples, eficiente, arriscada, a fórmula funciona graças a uma direção vigorosa e um entrosamento muito natural entre o trio principal. Rua Cloverfield,10, mesmo abusando da licença poética e metendo os pés pelas mãos vez ou outra, pelo menos peca pelo excesso, nunca pela falta, e dá a cara a tapa em meio a produções americanas cada vez mais acomodadas e acovardadas dentro de uma zona de conforto que enjoou faz anos. Se isso tudo serviu apenas de picaretagem para resgatar o filme de 2008 e transformá-lo numa franquia, como a cena final parece indicar, que venha então mais capítulos nessa história maluca que existe apenas porque o cinema comercial em sua melhor forma possibilita existir." (Heitor Romero)
Paramount Pictures Bad Robot Spectrum Effects
Diretor: Dan Trachtenberg
83.451 users / 25.354 faceSoundtrack Rock
Tommy James & The Shondells / Frankie Avalon / The Exciters
43 Metacritic 33 Down 15
Date 03/06/2016 Poster - ####### - DirectorAkira KurosawaStarsSachiko MuraseRichard GereHisashi IgawaThree generations' responses to the atomic bombing of Nagasaki.[Mov 08 IMDB 7,3/10] {Video/@@@@@}
RAPSÓDIA EM AGOSTO
(Hachi-gatsu no kyôshikyoku, 1991)
TAG AKIRA KUROSAWA
{inspirador}Sinopse
''Enquanto seus pais vão visitar um parente doente no Havaí, quatro adolescentes japoneses ficam na casa de sua avó, em Nagasaki. A velha senhora ainda sofre com a perda do marido, quando a bomba atômica explodiu no local e a deixou viúva, assim como milhares de outras pessoas. Clark é uma americano que, ao tomar conhecimento da perda, decide visitar a família e pedir desculpas pelo ocorrido, deixando frente a frente duas gerações diferentes sobre temas como o perdão e o arrependimento.''
"Choradeira dispensável na filmografia de Kurosawa, vale apenas pela belíssima cena final, realmente comovente, da velhinha no meio da tempestade e seu guarda-chuva quebrado." (Demetrius Caesar)
"Um Kurosawa mais sentimental desenterrando um tema que nunca deixará de ser delicado entre os EUA e o Japão. Por mais que o tempo passe e traga consigo novas gerações e resoluções, há feridas que ninguém é capaz de fechar por completo." (Heitor Romero)
''Filme delicado. Parece um desabafo de um povo que sofreu com a cáustica da guerra. Expressa uma revolta sofrida e intensa contra o ataque ao Japão em 1945, acabando com milhares de vidas. Duas gerações frente a frente que procuram esquecer o inesquecível, a película é bem sucedida nesse ponto, embora tenha ficado algo do tipo martelo até quando puder ou quiser, reforçando várias vezes a mesma mensagem. Akira Kurosawa têm muitos filmes que criticam a guerra, mas sem dúvida, em minha análise, “Rapsódia em Agosto” é o mais contundente e desconcertante de sua filmografia em tocar no assunto. Para mim ficou límpida a mágoa que Kurosawa tem dos Estados Unidos ou talvez isso seja um engano de minha interpretação, pois seguindo o filme ele culpa a “guerra”, não as nações. Amei o clima sereno que reina em toda a extensão da obra, a vida simples e as conversas sob o céu estrelado, que infelizmente foram substituídas pela tecnologia, principalmente a televisão. As pessoas não contemplam mais o belo. Quanta magia tinha no tempo dos antigos! O filme é bem atual, inclusive o primeiro trabalho do Akira com um retrato contemporâneo, porém a respiração continua comedida e saudável. Fita exemplar, consegue divertir com o singelo e emociona com a profundeza do sofrimento causada pela destruição. Aquele olho me deu um baita susto! Fiquei arrepiado com aquela cena. Também achei super legal o Richard Gere falando japonês." (Blog)
1991 Palma de Cannes
Feature Film Enterprise II Kurosawa Production Co. Shôchiku Eiga
Diretor: Akira Kurosawa
4.805 users / 366 face
Date 31/07/2016 Poster - ######## - DirectorBarry LevinsonStarsBill MurrayLeem LubanyZooey DeschanelA down-on-his-luck music manager discovers a teenage girl with an extraordinary voice while on a music tour in Afghanistan and takes her to Kabul to compete on the popular television show, Afghan Star.[Mov 04 IMDB 5,4/10] {Video/@@@@} M/29
ROCK EN CABUL
(Rock the Kasbah, 2015)
TAG BARRY LEVINSON
{esquecível}Sinopse
''Um empresário do rock decadente leva sua última e única cliente numa turnê da USO (United Services Organization, do exército dos EUA) pelo Afeganistão. Após se ver abandonado em Cabul, sem um centavo e sem seu passaporte, ele descobre uma jovem de uma pequena aldeia com uma voz extraordinária e decide representá-la na versão afegã do American Idol, o superpopular programa Afghan Star.''
"Barry Levinson com certeza já viu dias muito melhores, não dá nem pra dizer que esta comédia "dá pro gasto", pois seu roteiro é limitadíssimo, trazendo estereótipos aos montes." (Alexandre Koball)
****
''Inspirada na história de Setara Hussainzada – jovem que desafiou as tradições do Afeganistão e se tornou a primeira mulher no país em um reality show musical, "Rock em Cabul" mobiliza um arsenal de preconceitos sobre a estupidez dos muçulmanos e a consequente superioridade ocidental capaz de destroçar as tênues intenções de criar um discurso de tolerância. Richie Lanz (Bill Murray) é um promotor musical decadente que engana jovens de talento duvidoso. Representa a única cliente que lhe resta, a mediana cantora Ronnie (Zooey Deschanel). Sem melhores opções, aceita levá-la ao Afeganistão para se apresentar a soldados americanos. Cheia de reveses e peripécias, a aventura oferece uma chance de ouro a Lanz: com seu olfato de caça-talentos, ele descobre Salima (Leem Lubany), que canta como ninguém e sonha em se apresentar no tal reality. Mas ela vive numa aldeia conflagrada e tem um pai que é uma fera. No meio do caminho, Lanz topa com alguns pitorescos compatriotas, como o mercenário Bombay Brian (Bruce Willis, na enésima paródia infeliz de seus papéis em filmes de ação), a prostituta Mercy (Kate Hudson) e dois traficantes de armas hedonistas (Danny McBride e Scott Caan). A trama extravagante num contexto delicado como o do conflito no Afeganistão até poderia funcionar, mas a incompetência em ajustar as pretensões cômicas do roteiro põe tudo a perder. Se há algum humor, ele está no começo do filme, com Lanz na Califórnia usando sua lábia para engrupir otários. Mas, quando a ação chega ao Afeganistão, o sarcasmo é por demais grosseiro e não funciona. As tradições do país são ridicularizadas sem qualquer inteligência crítica e com muito mau gosto. E quando a história pretende ser levada a sério – a partir do surgimento de Salima – é tarde demais, pois a avacalhação já atingiu o pináculo. (Alexandre Agabiti Fernandez)
Covert Media Dune Films QED International Shangri-La Entertainment Venture Forth
Diretor: Barry Levinson
5.841 users / 4.973 faceSoundtrack Rock
Cat Stevens / Bob Dylan / Steve Winwood / Eric Clapton / House of Pain / The Black Hollies
35 Metacritic 2.036 Up 7
Date 06/09/2019 Poster - ### - DirectorBarry LevinsonStarsAdrien BrodyBebe NeuwirthJoe MantegnaBaltimore, Fall 1954: Schools implement the new integration law. Ben finds the "colored" girl in his class cute - upsetting his Jewish mom and granny. Ben talks to her while his brother looks for his WASP dream girl.[Mov 06 IMDB 7,1/10] {Video/@@@@} M/75
RUAS DA LIBERDADE
(Liberty Heights, 1999)
TAG BARRY LEVINSON
{simpático / romântico}Sinopse
''Em 1954, o jovem judeu Ben Kurtzman (Ben Foster), está intrigado com Sylvia (Rebekah Johnson), que é a primeira afro-americana a estudar em sua escola. Ele se sente atraído por ela e aos poucos desenvolve uma relação de amizade proibida, devido ao preconceito existente entre negros e judeus por parte de suas famílias. Paralelamente Van (Adrien Brody), o irmão mais velho de Ben, se apaixona por Dubbie (Carolyn Murphy), uma garota que conheceu rapidamente em uma festa e que deseja reencontrar. Enquanto isso Nate (Joe Mantegna), pai de Van e Ben, enfrenta dificuldades com seu negócio ilegal de apostas quando precisa pagar uma alta quantia a Little Melvin, ganhador de um dos jogos que é também um pequeno traficante de drogas na cidade onde moram.''
Baltimore Pictures Spring Creek Productions
Diretor: Barry Levinson
5.808 users / 166 faceSoundtrack Rock
Carl Perkins / Bill Haley and the Comets / James Brown / Elvis Presley / Big Joe Turner / Tom Waits
31 Metacritic
Date 08/09/2016 Poster - ## - DirectorLaurent CantetStarsJorge PerugorríaIsabel SantosNéstor JiménezSun is setting on Havana. Five friends are gathered to celebrate the return of Amadeo after 16 years of exile in Madrid.[Mov 04 IMDB 6,3/10] {Video/@@@@} M/68
RETORNO A ÍTACA
(Retour à Ithaque, 2014)
TAG LAURENT CANTET
{interessante}Sinopse
''Cinco amigos se reúnem para celebrar o retorno de Amadeo, após 16 anos de exílio. Do anoitecer ao amanhecer, eles recordam a turma que formavam na juventude, a fé que eles tinham no futuro e também as suas desilusões.''
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''Existe um vazio de vida básico que ocupa os filmes de Laurent Cantet e que em "Retorno a Ítaca" se materializa no encontro entre velhos amigos por ocasião do retorno a Cuba de um amigo que há muito vivia na Espanha.É na distância entre o sonho revolucionário de sua juventude e a realidade da idade madura que se constrói o relato escrito por Leonardo Padura. A Cuba da crise pós-URSS é, pior que pobre, um lugar perdido no mundo, sem perspectiva ou esperança. Para os personagens que dialogam nisso que aqui no Brasil chamaríamos de laje, a cidade que contemplam é a imagem da existência desperdiçada. Senão para todos, para quase todos, pois existe um que, naturalmente, se deu bem na burocracia. O que não serve para resgatar os ideais e muito menos o tempo perdido. Antes pelo contrário.'' (* Inácio Araujo *)
"Retorno a Ítaca" mostra uma reunião de velhos amigos em Havana. Eles celebram o retorno de Amadeo (Néstor Jiménez), que viveu muitos anos em Madri. Relembram os velhos tempos, reacendem disputas (Beatles vs. Rolling Stones), lamentam o tempo que passou.Toda a ação se passa em um único dia, na casa de Aldo (Pedro Julio Díaz Ferran). Em algum momento, esses amigos começam a lavar a roupa suja, pois coisas reprimidas insistem em voltar, principalmente quando chega Eddy (Jorge Perugorría), o garanhão de agora e de outrora. Sua aparição parece despertar o acerto de contas principalmente em Tanía (Isabel Santos) e Rafa (Fernando Hechavarría), mas acaba sobrando para todos. Quando palavras são ditas de modo enviesado, nada fica como antes. Esses cinco amigos, de alguma forma, refletem a falência das utopias. Estão todos na casa dos 50 anos, talvez mais. Quando jovens, alimentavam sonhos, como todos os jovens; sonhos se evaporaram em opções equivocadas ou atitudes relapsas. Claro que os clichês de filmes sobre reencontros estão presentes, especialmente as emoções provocadas pela música, como na cena de abertura, com os amigos dançando e cantando, sugerindo uma harmonia maior do que a que realmente existe. Em certa altura, alguém coloca The Mamas and the Papas para tocar: o maior hit da banda, California Dreamin, é pedida óbvia. E o ritmo dos afetos e das ofensas continua. O padrão repete aquele estabelecido nos anos 1980, nos excelentes O Reencontro, de Lawrence Kasdan, e Return of Secaucus Seven, de John Sayles: os laços do passado não podem mais se sustentar, a não ser que os ressentimentos venham à tona. ''Retorno a Ítaca" é o sétimo longa do diretor francês Laurent Cantet. Seu filme anterior, Foxfire, tem qualidades, mas parece obra de um artista perdido, com uma frouxidão que já estava presente, em menor grau, em seu premiado Entre os Muros da Escola. Cantet volta, então, a se exilar, como em seu melhor filme, Em Direção ao Sul, e retoma uma ambientação cubana, como em Domingo, episódio que dirigiu para o longa coletivo 7 Dias em Havana. O realizador faz aqui um retrato sensível sobre a maturidade e seus desencantos. Sua direção é irregular: frouxa em alguns momentos, exagerada em outros. Mas o roteiro, construído com a colaboração do escritor cubano Leonardo Padura é forte o suficiente para sustentar o drama." (Sergio Alpendre)
''Cinco amigos se reúnem ao redor de uma garrafa de Coca-Cola para comemorar a volta de um deles de um exílio de 16 anos na Espanha. Na conversa, referências a Beatles e ao escritor peruano Mario Vargas Llosa. O cenário: o alto de um prédio em Cuba. Essa é a premissa de "Retorno a Ítaca", do francês Laurent Cantet, vencedor da Palma de Ouro em 2008 por Entre os Muros da Escola. Entre os amigos, um pintor que largou as telas, uma mulher que lamenta a morte e a separação de pessoas queridas, um funcionário público rico rechaçado pelos colegas. Amadeo, que se impôs o exílio, é um escritor que não consegue se inspirar longe das agruras de seu povo. O filme é crítico porque o povo critica muito o regime, mesmo. Mas fazem isso porque eles amam muito seu país, diz o diretor à Folha. As visitas que fez à ilha, conta, foram o estímulo para filmar aquela realidade. Você se apaixona nas ruas, conversando com as pessoas. Elas querem falar do país para você. Reuniu tantas histórias que resolveu voltar a retratar Cuba após ter rodado um dos curtas do filme 7 Dias em Havana, de 2012. Apesar de ouvir queixas sobre repressão e crise econômica, Cantet encontrou um tom construtivo. A população está preocupada em manter o que há de bom, como o sistema de educação, de saúde, mas espera por melhoras. Com um dos poucos regimes declarados socialistas do mundo, o país latino gera discursos intensos de amor e ódio. Cuba é uma situação única, algo quase mitológico. Por isso, o título remete à cidade de Odisseu [protagonista da Odisseia, de Homero], e à volta do herói. É um país que representa esperança para muitos de nós. O escritor cubano e colunista da Folha Leonardo Padura, corroteirista do filme, afirma que o ponto central do roteiro não é tecer críticas a Castro. Isso reduz a história: é um conflito de caráter humano e existencial, em que a política tem um peso. Os 96 minutos são dedicados a lembranças de sonhos antigos e à reflexão de como decisões pragmáticas e a dureza do Período Especial (os anos seguintes ao fim da URSS) mudaram os princípios de cada um.É sobre vidas frustradas, diz Padura. Mas, segundo ele, a intolerância do governo, importante no revés de alguns personagens, melhorou nos últimos anos. Senão, não se poderia fazer um filme como Retorno a Ítaca' com autorização oficial cubana. O diretor concorda: O país está num momento em que está aberto para parar e refletir sobre o que deu certo e errado. E isso é muito bom." (Walter Porto)
2014 Lion Veneza
Production Companies Full House Orange Studio Haut et Court Funny Balloons Panache Productions Compagnie Cinématographique, La Backup Media Le Tax Shelter du Gouvernement Fédéral de Belgique Belgacom L'Aide aux Cinémas du Monde Centre National de la Cinématographie (CNC) Ministère des Affaires étrangères et du Développement International Institut Françai Borsalino Productions Maneki Films
Diretor: Laurent Cantet
477 users / 68 faceSoundtrack Rock
The Mamas and the Papas
Date 03/12/2016 Poster - ### - DirectorPaul W.S. AndersonStarsMilla JovovichIain GlenAli LarterAlice returns to where the nightmare began: The Hive in Raccoon City, where the Umbrella Corporation is gathering its forces for a final strike against the only remaining survivors of the apocalypse.[Mov 08 IMDB 5,6/10] {Video/@@@@@} M/49
RESIDENT EVIL 6 - O CAPITULO FINAL
(Resident Evil: The Final Chapter, 2016)
TAG PAUL W S ANDERSON
{violento / intenso}Sinopse ''Tomando como ponto de partida o final de Resident Evil: Retribuição, o novo filme mostra os últimos momentos da humanidade, após Alice ter sido traída por Wesker em Washington. Sobrevivente do massacre zumbi, a heroína deve retornar para onde o pesadelo começou - Raccoon City, onde a Umbrella está reunindo suas forças para um ataque final contra os remanescentes do apocalipse. Para escapar, Alice vai precisar da ajuda de velhos e novos amigos, enquanto luta para salvar a raça humana.''
"Inicia como uma frenética coleção de set pieces ágeis de ação, ao estilo do ótimo anterior, depois cai em convenções narrativas que freiam o filme para dar um sentido dramático mais convencional de final de franquia." (Daniel Dalpizzolo)
{Eu sou eu. Ele não sou eu} (ESKS)
"Não é fácil uma franquia de ação chegar ao sesto episódio com alguma coisas para mostrar. "Resident Evil 6 consegue o feiro. Aex-modelo promovida a heroína de sci-fi Milla Javovoch continua vagando numa terra infestada por zumbis, criados graças a um vírus da mesma corporação que a transformou numa guerreira modificada geneticamente. Há uma tentativa honesta do time de roteiristas para amarar as pontas deixadas nos filmes anteriores. E a receita tem bons ingredientes: pouca conversa, mortos-vivos ameaçadores aos milhares e Alive em plenaforma, linda até mesmo coberta de cicatrizes." (Thales de Menezes)
''Os produtores da confusa trilogia de ficção científica Matrix devem estar com inveja. No sexto episódio da franquia, "Resident Evil" consegue finalizar bem a longa luta da mocinha Alice contra mutantes variados e a cruel corporação Umbrella. Muitos filmes de ação lançados nos últimos tempos têm jeitão de videogame. No caso de "Resident Evil", cujo primeiro exemplar foi aos cinemas em 2002, a origem é realmente um jogo, de muito sucesso na época. Com os episódios seguintes, os cacoetes de game não desapareceram. Pelo contrário, só aumentaram. Este sexto exemplar é praticamente um jogo. Há uma explicação inicial, narrada por Alice, contextualizando a ação para quem só agora está conhecendo "Resident Evil". Embora seja difícil acreditar que alguém se interesse pelo capítulo seis de alguma coisa sem ter visto os anteriores. Resumindo: Alice, a garota geneticamente modificada pela Umbrella, tenta impedir que seus criadores exterminem a humanidade. E falta pouco. Apenas alguns milhares de humanos ainda vivem em uma Terra devastada. Os problemas de Alice vão além da Umbrella. O vírus espalhado há anos pela corporação continua transformando as pessoas em zumbis canibais. Para chegar à sede da Umbrella, Alice e uma turma de heróis que ela reúne têm de atravessar hordas de zumbis. A ação é contínua, em combates bem criativos. Como em todos os filmes da saga, Milla Jovovich começa a história linda e vai aos poucos ganhando cicatrizes pelo corpo. Mas nem assim fica menos bonita. O diretor Paul W.S. Anderson, criador da franquia e marido de Milla, sabe conduzir sequências de ação. Vai revelando segredos que explicarão mistérios enfileirados nos seis filmes. A trama é resolvida com inteligência, uma grande diferença para a citada trilogia Matrix, concluída com desmembramentos estapafúrdios. "Resident Evil" é encerrada com boas soluções, incluindo uma surpreendente revelação final para Alice. Claro que tudo termina de uma maneira que, se a ganância por mais bilheteria ganhar força, há condições de prosseguir a história." (Thales de Menezes)
"A jornada de Alice (Milla Jovovich) certamente foi longa – desde 2002, com O Hóspede Maldito, a quase super-heroína combate os zumbis criados pelo T-Vírus da corporação Umbrella, passando por diferentes cenários, que vão desde um complexo subterrâneo, passando por um deserto, até cidades devastadas. Eis que, enfim, chegamos a Resident Evil 6: O Capítulo Final, que promete finalizar essa saga idealizada por Paul W.S. Anderson, que de adaptação da série de videogames só tem praticamente o título. Como todo bom desfecho de história, vemos alguns elementos de sua introdução retornando, o problema é que os inúmeros deslizes da franquia também retornam, fazendo deste um final que passa longe da chave de ouro. Como sempre, a trama gira em torno de Alice, pouco depois dos eventos de Retribuição. Após um breve resumo sobre a história até aqui, que dispensa totalmente a necessidade de se ter assistido outro longa-metragem da série, a encontramos nas ruínas de Washington, lutando para sobreviver após ter perdido todos os seus amigos para a Umbrella. É lá que a protagonista é contactada pela Rainha Vermelha, a inteligência artificial que administra parte da companhia do mal – segundo ela, existe uma cura escondida na Colmeia, abaixo de Raccoon City e cabe a Alice viajar até o epicentro dessa crise para acabar com essa praga que assola a humanidade. Para aqueles que apreciam os filmes da franquia, esse certamente trará uma alta dose de nostalgia, visto que inúmeros elementos dos dois primeiros filmes são trazidos de volta, confesso que mesmo não gostando das obras, eu mesmo me vi esboçando um sorriso com alguns desses – Paul W.S. Anderson, que também assina o roteiro, definitivamente acertou ao criar esse elo entre o passado e o presente. É criada assim uma inegável coesão que torna desse um espelho do longa-metragem de abertura, com um reflexo distorcido, é claro, visto que tudo decaiu no mundo inteiro desde então. O grande problema é que a dita cura surge de uma hora para a outra e soa apenas como um artifício do roteiro para finalizar a saga. A impressão que temos é que ela foi criada de última hora justamente agora. O pior é que o macguffin da obra é tão mal introduzido que nos faz perguntar por que raios ele não fora trazido à tona antes? Dessa forma, passamos a questionar a necessidade dos quatro filmes do meio para chegarmos até a esse ponto, já que tudo poderia ter sido resolvido facilmente em O Hóspede Maldito se simplesmente houvessem inserido tal informação naquele filme. O roteiro, porém, é o menor dos deslizes de O Capítulo Final, já que, mesmo sendo bastante raso e repleto de cenas de ação que, de fato, em nada acrescentam, poderíamos aproveitar essa aventura como uma forma de entretenimento descerebrado. O que nos afasta dessa possibilidade é o excesso de cortes, que nos leva a um filme com planos que duram no máximo até dois segundos em sua maioria. Chega ao absurdo que mesmo em sequências mais paradas temos essa característica – a cada vez que piscamos estamos diante de um novo quadro. Isso, além de ser cansativo aos olhos, nos impede que entendamos as cenas mais agitadas, ao ponto que não sabemos ao certo quem está morrendo, quem levou tal golpe ou tiro, nos fazendo torcer para que tudo se acalme novamente. O 3D, completamente desnecessário, consegue piorar tudo isso, tornando a projeção muito escura, dificultando ainda mais nossa experiência. Mesmo aquele que conseguir driblar tais questões com muita força de vontade, muito provavelmente sairá decepcionado pelas fáceis soluções apresentadas pelo teto. Como sempre, Alice consegue se livrar de toda e qualquer situação através de suas habilidades infinitas e Jovovich continua com o carisma de uma porta, nos dando a impressão de que a atriz realmente está mais do que cansada desse papel e o mesmo vale para todos aqueles que dividem a tela com ela. O único que consegue se destacar um pouco é Iain Glen, como o Dr. Isaacs, apesar de sua atuação exageradamente dramática, que só é prejudicada pelos inúmeros e desnecessários plot-twists, alguns dos quais duram menos que um minuto e não afetam a trama de maneira alguma e nem comentarei sobre o destino de Albert Wesker nesse filme, porque é desgosto demais para uma pessoa só definir em palavras. Felizmente, nem tudo é completamente descartável nesse filme, temos aqui um ótimo design de produção, ainda que muito tenha sido feito em computação gráfica. Alguns desses elementos, inclusive, nos remetem a Aliens: O Resgate e toda a atmosfera de Raccoon City consegue se manter ameaçadora mesmo todos esses anos depois dos dois primeiros filmes. Bem ou mal, acabamos sentindo um vínculo com essa cidade devastada, seja pelas nossas memórias dos ótimos games, ou pela nostalgia provocada por esse retorno às origens. Por outro lado, muitas das criaturas parecem apenas massas disformes, à exceção de um ser particular, voador, que aparece nos minutos iniciais da projeção. Existia a oportunidade de terem trazido muitas criaturas dos jogos (Del Lago, estou olhando para você), mas foi tudo desperdiçado. Dito isso, ''Resident Evil 6: O Capítulo Final'', consegue, sim, encerrar essa longa saga de Alice, apostando fortemente na nostalgia. O grande problema é tudo que rodeia essa noção, desde o próprio roteiro, até seus frenéticos cortes, que tornam essa uma experiência cansativa, que nos faz questionar a necessidade dessa franquia ter sido tão longa. Temos aqui uma obra que não foge do padrão de qualidade (ou falta dela) estabelecida pelos seus antecessores e, se você não espera mais que isso, pode ir sem medo – mas, se deseja pela salvação dessa livre adaptação dos games, é melhor se ater ao material base." (Guilherme Coral)
Constantin Film Davis-Films Impact Pictures Screen Gems
Diretor: Paul W S Anderson
62.015 users / 23.233 face
19 Metacritic 892 Up 124
Date 22/09/2017 Poster - ########## - DirectorGareth EdwardsStarsFelicity JonesDiego LunaAlan TudykIn a time of conflict, a group of unlikely heroes band together on a mission to steal the plans to the Death Star, the Empire's ultimate weapon of destruction.[Mov 04 IMDB 7,8/10] {Video/@@@} M/65
ROGUE ONE - UMA HISTÓRIA STAR WARS
(Rogue One: A Star Wars Story, 2016)
TAG GARETH EDWARDS
{simpático}Sinopse ''Ainda criança, Jyn Erso (Felicity Jones) foi afastada de seu pai, Galen (Mads Mikkelsen), devido à exigência do diretor Krennic (Ben Mendelsohn) que ele trabalhasse na construção da arma mais poderosa do Império, a Estrela da Morte. Criada por Saw Gerrera (Forest Whitaker), ela teve que aprender a sobreviver por conta própria ao completar 16 anos. Já adulta, Jyn é resgatada da prisão pela Aliança Rebelde, que deseja ter acesso a uma mensagem enviada por seu pai a Gerrera. Com a promessa de liberdade ao término da missão, ela aceita trabalhar ao lado do capitão Cassian Andor (Diego Luna) e do robô K-2SO.''
"Estamos a um passo de um crossover de Star Wars com o universo Marvel. Parabéns Disney, por praticamente estragar a magia de Lucas." (Alexandre Koball)
"Filme objetivo e direto ao ponto. Com uma protagonista ofuscada como Jyn Erso, o maior atrativo passa a ser mesmo a missão impossível e suicida, que jamais deixa o ritmo cair." (Bernardo D.I. Brum)
"Funciona bem fora da mitologia meio cansada da saga, principalmente por ser, acima de tudo, um filme de guerra direto, numa fórmula bem tradicional. Abrams se tornando especialista em resgatar franquias para outros fazerem filmes melhores em seguida." (Daniel Dalpizzolo)
"Custa a engrenar e o elenco é deficiente, mas quando pega no breu, os personagens e as batalhas ganham carga dramática, e o filme (uma espécie de capítulo 3 1/2) adquire o tom épico que a saga exige. Dá vontade de rever "Uma Nova Esperança" em seguida."(Régis Trigo)
"Com um roteiro cuidadoso, que amarra bem a trama à cronologia da saga, Edwards supera o desafio de fazer um 'Star Wars' apenas com personagens novos, envolvendo o espectador e criando boas cenas. Um bom acréscimo ao universo fantástico de George Lucas." (Silvio Pilau)
"É uma colcha de retalhos de vários momentos da saga e carece de uma identidade própria, mas isso não chega a ser um defeito para quem ama aquele universo todo e as sequências de ação são magistrais. Ainda assim, não justifica a iniciativa de um spin-off." (Heitor Romero)
''O medo de encontrar em "Rogue One" um filme caça-níqueis, apenas um jeito de lucrar enquanto todos ainda esperam o oitavo episódio de "Star Wars", desaparece durante a sessão. Entre reunir os elementos já manjados da série ou tentar fazer algo fora da curva, o que se vê é um pouco dos dois. E funciona. O roteiro trabalha em cima da única ponta desamarrada deixada entre o episódio três (A Vingança dos Sith, de 2005) e o quatro (o primeiro filme nos cinemas, de 1977): como as forças do Império construíram a Estrela da Morte e como os planos dessa gigantesca arma chegaram até as mãos da Princesa Leia? Bem, se alguém ler este texto e não entender nada do parágrafo anterior, é melhor nem passar perto do cinema. "Rogue One" não é para iniciantes nesse universo. Na verdade, ser um conhecedor da saga deixa o novo filme mais divertido. Há um caminhão de referências engraçadas aos outros filmes. Na mais descarada delas, o rebelde Cassian Andor (Diego Luna) é quase uma reencarnação de Han Solo, com direito a ter um copiloto enorme e fiel. Sai o peludão Chewbacca e entra o robozão K2SO. Andor tem a missão de levar a garota Jyn Erso (Felicity Jones) para achar o pai dela, Galen Erso (Mads Mikkelsen, o dinamarquês da série Hannibal), que é o cientista criador da Estrela da Morte, a máquina destruidora de planetas de Darth Vader. No caminho, um time acaba se formando com eles, incluindo um piloto imperial desertor (menção ao personagem Finn, de Episódio 7: O Despertar da Força, do ano passado) e um guerreiro cego de feições asiáticas que, na falta de um Jedi no filme, tenta filosofar um pouco. Sim, a pregação da filosofia Jedi é mínima e não há lutas de sabre de luz. Com muitos tiros, "Rogue One" é o mais movimentado filme da franquia, o que mais depende das cenas de batalha. E essas correspondem à expectativa. Nunca uma trama com carimbo Star Wars foi tão parecida com um videogame. Depois de Daisy Ridley virar heroína no episódio sete, outra inglesa encabeça o elenco. Felicity Jones, de A Teoria de Tudo e Inferno, conduz bem o filme. Na verdade, não tem muito mais a cumprir do que fazer cara de brava e detonar tropas imperiais, mas traz charme a uma aventura típica de meninos. Desperdiçado está Mads Mikkelsen. Mais conhecido como o canibal Hannibal da TV, é um ator intenso, capaz de performances memoráveis, como em A Caça e "O Amante da Rainha". Mas está em "Star Wars" pela diversão e pelo dinheiro. Ninguém vai conseguir culpá-lo. Não é Shakespeare, é apenas George Lucas, e a ordem é acompanhar as peripécias dos mocinhos rebeldes. Nesse desenrolar, "Rogue One" tem uma atração a mais: ficar atento à tela na esperança de ver surgir algum dos personagens clássicos da trilogia inicial de Star Wars. Na parte técnica, as explosões e voos alucinados dos caças espaciais buscam cada vez mais impacto. Mas nada supera a surpresa de ver Peter Cushing reprisando o papel do vilão Tarkin, que fez no episódio quatro. Morto em 1994, o ator inglês ressuscita graças aos chamados milagres da computação gráfica. E põe milagre nisso!, "Rogue One" deve faturar horrores e lançar novos bonequinhos nas lojas. Pelo menos faz isso com uma aventura movimentada e divertida." (Thales de Menezes)
Um pequeno pretexto, um grande filme.
"É claro que toda essa expansão do universo Star Wars que a Disney vem fazendo é um movimento muito menos romântico do que o sub-título de "Rogue One: A Star Wars Story" sugere. Depois do investimento bilionário para adquirir a franquia, foram anunciados uma nova trilogia e filmes spin-offs que se alternarão em anos de lançamentos com esses episódios principais, o que deixou uma pequena sensação de estarmos tendo uma overdose de Star Wars. Mas não é que os resultados em tela têm se mostrado muito melhores do que esperávamos?"Rogue One nasceu das entrelinhas do ingênuo texto que abriria toda a série, em 1977: os rebeldes haviam roubado os planos de engenharia de uma super arma, hoje mundialmente famosa como Estrela da Morte, e com eles poderiam destruí-la e trazer a paz para a galáxia novamente, ameaçada pelo Império. O gap não apenas tecnológico como financeiro entre as obras é óbvio, com um Star Wars original enxuto, direto ao ponto, de inocente aventura clássica vestida de sabre de luz e naves pouco cientificamente empíricas, e um Rogue One muito mais evoluído, de lentes ágeis, ação convincente e câmeras que agora podem se afastar muito mais, flutuando por lasers e explosões e dando muito mais dimensão a tudo - a Estrela da Morte mesmo, em ação, é mais bruta do que imaginávamos. Não muito atrás, o som também usou o tempo - e a tecnologia - a seu favor: os walkers AT-AT nunca foram tão pesados e tão imponentes - nem tão facilmente derrubados, mas nem tudo é perfeito. É normal achar o início um pouco desinteressante e truncado: conhecemos o universo, mas não o particular daqueles novos personagens, e isso talvez tenha sido o maior desafio do roteiro. Ligar os pontos era fácil, afinal, é um filme de passagem entre dois momentos já muito bem definidos, mas os rebeldes, até então sem nomes e sem rostos, precisavam de motivações e da empatia do público para o filme funcionar. Se há falhas, é a falta de tempo para desenvolver tão bem todos os personagens, já que todos eles são novos, não contam com carinho prévio da nostalgia e devem ser apresentados de forma satisfatória, o que não acontece homogeneamente. Jyn Erso (Felicity Jones, linda e competente), novamente uma protagonista feminina forte, viu seu pai ser levado pelo Império como o principal engenheiro daquela que viria ser a Estrela da Morte. Por muito tempo afastada desse ambiente - e até conformada com a presença do Império -, acaba se aproximando dos Rebeldes quando vê a possibilidade de se encontrar novamente com ele. Não temos os personagens clássicos da franquia, mas mais uma vez o laço familiar característico da série está presente servindo como estímulo para o início de algo muito maior. Mas ela é apenas o centro de uma nova gama de personagens que rapidamente aparecem e vão de encontro com um fim já previsível, afinal, estamos falando de um prequel. E no meio de rebeldes que sujam as mãos para conseguir seus objetivos e de um império politicamente dividido pelo poder - algo novo na série, a política desenvolvida de forma interessante em lados não tão antagônicos - temos apenas uma jovem que quer reencontrar com seu único vínculo afetivo ainda vivo e só isso, nada mais nobre ou engrandecedor além. Chirrut Îmwe (Donnie Yen) é um personagem interessante por trazer a Rogue One a mitologia Jedi em uma época onde, cronologicamente falando, isso ainda era apenas um mito - e o fato de ser cego acrescenta muito a sua personalidade, visto que a primeira vez que Luke usou a força estava com uma venda nos olhos. Já o robô imperial reprogramado K-2SO (dublado por Alan Tudyk) comprova de vez que a Disney está em uma fase inspirada em criar novos andróides, dessa vez um ácido e extremamente sincero, e também por isso muito engraçado, ainda que seja questionável o fato dele se originar do adversário e nunca mais termos visto nenhum em ação durante a série (que foi feita antes, obviamente, mas o fato de ser um prequel dá oportunidade a esse tipo de questionamento lógico; apenas bobagem minha compartilhada com vocês). Mas o grande mérito de ''Rogue One'' é, sem dúvidas, se encaixar tão bem ao cânon da série que dá todo um novo ar ao já conhecido e revisitado Episódio IV, ainda que o respeitando e homenageando em diversos momentos feitos especificamente para os fãs reconhecerem (holograma, aparições, naves conhecidas...). A luta, muito mais densa e visceral do que estamos acostumados (em um dos momentos, o cenário lembra o Vietnã!), concede peso à missão tanto dos rebeldes daqui quanto os de Leia e companhia, uma vez que agora somos próximos aos 'rebeldes que roubaram planos imperiais'. Até mesmo pequenos furos de roteiro do original, como a falha bizarra que pode destruir a arma, aqui é justificada. Hoje, é impossível pensar no Episódio IV sem considerar ''Rogue One'', e isso é um baita elogio. Se tematicamente o filme se torna tão importante assim, dá para dizer o mesmo de seu tom artístico, inspiradíssimo: há pelo menos três ou quatro cenas já emblemáticas e inesquecíveis à saga. Dá até para ser um pouco mais ousado: aqui temos a melhor cena de Darth Vader de toda a franquia Star Wars. Como diz um personagem em determinado momento, agora há esperança. O futuro é promissor novamente para um balde de pipoca no espaço." (Rodrigo Cunha)
''Depois de assistir ''Rogue One'', a sensação que tive é que esta foi a primeira vez depois que a Trilogia Original foi encerrada em 1983, que algum filme da franquia realmente conseguiu recapturar aquilo que fez de Star Wars Star Wars. George Lucas tentou fazer algo diferente e destruiu os prelúdios. A Disney tentou fazer algo igual e… bem, fez algo igual que é bacaninha e tal, mas que, convenhamos, é apenas mais do mesmo lá no fundo. Gareth Edwards (Monstros e Godzilla), com roteiro de Chris Weitz (Formiguinhaz, Um Grande Garoto e Cinderela) e Tony Gilroy (o grande nome por trás da franquia Bourne), conseguiram entregar um filme que tem a ousadia que O Despertar da Força evitou a todo custo e o respeito ao cânone que Lucas desprezou com os intragáveis Episódios I, II e II em um pacote cheio de personalidade e, principalmente, diferente de tudo que já vimos nessa galáxia muito, muito distante sem ser algo completamente à parte e divorciado de tudo que veio antes. Um feito que por si só já merece aplausos. O filme, para começar, assim como foi o Guerra nas Estrelas original de 1977, é completamente autocontido. Ele conta uma história clara com começo, meio e fim (com direito a prólogo), apresentando um grupo de personagens quase que completamente inexistente até esse momento, fazendo-nos simpatizar com eles – ainda que não totalmente, como abordarei mais para frente – e, depois, liquidando-os mais do que completamente, sem dó nem piedade, no melhor estilo Os Sete Samurais e outras obras no estilo “grupo improvável se reúne em prol do bem comum e morre um a um na missão”, algo completamente inédito, nessa escala, em toda a franquia. E o melhor é que o filme, assim como o primeiro, pode efetivamente funcionar como ponto de partida para todas as três ou quatro pessoas do mundo que ainda não assistiram os demais filmes, algo que nem mesmo O Despertar da Força permite completamente. Claro que assistir Rogue One conhecendo a Trilogia Original permite outra camada de apreciação, mas, em um sinal de roteiro bem escrito, nenhuma referência ao universo já conhecido dos fãs é intrusiva ou de alguma forma atrapalha a narrativa, algo que é um verdadeiro alívio para o mundo em que vivemos hoje, em que roteiros são praticamente escritos ao redor de referências. E o melhor dessa constatação é que Rogue One, se pararmos para pensar, nada mais é do que uma imensa referência única, mas que, de tão bem estruturada e desenvolvida, funciona de maneira independente. "Rogue One, no entanto, não é um filme sem problemas, como, aliás, nenhum filme da franquia realmente é (ou, mais genericamente, nenhum filme é). Como justificar então as cinco estrelas? Muito simples. Assim como acontece em Uma Nova Esperança, O Império Contra-Ataca e O Retorno de Jedi, os defeitos existentes ficam soterrados debaixo da sinfonia regida por Edwards em um trabalho hercúleo de criação e destruição de universo como raramente se vê por aí. Como falei dos defeitos, talvez seja interessante, então, começar por eles.
Prefiro beijar um Wookiee!
A Trilogia Original e, até certo ponto, – com ressalvas – a Trilogia Prelúdio têm como grande característica quebrar o molde pelos quais se fazem efeitos especiais. A Industrial Light & Magic praticamente estabeleceu as regras da nova geração de efeitos práticos e estabeleceu as bases para os hoje useiros e vezeiros efeitos em computação gráfica, tão diluídos por mau uso. Em Rogue One, o trabalho dos efeitos em geral volta a nos dar uma forte impressão de mundo vivido, mesclando muito eficientemente efeitos práticos com computação gráfica. Diversos alienígenas são criados unicamente com o uso inteligente de maquiagem e próteses e quando há fusão de efeitos digitais, eles funcionam de maneira transparente. Mesmo os efeitos exclusivamente digitais são bem utilizados aqui, sem exageros artificiais (talvez com exceção do monstro cheio de tentáculos que brevemente vemos torturando Bodhi Rook) e todos bem costurados com as imagens capturadas em película. As batalhas espaciais merecem particulares aplausos, por oferecerem fluidez e uma sensação de peso a cada nave, seja pequena, grande ou gigantesca, algo que fica patente nas aparições da Estrela da Morte – em sensacionais ângulos inéditos – e na manobra que a corveta Hammerhead faz ao empurrar um Destróier espacial à deriva para cima de outro, resultado na espetacular destruição mútua e, por consequência, do escudo de força ao redor do planeta Scarif. E, contrastando com os pontos negativos que abordarei em seguida, a captura de performance de Alan Tuddyk – e seu trabalho de voz – para a criação do impagável androide imperial reprogramado K-2SO, é um tour de force magnífico tamanha é sua “realidade” ao contracenar com os atores e lidar com os cenários físicos ao seu redor. Mas não há como deixar de fora os dois elefantes digitais que torpedearam a imersão no filme: o Grão Moff Tarkin e a Princesa Leia. E eles merecem análises separadas. Tarkin foi vivido magnificamente por Peter Cushing em Uma Nova Esperança. O ator, que se notabilizou por suas atuações em clássicos do horror, faleceu, porém, em 1994 e sua volta – extremamente necessária para que Rogue One pudesse ser “encaixado” na mitologia já estabelecida – poderia acontecer de três formas: por meio de um novo ator e uso de maquiagem prática, por meio de truques de câmera e um roteiro que permitisse o uso de personagem em momentos cirúrgicos e apenas na penumbra ou – o mais arriscado e o que foi feito – por meio do uso pesado de CGI. A não ser que o espectador não faça ideia que Cushing faleceu ou que tenha percepção visual prejudicada, é impossível não reparar que há algo errado com o personagem. Por mais que esforços tenham sido empregados para dar vida ao boneco digital, ele ainda parece o que é. A tecnologia talvez ainda não tenha chegado ao ponto para que seja possível trazer de vota à vida atores falecidos (imaginem as possibilidades!) e o uso relativamente extenso de Tarkin em Rogue One deixa isso à mostra. A própria Disney, ao rejuvenescer Michael Douglas em Homem-Formiga e Robert Downey Jr. em Capitão América: Guerra Civil, já havia impressionado com a tecnologia, mas o que é feito aqui ainda não tinha paralelo na Sétima Arte: a reconstrução total de um ator falecido e sua inserção efetiva em uma produção cinematográfica de peso. O resultado fica aquém do que se poderia esperar – personagens fictícios e não exatamente humanos como Gollum funcionam melhor justamente por não tentarem espelhar a realidade -, mas, tenho certeza, foi o melhor possível. Mesmo, porém, com esse elefante digital quebrador da quarta parede, o caso de Tarkin é perfeitamente justificável e, muito sinceramente, prefiro sua presença assim do que sua ausência ou de seu uso limitado. Tarkin é o comandante da Estrela da Morte em Uma Nova Esperança, hierarquicamente ocupa a mesma posição de Darth Vader, contando com amplo respeito pelo Imperador, como vimos no livro canônico de James Luceno. Mesmo que o foco seja no Diretor Orson Krennic (Ben Mendelsohn) em Rogue One, era vital que o vilão que viria a destruir Alderaan fosse explorado, gerando tensão e um senso de conforto aos espectadores. Portanto, a troca, aqui, foi justa. Já no caso de Leia, ainda que seu rosto seja visto por apenas uns três segundos e ao final da projeção, o momento é como um trem sendo descarrilado (com o espectador como passageiro). Nesses três segundos, um nome me passou pela cabeça: Robert Zemeckis. Várias vezes provando-se um grande diretor, ele tentou desbravar o mundo da captura de performance criando, no processo, pavorosos personagens digitais em filmes como O Expresso Polar e A Lenda de Beowulf. A Princesa Leia parece saída de um desses pesadelos cartunescos de Zemeckis… E o pior é que, diferente de Tarkin, sua presença era desnecessária à trama. Sua presença de frente, digo. Bastava termos visto a heroína de costas para que toda a mensagem fosse passada. Quando a câmera foca em seu rosto, porém, todo o esforço de se conectar Rogue One com Uma Nova Esperança (com a repetição da palavra “esperança” umas 500 vezes ao longo da projeção…) quase vai por água abaixo. Quase. Novamente, porém, o resultado do conjunto me impede de tirar pontos do filme por esse problema (Leia especificamente), ainda que eu o reconheça e o execre.
Aquilo não é uma lua…
Weitz e Gilroy trabalharam em cima de uma história criada por John Knoll e Gary Whitta que, francamente, nada mais é do que um amontoado de clichês clássicos constantes de um sem-número de filmes desde a invenção do cinematógrafo. Mas clichês, quando bem usados, podem ser uma dádiva e isso é exatamente o que acontece aqui. Quantos filmes já vimos que reúnem um bando de desajustados que, de forma hesitante, formam uma equipe em uma missão suicida? Essa é premissa básica de Rogue One, com Jyn Erso (Felicity Jones) sendo recrutada pelo comandante rebelde Cassian Andor (Diego Luna) para ajudar em um plano que envolve seu pai que não vê há 15 anos, um rebelde extremista que cuidou dela como se filha fosse e o ponto fraco de uma estação espacial mortífera do Império cuja construção está chegando ao fim, ameaçando toda a Aliança Rebelde. O que separa o roteiro do filme da temática batida é como ela é abordada e como seus personagens são construídos. Vão pela janela o didatismo extremo e as conveniências do tipo ele é especialista em facas, ela é especialista em demolição e, em seu lugar, entra uma organicidade muito elegante para cada um dos membros da equipe rebelde de um lado e do Império de outro. Quando o filme começa, vemos um prólogo que estabelece a separação de Jyn de seu pai, Galen Erso (Mads Mikkelsen) e a morte de sua mãe Lyra (Valene Kane). A informação que recebemos em seguida, já no presente, é que Galen, agora, depois de recrutado por Krennic, é o engenheiro responsável pela construção da Estrela da Morte e que um piloto imperial desertor tem uma mensagem que possivelmente vem de Galen endereçada a Saw Gerrera (Forest Whitaker), rebelde de táticas radicais que não compactua com a Aliança Rebelde. Com isso, a missão é bipartida, como em uma caça ao tesouro. Primeiro uma hesitante Jyn, um frio Cassian e um sarcástico K-2 precisam localizar a tal mensagem, algo que é usado de forma dramática para reunir os demais membros da equipe: os Guardiões dos Whills Chirrut Îmwe (Donnie Yen, da franquia Ip Man), cego e ninja e Baze Malbus (Wen Jiang), a versão humana do Rocket Raccoon, além do piloto desertor Bodhi Rook (Riz Ahmed, de The Night Of). Reparem como a coisa é feita de maneira orgânica e precisa, sem qualquer artifício narrativo clássico como recrutamento ou coincidências exageradas. Ao contrário, há uma confluência natural e costurada em cima de um ataque contra o Império orquestrado por Gerrera. O grupo é diverso e cada um tem seu objetivo particular. Na verdade, não é ainda um grupo e eles precisam aprender a lutar como um. Ao mesmo tempo, vemos em Saw Gerrera uma visão de futuro, alguém que, ao longo das décadas, literalmente sacrificou partes de seu corpo, tornando-se uma versão cospobre de Darth Vader, para uma causa que ele sabe tem poucas chances de dar em algo. Seu sacrifício, sua resignação diante da destruição de Jedha é, de certa forma, uma passagem de bastão para Jyn Erso e as ideias da Aliança Rebelde que ele mesmo desgosta em um sinal de que seus métodos no estilo terrorista são equivocados. Encerrada a construção da equipe, a segunda missão começa: a captura (para Jyn) ou assassinato (para Cassian) de Galen em Eadu. Essa sequência funciona como o ponto de virada, como a efetiva formação da equipe. Cassian revê sua vida a serviço da Aliança somente obedecendo ordens sem discutir, Chirrut e Baze tornam-se protetores de Jyn, Bodhi, conforme K-2SO deixa claro, torna-se um rebelde e Jyn, finalmente, tem seu breve, trágico e revelador reencontro com seu pai, Galen, quando ela finalmente percebe quem ela realmente é. Ou melhor, quem ela sempre foi. Afinal, ela foi treinada a vida toda para lutar contra o Império e apenas não ligou os pontos. É como se sua vida começasse ali, na plataforma de pouso chuvosa e escura, segurando o corpo inerte de seu pai. Com o prólogo e as duas missões iniciais tomando praticamente pouco mais da metade do tempo de projeção, Edwards calibra a narrativa a partir desse ponto para trazer questões políticas de ambos os lados do conflito. A hierarquia imperial é abordada, com o Diretor Krennic entrando em conflito com o Grão-Moff Tarkin (espiritualmente Peter Cushing) e sendo convocado por Lorde Vader para explicar-se, o que inteligentemente já insere o grande vilão da franquia na história de forma a evitar que seu triunfal aparecimento ao final pareça aleatório ou um mero e jogado fan service (que fique claro: é fan service, mas do melhor tipo, já que é um script service também, pois serve à narrativa de forma redonda). Do lado dos Rebeldes, descobrimos exatamente o porquê que eles se chamam Aliança Rebelde, algo que nunca paramos para pensar de verdade, com diversas facções em constante conflito sobre que estratégia tomar e quase completamente se fragmentando diante da ameaça da Estrela da Morte. A pegada adulta do roteiro se faz presente já aqui, com o esfacelamento daquela imagem clássica dos mocinhos maiores que a vida e sempre certos e resolutos. Cassian é um assassino – quando ele mata seu informante a sangue-frio no entreposto comercial, isso já fica mais do que claro – e os vários membros da Aliança pensam mais de forma egoísta do que no bem de todos e tudo depende da coragem demonstrada pela novata Jyn tentando homenagear a memória do pai para que a maré volte a beneficiar o grupo. E é depois desse interlúdio que, então, há o ingresso na terceira e suicida missão: uma ataque à base imperial em Scarif, onde os planos estruturais da Estrela da Morte estão arquivados. Aqui, a fluidez é de uma sinfonia. Toda a longa e complexa sequência que vai eliminando os personagens um-a-um e caminhando para um desfecho que esperamos, mas não sabemos exatamente como acontecerá, mostra a equipe de Jyn pela primeira vez trabalhando 100% em prol de um único objetivo. Cada personagem tem sua função e ninguém é simplesmente esquecido pela câmera de Edwards. Seja a fé de Chirrut ou a lealdade de Baze ou ainda a vontade de se redimir de Bohdi, cada elemento que fora apresentado em pedaços antes ganha sua forma final aqui, tornando relevante cada morte, cada gota de sangue derramada em nome da Rebelião. O posfácio com Darth Vader (voz do octogenário James Earl Jones) é como a proverbial cereja no bolo. Em última análise, lá no fundo, a costura que é feita com Uma Nova Esperança é desnecessária sob o ponto de vista dramático e narrativo, mas ela é tão perfeita, tão fluida e tão bem estruturada que não há como não prender a respiração esperando ver exatamente aquilo que Edwards entrega: ação que vai até poucas horas antes da perseguição da Tantive IV pelo Destróier Imperial de Vader. Um coup de grâce inesquecível da produção.
Boa garoto, mas não fique convencido!
O elenco mais diverso de um blockbuster nos últimos anos e que não precisou se valer de estratégias de marketing para que essa questão fosse abordada, como muitos gostam de laurear por aí, entregam um fabuloso conjunto harmônico que convence a cada momento diante das câmeras. É como ver improváveis escalações para um filme da franquia encaixando-se milimetricamente em um jogo de Tetris. Cada personagem é cuidadosamente composto na medida do necessário para fazer a narrativa avançar e envolver o espectador nessa versão micro do vasto universo já criado ao redor, sem que o investimento sentimental atrapalhe a compreensão das funções de cada. Peguem o veterano Forest Whitaker, por exemplo. Seu personagem é fisicamente fascinante e chama atenção sem que ele precise esboçar qualquer tipo de reação, mas, nos pouquíssimos minutos que ele tem de tela, o ator entrega toda a dor, a paranoia, o peso de uma vida inteira cercada de mortes, fugas e sacrifícios pessoais. Sua dedicação por Jyn fica patente apenas com seu olhar no primeiro quadro do reencontro dos dois. Sua voz alquebrada entrega a emoção na dose necessária para que entendamos o recado sem que Gerrera perca sua figura lendária. Reparem só: um parágrafo inteiro para uma participação de três, talvez quatro minutos, caros leitores… Ben Mendelsohn, excelente ator que ainda não tivera seu grande papel no cinema o tem aqui em Rogue One. Talvez alguns possam dizer que ele é o vilão unidimensional da história, mas eu diria que esse adjetivo se encaixaria mais para Tarkin e até mesmo Vader. O Krennic de Mendelsohn tem um coração negro, sem dúvida, mas ele, em seu âmago, muito provavelmente age movido pela efetiva crença de que os fins justificam os meios. Se ele tiver que destruir uma meia dúzia de planetas para alcançar a paz na galáxia, ele assim o fará. Por isso sua frieza ao tratar com seu amigo Galen, ao mandar matar Lyra e ao ordenar que seus Death Troopers executem os engenheiros em Eadu. Ele só perde sua compostura quando sua posição na hierarquia imperial é ameaçada, algo que é mais caro a ele do que qualquer outra coisa e que Mendelsohn deixa claro com sua inflexão de voz que mistura deboche com arrogância, seu olhar perfurante e seu perturbador sorrisinho depois de ser enforcado por Vader. A protagonista, Jyn Erso, vivida por Felicity Jones é uma espécie de anti-Rey. Não há inocência em sua atitude ou sua voz, apenas mágoa, tristeza e conformidade com o status quo, algo que ela reputa como inevitável até a grande virada com a morte de Galen. Seu arco dramático é, sem dúvida, o mais completo, ainda que, possivelmente por direção de Edwards, Jones não componha a personagem de maneira a torná-la alguém com quem o espectador simpatizará automaticamente como acontece com Daisy Ridley e sua Rey. Se duvidar, o objetivo não é fazer o espectador simpatizar com Jyn, mas sim respeitá-la e no mesmo passo que Cassian passa a respeitá-la. Como não tirar o chapéu para uma escolha arriscada como essa, que Jones tira de letra, hein? Eu poderia dizer o mesmo de Diego Luna e seu Cassian. Sua curva de crescimento é bem menor que a de sua parceira de luta, mas ela existe e é catalisada pela percepção de Chirrut sobre a “prisão interna” que ele carrega consigo para onde quer que vá. Ele é um homem preso às suas convicções e à uma estrutura de comando rígida. Ele não foi feito para duvidar de ordens recebidas. Luna, ainda que tenha de certa forma pouco espaço para trabalhar seu personagem, consegue estabelecê-lo já cedo na narrativa, com a química dele com Jones funcionando muito bem e convencendo-nos da inevitável união pré-incineração ao final. Mads Mikkelsen é a intensidade em pessoa nos pouquíssimos minutos que tem para mostrar seu trabalho. Seu semblante de dor o acompanha em cada frame e nos identificamos e sofremos com isso a partir dos primeiros segundos dele em câmera no prelúdio. É interessante como o mistério sobre seus propósitos só fica realmente escondido do alto comando rebelde, já que, para nós – e para Jyn – é claro que ele sempre atuará tendo a Rebelião (ou o melhor para Jyn, como ele diz ao deixá-la ainda jovem) em mente. De forma muito semelhante a Mikkelsen, mas de um lado mais iluminado, temos Donnie Yen que nos mesmeriza com suas habilidades com artes marciais (reza a lenda que ele criou um estilo de luta específico para Rogue One) e cria um Chirrut que é ao mesmo tempo alívio cômico e consciência, em uma mistura de Grilo Falante com “bobo da corte” travestido de ninja-quase-Jedi-mas-mais-Jedi-que-muito-Jedi que rouba toda as cenas em que aparece. Quando eu o deixei, era apenas um aprendiz; agora sou o mestre. Mais intensamente do que em O Despertar da Força, Rogue One emula com muita proximidade – e mais realismo ainda – o espaço vivido que é marca registrada da franquia (se descontarmos a Trilogia Prelúdio, que mais parece a versão sanitizada desse universo, com seus efeitos especiais de desenho animado). O design de produção é extremamente cuidadoso ao retomar praticamente tudo o que vemos em Uma Nova Esperança sem adicionar invencionices. O quartel-general rebelde em Yavin-4 é a maior prova disso. As tomadas interiores parecem que foram filmadas com props do filme original. Os computadores, as telas, os botões, os figurinos, tudo ali presente nos transporta de volta a 1977 e nos coloca no exato mesmo universo sem qualquer quebra de continuidade. O mesmo vale para os interiores das naves e bases imperiais que acompanham o desenho já conhecido da Estrela da Morte do primeiro filme. O que é acrescentado – naves diferentes de um lado e de outro do conflito, criaturas inéditas, novas armaduras de tropas imperais e assim por diante – não quebra a impressão original, não nos desloca para fora da narrativa. Muito ao contrário, o que é criado aqui acrescenta ao que já está estabelecido de forma transparente, como se sempre tivesse estado lá. A fotografia de Greig Fraser é um mundo à parte. Ou vários mundos à parte. Suas experiências como diretor de fotografia em A Hora Mais Escura, Foxcatcher: uma História que Chocou o Mundo e O Homem da Máfia, ajudam na sua composição dos diferentes planetas pelos quais passeamos ao longo da projeção. De um planeta verdejante no prelúdio para um entreposto comercial apinhado de gente em um cinturão de asteroides, passando por um planeta semi-desértico, outro com rochedos e chuvas torrenciais, culminando com um paraíso caribenho, vemos seu trabalho mudar completamente e adaptar-se às demandas da narrativa. Planos gerais são contrapostos a planos médios e americanos usados para trabalhar o tom de ameaça e a proporção do poder bélico do Império vis-à-vis a pequenez corajosa da Aliança Rebelde. Super wide-shots com a Death Star-rise no horizonte de Scarif ou em proximidade a um Destróier criam a desesperança necessária para criar a urgência das missões de Jyn e equipe, algo amplificado pela maestria na composição das sequências de batalha em terra, o grande foco da fita. No mesmo diapasão, a montagem de John Gilroy, Colin Goudie e Jabez Olssen coloca o espectador no meio do conflito, mas sempre mantendo-o ciente do que o cerca, sem que cortes velozes demais façam as sequências perderem sua lógica narrativa quando isto não é necessário. Até mesmo a clássica montagem paralela final, com ações dentro da torre, no solo e em órbita de Scarif mantém uma estrutura compassada e perfeitamente distinguível a todo momento. Nesse aspecto, basta comparar com a confusão do final de A Ameaça Fantasma para notarmos rapidamente como um bom trabalho de planejamento prévio faz diferença sempre e isso considerando que ''Rogue One'' passou por extensas refilmagens e alterações da montagem na pós-produção.
Você não é um pouco baixo para um Stormtrooper
"Rogue One" é o primeiro longa-metragem de cinema da franquia Star Wars que não conta com trilha sonora composta pelo mitológico John Williams. Uma escolha arriscada, mas correta. Assim como houve a eliminação dos famosos letreiros de abertura que marcam os filmes, séries, quadrinhos e games neste universo (algo que, confesso, trouxe-me estranhamento ao mesmo tempo que admiração), a substituição de Williams era importante para quebrar a linha melódica dos filmes numerados. Rogue One é para ser diferente e a manutenção da linguagem musical deste grande compositor poderia engessar o filme.Alexandre Desplat (O Grande Hotel Budapeste, Godzilla) foi o escolhido para compor a música do filme, mas as refilmagens atrasaram a montagem e ele precisou seguir seu próprio caminho com outros compromissos. Um grande nome se foi, mas outro grande nome entraria no barco já próximo de ser atracado: Michael Giacchino, compositor de carreira meteórica e responsável pelas trilhas de Lost, Up – Altas Aventuras, Ratatouille, os três filmes do reboot de Star Trek e Doutor Estranho. Mesmo assim, dois fatores conspiraram contra ele: tempo e expectativa. Afinal, ele foi chamado para tapar buraco e teve que correr com seu trabalho em um espaço de tempo menor do que o já costumeiramente curto tempo que os compositores têm para entregar suas obras para filmes. Mas a expectativa era seu maior inimigo talvez e é muito fácil descartar o que Giacchino fez por não ter nenhuma composição bombástica como a faixa título de Star Wars ou a Marcha do Império. E, de fato, não há. A trilha de Giacchino, aqui, faz algo corajoso. Teria sido um caminho mais simples se eles simplesmente retrabalhasse temas clássicos de Williams, dando seu toque. Mas, assim como ele fez com o reboot de Star Trek, ele escolheu partir substancialmente do zero. Pode ser que ele não tenha alcançado a mesma qualidade do que ele fez na franquia rival, mas uma nova música tema não era necessária aqui. Suas notas primam pela sutileza, pelo silêncio quebrado por uma trilha de cunho utilitário que ele constrói em cima dos conceitos musicais de Williams.Mas ele faz sim sua própria marcha, uma que é específica para Rogue One e que perpassa toda a trilha depois de apresentada na faixa inicial do prelúdio sobre o título em tela. Esse tema, que se confunde – propositalmente – muitas vezes com o de Jyn, carrega o peso de um drama militar e de uma história que sabemos que não pode acabar bem. Ecos de Marcha Imperial aqui, de tema de Luke Skywalker ali e o resultado é um conjunto harmônico que, se não ficará na memória, certamente é um trabalho mais do que digno para receber o selo John Williams de qualidade."Rogue One'' é Star Wars em seu coração, mas algo completamente novo em sua execução. A obra de Gareth Edwards faz extenso uso de uma biblioteca de clichês cinematográficos e de referências ao universo criado por George Lucas em um pacote de narrativa cirúrgica repleta de personagens interessantíssimos, ação, drama, momentos inesquecíveis e, sim, um profundo – diria inigualável – senso de respeito a tudo o que veio antes, que consegue apenas ampliar a urgência da Trilogia Original, visto que agora o sacrifício de todos que vieram antes de torna mais palpável. Este é o filme de Star Wars que esperávamos de verdade. E ele automaticamente se torna o padrão pelo qual todos os próximos serão medidos." (Ritter Fan)
89*2017 Oscar
Lucasfilm Allison Shearmur Productions Black Hangar Studios Truenorth Productions Walt Disney Pictures
Diretor: Gareth Edwards
395.693 users / 107.115 face
51 Metacritic 39 Down 12
Date 10/10/2017 Poster - ##### - DirectorWarren BeattyStarsLily CollinsHaley BennettTaissa FarmigaThe unconventional love story of an aspiring actress, her ambitious driver, and their eccentric boss, the legendary billionaire Howard Hughes.[Mov 07 IMDB 5,7/10] {Video/@@@@} M/60
REGRAS NÃO SE APLICAM
(Rules Don't Apply, 2016)
TAG WARREN BETTY
{nostálgico}Sinopse ''O filme foca os últimos anos da vida do bilionário aviador Howard Hughes (Warren Beatty), que submete seus funcionários - uma jovem aspirante a atriz (Lily Collins) e seu motorista ambicioso (Alden Ehrenreich) - a suas excentricidades.''
*
''Após uma indicação de melhor atriz no Globo de Ouro/2017 para Lily Collins , fomos conferir. Então, depois de quase duas horas de pouca coisa, quase nenhuma, constatamos que não era nada necessário outra história sobre o maluco bilionário Howard Hughes tendo em conta que em O Aviador essa história já foi muito bem contada e interpretada. O que fez Warren Beatty após um jejum nas telonas de quase 18 anos, reencarnar o personagem (mesmo que por outro prisma), e ainda apostar na direção, é um desses mistérios do cinema que ficarão para sempre insondáveis. Com o roteiro que beira o péssimo equilibrado com monótono, somado a um romance meia boca e misturando atores retirados das tumbas com recém saídos do forno, nem mesmo a reconstituição de época dos anos 50, seus carros e figurinos, tira "Regras Não se Aplicam'' da categoria de um dos mais pretensiosos e piores trabalhos de 2016. Ah, sim, claro que Lily Collins continua lindinha e boa atriz em um papel com muitas nuances e a indicação não foi em vão, foi merecida, mas apenas isso não basta para levar o espectador a, pelo menos, se interessar pela explicação sem graça do titulo." (ADC)
74*2017 Globo
New Regency Pictures RatPac Entertainment Worldview Entertainment Shangri-La Entertainment Demarest Films Tatira
Diretor: Warren Beatty
5.826 users / 1.440 face
40 Metacritic 1.790 Down 389
Date 02/12/2017 Poster - ##### - DirectorGuillaume CanetStarsGuillaume CanetMarion CotillardGilles LelloucheGuillaume Canet is told by a young co-star that he's no longer Rock'n' Roll and can't sell films anymore. He then tries to prove her wrong and gets help from his girlfriend, Marion Cotillard.[Mov 05 IMDB 6,1/10] {Video/@@@@@}
ROCK' N ROLL - POR TRÁS DA FAMA
(Rock'n Roll, 2017)
TAG GUILLAUME CANET
{divertido}Sinopse ''Guillaume Canet, 43 anos é realizado na vida e tem tudo para ser feliz... Numa filmagem, uma linda atriz de 20 anos vai cortar seu entusiasmo ao dizer a ele que não é mais tão « Rock », que inclusive, nunca foi e, para acabar de vez com ele, que caiu muito na lista dos atores mais desejados... Sua vida familiar com Marion, seu filho, sua casa de campo, seus cavalos, seus cabelos, dão a ele uma imagem cafona e que não é mais exatamente sexy… Guillaume entende que é urgente mudar tudo. E ele resolve ir longe, bem longe, sob o olhar estupefato e impotente de quem o cerca.''
*****
''Guillaume Canet é injustamente pouco conhecido no Brasil. Uma das poucas referências que se tem a seu respeito por aqui é que ele namora a atriz Marion Cotillard, com quem tem dois filhos. Pois é dele "Rock'n Roll - Por Trás da Fama", um dos destaques do Festival Varilux, uma sátira ao mundo das celebridades e da eterna busca pela juventude, mais comum entre quem compete por papéis no cinema que entre o resto dos mortais. Pelo menos essa é a tese do filme. Na trama, Guillaume Canet é Guillaume Canet, ator e diretor francês que vive com a namorada, Marion Cotillard (Marion Cotillard), e um filho do casal, Lucien (Tifenn Michel-Borgey, único que não representa a si próprio no filme). Guillaume atua no filme de um amigo, Philippe Lefebvre, fazendo um padre e pai de uma jovem vivida pela atriz e modelo Camille Rowe. O clima no set é de harmonia, até que aparece uma jornalista para entrevistar os dois. Na conversa eles trocam carinhos, até a garota dizer que ele já não é mais tão rock'n roll e não está no topo da lista de celebridades com quem ela e as amigas transariam. O comentário cala fundo no coração do ator, que começa uma jornada em busca de seu inner rock'n roll. É um pouco uma trama de uma piada só; no resto do filme, Canet quer ser jovem de novo, não quer papéis de sujeitos bem-comportados. Uma das graças do filme é espiar um pouco a parte documental, dele e de Marion vivendo juntos, criando o filho, comemorando prêmios, chorando as derrotas e também fazendo uma horta no meio do apartamento para ter legumes orgânicos ou montando a cavalo – esporte de predileção do Canet real. Mas, no filme, ele passa a achar que todas essas notícias sobre sua vida estão ferindo sua imagem. E decide mudar tudo para manter sua fama de playboy, de rebelde. Começa se revoltando contra o personagem que interpreta no filme dentro do filme, experimentando sotaques e entrando em cena como se estivesse bêbado. Depois, leva a rebeldia para a vida, e passa a sair para noitadas em que acaba vomitando na calçada, para sua grande alegria no dia seguinte. São essas as notícias que ele quer ver circulando por aí. Canet também leva sua piada às últimas consequências, até o humor virar constrangimento e pastelão. Mas faz tudo isso com graça e leveza. E, apesar de ser um pouco arrastado em algumas sequências, vale a pena ver até o final, até depois dos créditos. Acredite, a última risada é das melhores do filme." (Tete Ribeiro)
''Dirigido e estrelado por Guillaume Canet em uma versão ficcionalizada de si mesmo, ''Rock’n’Roll: Por Trás da Fama'' é uma comédia que trata da relação que as pessoas tem com sua imagem perante a mídia e perante a si mesmas, especialmente em uma profissão que muitas vezes – e infelizmente – acaba se baseando quase que exclusivamente na imagem. Protagonizado por Guillaume Canet como um ator de meia-idade no meio das gravações de um filme com uma famosa atriz bem mais jovem que ele, o longa vai muito bem até seu último terço de duração, onde tudo acaba indo por ladeira abaixo – mas sem perder o bom humor. Quando Canet ouve da atriz que protagoniza o filme ao seu lado que ele não é rock, o ator logo entra em uma crise que acaba fazendo com que todas as suas convicções entrem em crise, incluindo seus hábitos, sua relação com sua mulher (a atriz Marion Cotillard, vencedora do Oscar por Piaf – Um Hino ao Amor), sua relação com a imprensa francesa e até com seu trabalho. Canet passa a viver uma vida rock’n’roll – e também a sofrer as consequências de seus atos. As atuações bastante convincentes dos atores nessas ficcionalizadas versões de si mesmos são alguns dos pontos altos do filme. Os exageros utilizados em longas cenas musicais e mesclando a fantasia e a realidade desse ator que parece não se sentir tão quisto quanto antes são responsáveis pelos bons momentos cômicos que carregam a narrativa. Porém, o principal problema acaba sendo a parte final, quando o protagonista adere a um procedimento estético e, desse momento, em diante a trama degringola desesperadoramente e perde muito do seu ritmo e charme inicial. Apesar dessas derrapadas e de estender essa história em uma duração que acaba sendo maior do que a necessária, o principal mérito de Guillaume Canet em ''Rock’n’Roll: Por Trás da Fama'' é não ter medo de brincar com sua própria imagem e com crises pessoais e profissionais que acontecem dentro da indústria do entretenimento mas acabam se tornando mais motivo de fofoca do que algo tratado abertamente pelos protagonistas dessas situações. Mesmo com alguns problemas que prejudicam razoavelmente o resultado final do filme, Rock’n’Roll: Por Trás da Fama ainda garante ótimas gargalhadas e vale a pena ser visto pelas ótimas performances de Guillaume Canet e Marion Cotillard." (Vítor Guimarães )
Les Productions du Trésor Pathé Caneo Films M6 Films Appaloosa Cinéma Canal+ Ciné+ M6 W9
Diretor: Guillaume Canet
2.099 users / 345 faceSoundtrack Rock The Roots / Franz Ferdinand / Alphaville / Crowded House / Crowded House / One Way / Demis Roussos / Orchestral Manoeuvres in the Dark / Dead or Alive
3.130 Down 279
Date 23/01/2018 Poster - ### - DirectorJason ReitmanStarsKate WinsletJosh BrolinGattlin GriffithDepressed single mom Adele and her son Henry offer a wounded, fearsome man a ride. As police search town for the escaped convict, the mother and son gradually learn his true story as their options become increasingly limited.[Mov 06 IMDB 6,9/10] {Video/@@} M/52
REFÉM DA PAIXÃO
(Labor Day, 2013)
TAG JASON REITMAN
{romântico}Sinopse 'Não recomendado para menores de 12 anos É o final do verão, às vésperas do Dia do Trabalho na cidade de Holton Mills, New Hampshire. Henry (Gattlin Griffith), um garoto de 13 anos, tem poucos amigos, e passa o dia lendo, vendo televisão ou sonhando acordado com os belos corpos de suas colegas de escola. A única companhia de Henry é sua mãe, Adele (Kate Winslet), uma ex-dançarina divorciada há muito tempo. O garoto tenta integrar a nova família de sua mãe e agradar o padrasto, mas Adele tem um grave segredo que não lhe permite ser feliz. Mas tudo muda no Dia do Trabalho, quando Frank (Josh Brolin), um homem misterioso e ferido, aproxima-se de Henry e pede sua ajuda. Nos próximos cinco dias, Henry aprende algumas das lições mais importantes da sua vida: como lançar uma bola de baseball, como fazer uma torta, como não sofrer com a inveja, o poder da traição e a importância de pensar nos outros antes de si mesmo.''
"Talvez peque um pouco por ser excessivamente lento e não muito original (e há problemas primários de roteiro), mas Labor Day conduz para frente a carreira ainda irregular de Reitman ao lidar com emoções complexas fugindo (às vezes) de artifícios tolos." (Alexandre Koball)
"Tem classe e é bem filmado, mas a história tem um desenvolvimento meio capenga, deixando-a desinteressante e com personagens meio industrializados demais." (Rodrigo Cunha)
"Refém da Paixão" poderia ser mais do que um filme destinado a mulheres românticas - uma definição usada em Hollywood. Mas é um exemplo de que bons ingredientes podem não dar um resultado satisfatório. Tem Kate Winslet, a melhor atriz com menos de 40 anos em todo o planeta. A Meryl Streep de sua geração, como gosta de escrever a imprensa americana de entretenimento. Aqui ela tem como diretor Jason Reitman, que transbordou talento em Juno. Mas os dois não conseguem dar força à adaptação do muito elogiado romance da americana Joyce Maynard, sobre mulher que mora numa fazenda com o filho único e recebe um hóspede forçado: um foragido da lei que se esconde por lá. Josh Brolin tira a camisa para empolgar a mulherada, mas está péssimo como um bandido supostamente sedutor. A receita desandou." (Thales de Menezes)
''No papel, "Refém da Paixão" reunia os elementos essenciais para se tornar um filme romântico invulgar. Como ponto de partida, um best-seller de prestígio: Fim de Verão, de Joyce Maynard, elogiada pela crítica, querida pelo público. Depois, um diretor com credibilidade conquistada em filmes independentes: Jason Reitman, de Obrigado por Fumar (2005) e Juno (2007). Por fim, um par romântico formado por grandes atores, que oferecem muito mais que um rostinho bonito: Kate Winslet e Josh Brolin. Na prática, porém, o resultado é um filme romântico absolutamente banal, que se satisfaz em empanturrar o público com clichês adocicados. Winslet é Adele, ex-dançarina divorciada, que esconde um segredo que parece lhe condenar à infelicidade. Ela mora com o filho, Henry (Gattlin Griffith), de 13 anos, que sofre as consequências de ter uma mãe socialmente incapacitada (e funciona como narrador da história). As coisas mudam quando surge Brolin no papel de Frank, um preso foragido que se instala na casa de Adele para se esconder da polícia. Não demora muito para que Frank mostre que é o bofe com quem Adele sempre sonhou. Ele a amarra com delicadeza, conserta o chuveiro, faz torta de pêssego, ensina seu filho a jogar beisebol e exibe o corpo em forma. Em resumo, carrega em si - na visão do filme - várias fantasias femininas, consentidas ou proibidas: o sádico sensível, o faz-tudo, o chef, o pai presente, o objeto sexual. Diante de um ideal masculino desses, será inevitável que, ao sair do cinema, a espectadora se sinta frustrada com os homens da vida real. Apesar do bom time reunido, "Refém da Paixão" repete a sina da maioria dos romances hollywoodianos recentes: oferecer um produto para seduzir as mulheres que termina por diminuí-las - quando não ofendê-las." (Ricardo calil)
71*2018 Globo
Indian Paintbrush Mr. Mudd Right of Way Films
Diretor: Jason Reitman
36.151 users / 7.823 faceSoundtrack Rock Arlo Guthrie
43 Metacritic 3.905 Down 289
Date 27/02/2018 Poster - #### - DirectorMartin BourboulonStarsLaurent LafitteMarina FoïsAlexandre DesrousseauxTwo years have passed. After missing their separation, the Leroys seem perfectly successful in their divorce. But the entrance of two new lovers in the lives of Vincent and Florence will set fire to the powders. The match between the former spouses resumes.[Mov 06 IMDB 6,2/10] {Video/@@@@}
RELACIONAMENTO A FRANCESA 2
(Papa ou maman 2, 2016)
TAG MARTIN BOURBOULON
{hilário}Sinopse ''Dois anos se passaram. Depois de perderem a separação, os Leroy parecem ter o divórcio perfeitamente bem resolvido. Mas o aparecimento de dois novos amores na vida de Vincent e Florence vai incendiar tudo. A partida entre os ex-cônjuges recomeça.''
Chapter 2 Pathé M6 Films Nexus Factory Fargo Films Umedia uFund Apidev 5 SofiTVciné 4 Canal+ Ciné+ M6 W9 Région Réunion Centre National de la Cinématographie (CNC)
Diretor: Martin Bourboulon
895 users / 95 face
DAte 31/05/2018 Poster -##### - DirectorWoody AllenStarsJustin TimberlakeJuno TempleRobert C. KirkOn Coney Island in the 1950s, a lifeguard tells the story of a middle-aged carousel operator, his beleaguered wife and the visitor who turns their lives upside-down.[Mov 40 Favorito IMDB 6,3/10] {Video/@@@@@} M/45
RODA GIGANTE
(Wonder Wheel, 2017)
TAG WOODY ALLEN
{inesquecível}Sinopse ''A história se passa em Coney Island, Nova York, na década de 1950, num parque de diversões. Ginny (Winslet) é uma mulher casada com o operador do carrossel (James Belushi), que fica entediada com o casamento e se apaixona pelo salva-vidas Mickey (Timberlake).''
"Allen mantém o seu ritmo e entrega mais um bom filme, que demora para tomar ritmo mais do que geralmente acontece. As reviravoltas fazem manter o interesse, mas o humor característico do diretor aparece apenas sutilmente." (Alexandre Koball)
"Apoiado por imagens de cores e luzes barrocas assinadas por Storaro, Allen busca na dramaturgia não apenas sua via de expressão, mas o cerne da construção dramática. Do próprio lar em ruínas surge um palco para a pretensa atriz exercitar sua performance." (Daniel Dalpizzolo)
"Allen alia a espetacular luz de Storaro, uma trama densa (inspirada em Eugene O´Neill), uma Kate Winslet inspirada, e, sobretudo, uma mis-en-scene menos preguiçosa, e faz seu melhor filme em anos (o que, a rigor, nem quer dizer muita coisa). Digno." (Régis Trigo)
"Allen apostando todas suas fichas no barroco e no teatral para contar a mesma história de sempre no seu cinema, com o apoio de uma Winslet inspiradíssima. As imagens mais lindas do diretor em anos." (Heitor Romero)
"O talento narrativo de Allen ressurge nesse filme de bonitas luzes e cores, com personagens complexos, onde a verborragia característica do diretor é agradável por conseguir empurrar o filme e desenrolar uma ótima personagem. Está ascendendo na roda." (Marcelo Leme)
"Não é a primeira vez que a direção absolutamente direta de Allen se entrega às seduções de uma fotografia intrusiva. Mas fazia tempo. Winslet está espetacular. Ela já começa desconcertada, mas se entrega de maneira alucinante ao seu personagem no final." (Guilherme Bakunin)
"Há mais vontade neste Allen em relação aos seus trabalhos anteriores, mas ainda falta estofo para o cineasta dar conta de seus bons personagens e do acumulo de plots. Tão boa quanto Winslet está uma vivaz Juno Temple." (Rafael W. Oliveira)
''Roda Gigante", o filme mais recente de Woody Allen, é uma de suas contribuições mais infelizes ao cinema. O longa [com estreia prevista para 28/12 no Brasil] conta a história de uma mulher casada, cujo caso com um Romeu local sai dos trilhos quando ele começa a dar atenção à enteada dela. O coração quer o que o coração quer, como disse Allen certa vez para explicar seu caso com Soon-Yi, enteada de sua ex-mulher Mia Farrow e hoje sua mulher. Colocar qualquer filme no divã é má ideia, mas e se o filme se deitar sozinho no divã? "Roda Gigante" devolve Allen a Coney Island, a terra em que seu alter ego, Alvy Singer, o narrador de Annie Hall, passou a infância. No filme, a mulher casada e triste, Ginny (Kate Winslet), mora em um apartamento com vista direta para a imensa roda-gigante do parque. O brinquedo obscurece sua vista do oceano, configurando horizontes literalmente estreitos, e ilumina o interior dilapidado do apartamento e as vidas igualmente desgastadas de seus habitantes. Ginny não está completamente acabada, mesmo que a câmera persista em mostrá-la de modo nada lisonjeiro. Ela trabalha em uma barraca que vende frutos do mar e, em casa, precisa lidar com o marido resmungão e grosso, Humpty (Jim Belushi), e com o filho, Richie (Jack Gore). Assim, quando Mickey (Justin Timberlake), salva-vidas que se descreve como romântico, dá atenção a Ginny, ela cai em seus braços. "Roda Gigante" é mais ou menos a história de Ginny, mas ela não toma o controle de seu destino. O filme é narrado por Mickey, que fala diretamente para a câmera. Ele tem ambições literárias, como gosta de lembrar. Por algum tempo, Mickey alivia a vida de Ginny, pelo menos até a chegada de Carolina (Juno Temple, ótima), filha de um casamento anterior de Humpty, fugindo de seu marido, um gângster.
Mais ou menos como a roda-gigante do título, o filme continua girando, mesmo que não vá para lugar algum. Esse é o segundo filme de Allen com o diretor de fotografia Vittorio Storaro, que parece ter se divertido girando cores e a câmera. Isso confere fluxo visual à narrativa - e Storaro faz os olhos do espectador seguirem a dança de seus claros e escuros. Algumas das tomadas lembram o lado mais suave do technicolor, enquanto as cenas de saturação violenta remetem à paleta vibrante do movimento Der Blaue Reiter. Allen certamente mantém o espectador ocupado com todas essas cores, tons, influências, complicações, estereótipos e histrionismo, mas sem grande propósito. Como é sempre o caso em seus filmes, os atores parecem contribuir com aquilo que trouxeram de casa, e por isso os melhores deles - no caso a inestimável Winslet - se saem bem, enquanto o restante faz o que pode. Ginny, que quer algo mais do que trabalhar em uma barraca de frutos do mar e enfrentar brutalidades - e é punida por seus anseios -, poderia ter se transformado em um clichê monocórdio. Mas Winslet empresta à sua sofrida personagem uma vida febril. Ela transmite muito mais com um de seus olhares do que todos os diálogos de Allen ou as cores de Storaro. Em dado momento, ela declara que, quando o assunto é amor, muitas vezes somos nosso pior inimigo. E isso nos leva a imaginar, e não pela primeira vez, o que Allen, que sempre gostou de misturar fato e ficção, acredita estar fazendo nesse filme. Ele não poderia prever que seu nome estaria no noticiário por acusações de abuso sexual no mundo do entretenimento. Mas como não pensar nele, nesse contexto? Em 1993, o cineasta foi acusado de molestar sua filha Dylan Farrow. Ele sempre se declarou inocente e jamais foi processado, mas a acusação, e o desconforto por seu casamento com Soon-Yi, passaram a pender sobre ele como uma nuvem maligna. Ainda que incomodados, os críticos muitas vezes optaram por ignorar seu passado, mas ele parece perversamente determinado a invocá-lo." (Manohla Dargis)
''Alguns diretores são reconhecidos também pelo que conseguem extrair de suas atrizes. No passado, havia, por exemplo, George Cukor, cineasta famoso por interpretações antológicas de estrelas como Greta Garbo, Katharine Hepburn e Joan Crawford. Nesse sentido, Woody Allen pode muito bem ser considerado um continuador de Cukor. Não por acaso, um de seus filmes prediletos é a comédia Núpcias de Escândalo, de 1940, em que Cukor dirigiu Hepburn, James Stewart e Cary Grant. Nos filmes desses diretores, não é raro que as atrizes alcancem seus melhores momentos. Em "Roda Gigante", quem brilha é Kate Winslet. E brilha tanto, por mais que esteja acostumada a brilhar, que não seria exagero dizer que é o maior papel de sua carreira. Allen demonstrou muitas vezes seu talento para dirigir atrizes. Podemos pensar inicialmente em Diane Keaton, inesquecível em Noivo Neurótico, Noiva Nervosa e Manhattan. Mas a lista é imensa: Mia Farrow, Dianne Wiest e Barbara Hershey, por exemplo, conseguem a tripla proeza em sua obra-prima, Hannah e Suas Irmãs. Scarlett Johansson brilhou em Match Point, e recentemente tivemos atuações impecáveis de Emma Stone (Magia ao Luar) e Kristen Stewart (Café Society). Em suma, se os boicotadores de plantão resolverem que este novo Woody Allen não merece ser visto, uma das grandes interpretações femininas dos últimos anos poderá ser jogada no esquecimento. Mas ninguém parece pensar nesse tipo de injustiça. Parte da crítica americana viu nos conflitos amorosos de "Roda Gigante" relação com as acusações de assédio sofridas por Allen (leia-se, por exemplo, o texto de Manohla Dargis, do New York Times, republicado nesta Folha). A tese é um tanto forçada, já que quase todos os filmes do diretor falam de confusões amorosas, na linha de Jean Renoir. No longa, Winslet é Ginny, mulher próxima dos 40 anos que trabalha em uma barraca de peixes. É casada com Humpty (Jim Belushi), o operador de um carrossel. Ginny tem um filho incendiário, o que já lhe causa uma série de problemas. E ainda tem um caso com o salva-vidas Mickey (Justin Timberlake), a quem considera um passaporte para outro tipo de vida. Por outro tipo de vida entenda-se qualquer coisa distante do lugar onde mora: um parque de diversões à beira-mar, em Coney Island, em cima de uma barraca de tiros e diante de uma roda-gigante. Estamos nos anos 1950, num verão flagrado por Storaro em cores berrantes, homenageando o technicolor da época. Nesse cenário, surge a maluquinha Carolina (Juno Temple), filha de Humpty que se casou com um gângster e se arrependeu. Com seu jeito adorável e seu interesse em literatura, Carolina desperta a paixão do salva-vidas, que também é aspirante a escritor. Com isso ela ameaça, sem saber, o plano de fuga de Ginny. Desnecessário dizer que a trama é ótima para Allen explorar as paixões e os sentimentos conflitantes dos personagens com uma direção primorosa, baseada em planos longos e muita movimentação da câmera, em um jogo feito de aproximações e afastamentos lancinantes. O maior exemplo desse jogo está na cena em que Ginny desabafa com Mickey em sua própria casa, um desses momentos que normalmente entram em clipes do Oscar, e que provam como uma encenação adequada valoriza ainda mais uma interpretação. A verdade é que, se não está à altura dos sublimes Café Society e Magia ao Luar, seus melhores filmes na década, "Roda Gigante" é bem superior a Blue Jasmine e O Homem Irracional. Em grande parte a responsável por isso é Winslet." (Sergio Alpendre)
Irregular conversa sobre perdas diárias.
''Tem muitos filmes, homenagens e autorreferências dentro do filme novo de Woody Allen, uma conversa sobre como eternamente enfrentar e superar as perdas. Tipos de luto? Talvez. Mas autorreferência nunca foi um problema para Allen, principalmente tendo em vista seu ritmo nos últimos 40 anos, já que em algum momento falar de si mesmo é necessário e alguns chamarão isso de cópia de si mesmo. Nesse caso nem acho, a proposta que o nova-iorquino abre de cara é muito refrescante mais uma vez. O personagem de Justin Timberlake é mais que o narrador da vez, ele também é um dramaturgo que sonha em escrever um grande clássico. Enquanto isso não acontece, ele salva vidas em Coney Island nos anos 50. E através desse personagem o filme parece claramente que irá inserir uma espécie de diálogo com o teatro e uma montagem propriamente dita. Pois bem, é só a primeira ideia do filme que fica pelo caminho. O roteiro de Allen incorre em problemas que eu não lembro de já tê-lo visto incorrer outras vezes. Delineamento confuso de ao menos 3 dos 5 personagens do filme (inclusive a protagonista), diálogos bobos e sem força, ou ao menos sem a verve comum a Woody. Parece que o cansaço de Ginny é fruto não apenas do personagem como também do próprio diretor/escritor, que não tem interesse para domar uma trama até bem simples e sem grandes viradas de narrativa. Em resumo, tudo parece muito jogado, com reiterações em toda a parte inicial num projeto que parecia fadado ao sucesso, e que teria condições para tal mediante sua premissa e seus dispositivos se atração. Só que, de repente, o que vemos é uma profusão de repetições no roteiro de produtos anteriores dele mesmo, até chegar no cúmulo de mesmo Kate Winslet aparentar reproduzir macetes já utilizados por outros atores em filmes do diretor. Isso também não seria algo novo, tendo em vista que sempre temos um alter-ego do mesmo em cena, só que, à parte o imenso talento de Kate, essa marcação parece vir do próprio roteiro. A fotografia do gênio Vittorio Storaro merece um capítulo só seu. Tendo vindo de um trabalho primoroso para o mesmo Woody (Café Society), esse tri-campeão do Oscar consegue montar um aparato de luzes e cores com o autor e criar códigos e chaves de entendimento do roteiro através da luz, o que em tese seria uma ideia de realização tão incrível quanto a que descrevi acima sobre a produção abraçar uma ideia teatral em sua essência e brincar com isso. Só que como a outra ideia, a belíssima luz de Storaro se perde no meio do caminho também, com os códigos da paleta de cores começarem bem representativos, do azul pálido e do alaranjado cor de fogo, e de repente esses códigos se perderem em sentido e realização. Independente da ideia não ser realizada a contento, o trabalho de fotografia do filme é nunca menos que estupendo e eleva muito o nível do filme, com seus planos absolutamente perfeitos em enquadramentos. A parte técnica como um todo é espetacular, e Santo Loquasto arrebenta mais uma vez na arte. Para completar, o elenco de ''Roda Gigante'' fica acima do eficiente. Somente Timberlake não sai do lugar, mas Juno Temple está completamente diferente e evoluída como atriz, mais humana e muito menos caricata, James Belushi retoma a carreira com sangue nos olhos e querendo um espaço na indústria num belo momento, além de obviamente a já citada protagonista que vende talento, mas que talvez seja prejudicada em alçar voo mais alto com uma personagem que simplesmente perde o prumo de sua essência, indo além da evolução para uma quase transmutação, passeando por diversos setores da psiquê humana e deixando vaga a necessidade de ser assim do roteiro. Mas tem um ator no filme que passe incólume de problemas: seu nome é Jack Gore e ele faz o filho de Ginny da maneira mais assustada e assustadora que uma criança poderia realizar. Um personagem riquíssimo e que não tenho certeza que Woody saiba o que fazer com ele, mas que vai de mansinho tomando um espaço gigante na projeção. É uma pena que, pela segunda vez consecutiva, Woody Allen tenha tido problemas para contornar sua construção de narrativa e conseguir achar uma saída para o tanto de subtramas que acumula em cena. Um grupo de personagens que eram excelentes na ideia e acabaram virando rascunhos na tela. O mesmo se repete na representação temática do todo, ainda assim com cenas dignas do melhor Allen, como os dois planos finais, igualmente sensacionais. Mas como um produto grande de talentos pontuais e espaçados, a ideia do filme sobre perdas e como reagimos a ela acaba perdendo a validade e gradativamente o efeito, mesmo nesse pacote luxuoso, cheio de elementos para provocar discussões mais fora que dentro dos próprios filmes." (Francisco Carbone)
Amazon Studios Gravier Productions Perdido Productions
Diretor: Woody Allen
16.357 users / 14.455 face
40 Metacritic 1.836 Up 182
Date 16/09/2018 Poster - ########## - DirectorDexter FletcherStarsTaron EgertonJamie BellRichard MaddenA musical fantasy about the fantastical human story of Elton John's breakthrough years.[Mov 04 IMDB 7,3/10] {Video/@@} M69
ROCKETMAN
(Rocketman, 2019)
TAG DEXTER FLETCHER
{esquecível}Sinopse ''A história de ascensão do cantor Elton John, de um aluno prodígio da Academia Royal de Música até uma lenda do rock nos anos 70.''
{Hácanhas e pessoas babacas pelo o mundo, e são os animais que precisam sofre} (ESKS)
''Rocketman'' não cobre toda a carreira de Elton John (até porque ela se estende até hoje) e, com isso, é afetado pelo que considero o maior problema dessas cinebiografias (além de seu formato excessivamente amarrado): o que é apresentado não corresponde, necessariamente, ao que seria mais rico de ser explorado. Mas é divertidíssimo, emocionante e, por vezes, intenso. Seria difícil fazer muito melhor do que isso.''(Alexandre Koball )
''A história de Elton John sofre dos principais males das cinebiografias, como o caráter episódico e a tentativa de tratar muita coisa em apenas duas horas. Por outro lado, a abordagem de Fletcher e Hall é interessante, utilizando as músicas e a fantasia para ilustrar sentimentos do protagonista, o que rende bons momentos. E Egerton, mesmo não sendo parecido com o cantor, está ótimo no papel, trazendo energia e profundidade.''(Silvio Pilau)
''Embora não tenha domínio com o musical, Fletcher teve a boa sacada de usar as canções de Elton John com parte narrativa da diegese do filme, exaltando a importância que cada uma teve na vida do artista. Taron Egerton impressiona em como se entrega ao papel, sabendo compor um personagem ao invés de ficar só na imitação de trejeitos e ancorado na caracterização (vide Rami Malek em Bohemian Rhapsody).''(Heitor Romero)
“Rocketman”, cinebiografia sobre Elton John, é tudo o que o anódino Bohemian Rhapsody não consegue ser. Embora seja uma obra igualmente comercial, assim como o filme do Queen, faz um retrato honesto e não esconde reluzentes carreiras de cocaína, cenas tórridas de sexo gay ou os fracassos do biografado da vez. O longa fez sua estreia mundial no Festival de Cannes e entra em cartaz no Brasil no próximo dia 30. Uma de suas sacadas é o fato de ser um musical, isto é, repleto de números cantados pelos atores e com função narrativa, em vez de simplesmente reproduzir cenas de shows. O registro também é completamente diferente, mais fantástico e menos realista do que a história sobre Freddie Mercury. Não dava mesmo para esperar outra coisa da biografia de uma pessoa tão extravagante como Elton John. O diretor Dexter Fletcher usa as canções do músico para acompanhar cenas de orgias psicodélicas e apresentações em que os espectadores voam em êxtase. A história acompanha a trajetória do garoto gordinho e com problemas de autoestima que é um ás no piano. A rebeldia recalcada, fruto de ter vindo de uma família desestruturada, o levaria para o rock e para a bem-sucedida parceria com Bernie Taupin, seu letrista. Tudo é contado a partir da perspectiva do músico já mais velho e que vai procurar ajuda num grupo de ajuda mútua para superar todos os vícios (bebida, droga, remédio, sexo). A primeira cena o traz montadíssimo e com um enorme par de asas vermelhas contando os problemas numa roda. Daí se seguem relatos do pai durão e da mãe distante, shows concorridos, festas na piscina e muita bebedeira. Tudo é costurado por números dos muitos hits do músico: “Your Song”, Goodbye Yellow Brick Road, Bennie and the Jets, Rocket Man, Daniel… Na maior parte das vezes, as letras caem como uma luva na história que se conta; noutras, nem tanto. Em conversa com a imprensa após a exibição, a equipe do filme não se safou de comparações com “Bohemian Rhapsody”. Fletcher, aliás, foi quem assumiu a direção do longa sobre o Queen após a conturbada demissão de Bryan Singer e evitou comentar o assunto. “Vamos falar sobre ‘Rocketman’, pessoal?”, pediu. Os dois filmes são lances totalmente diferentes”, afirmou Taron Egerton, inglês de 29 anos que assumiu o papel de Elton John. “O nosso é um musical, e não uma cinebiografia tradicional. Adotamos licenças poéticas, as canções não são cronológicas.” Outra das grandes diferenças é o retrato da sexualidade do biografado. Se o filme sobre Freddie Mercury escondia as aventuras homossexuais do cantor, “Rocketman” se permite um pouco menos de pudor e exibe Egerton em amassos com Richard Madden, que faz o papel do seu empresário cafajeste. Ainda assim, Fletcher foi forçado a cortar 40 segundos das cenas de sexo, segundo a imprensa britânica, mas o diretor não comentou o assunto." (Guilherme Genestreti)
Elleganzza extravaganzza!!
''A principal qualidade de Bohemian Rhapsody acaba de se concretizar. Fenômeno mundial do ano passado, arrecadando mais de 800 milhões de dólares pelo mundo e 4 Oscars, a pretensa biografia de Freddie Mercury e sua espetacular banda Queen abriu a porteira para que projetos-homenagem a grandes nomes da música possam voltar a acontecer com expectativas de sucesso - que é o motor principal da indústria de cinema enquanto entretenimento hoje. Como Rocketman já estava filmado e com data marcada quando o trampolim para os prêmios de Rami Malek estreou, não podemos considerar a produção como sendo um "filhote" direto do rolo compressor, mas ainda assim o filme de Dexter Fletcher já supera em todos os aspectos o capitão desse pelotão que nos próximos anos nos dará muitas outras abordagens de ídolos pop. Impressiona muito rapidamente o tanto de humanidade que o filme consegue introduzir numa proposta de delírio poético-musical, abrindo brechas para que a emoção seja acionada facilmente, enquanto permite um olhar ilusório sobre um recorte possível da vida de Reggie Dwight, internacionalmente conhecido como Elton John. As mãos de intérprete Taron Egerton abrem as portas de uma clínica de recuperação, enquanto o diretor abre as portas que separam três esferas, a 'realidade', o onírico e a comunicação entre eles, que promove mais do que uma visão lírica de acontecimentos, mas uma combinação entre objeto e espectador que pulsa liberdade factual. Essa liberdade vai além do compromisso com datas e eventos; a ideia aqui é usar das ferramentas do tradução do musical no cinema para capturar magia do ponto de vista imagético mas principalmente imaginativo. Precisando lidar com o tanto de 'fantástico' que assume pra si, o filme abre espaço para que um tanto de possíveis rasuras sejam perdoadas no âmbito narrativo, mas não permite que a dramaturgia extravagante pretendida apague os traços que sabotam qualquer biografia quadrada - ainda vemos os saltos temporais absurdos, os personagens aparentemente importantes apagados sem qualquer cerimônia, o tempo sob um viés elástico e incompreensível, entre os outros de sempre. A ironia acontece ao percebermos o filme fugir tanto de uma leitura convencional e não perceber seus passos indo justamente nessa direção, que tentam ser sombreados com a dose lisérgica que o componente 'vício' permite a criação de suas cenas, planos e soluções visuais, eventualmente de caráter delirante e criativo, recheando o filme com beleza estética incansável. Outros pontos unem Rocketman a Bohemian Rhapsody. Quando no segundo Bryan Singer foi desligado, as cenas adicionais que faltavam ser rodadas foram terminadas por Fletcher, com certeza chamado pelo envolvimento aqui, o que não importou qualidades ao filme do ano passado. A biografia do astro do pop-rock britânico tem uma cadência mais acertada, sem o extremo de dransticidade visto lá, nem a ideia de 'clipar' a produção indiscriminadamente, pelo contrário, Fletcher conduz um filme que tem mais do que um biografado inglês; toda a aura de uma típica produção do país, com classe, equilíbrio, humor mordaz, estão presentes aqui, tudo em doses certeiras. Outra intersecção é o trabalho de Julian Day, que vestiu tanto Mercury quanto John, em um trabalho memorável de recriação, leitura de época, criatividade, e aqui até uma dose de realismo na parte inicial é de profundo bom gosto. Como Elton é um hitmaker, o material de utilização na produção era imenso, e infelizmente as formas de encaixe das músicas na trama foi um desafio, indo da perfeição ao erro e sempre ousando nessa direção, mesmo que o resultado não seja o esperado. A abertura é espetacular em promover a união entre os mundos já descritos, Reggie e Elton, que precisarão de anos para se confrontar. Logo a seguir, uma versão da bela I Want Love é apresentada em contexto equivocado, dando um ar de melancolia familiar brega e chorosa, apagando as sutilezas de um momento que as pedia. Esse talvez seja o principal defeito do filme, as liberdades artísticas concebidas bloqueiam alguma dubiedade, explicitando as fragilidades metafóricas aqui e ali. Mas momentos como a utilização de Pinball Wizard, a melancólica apresentação da canção-título, a sóbria criação de Your Song, a emocionante entrada em cena de Crocodile Rock, são motivos suficientes para elevar o trabalho, e o plano-sequencia da mudança de fase é um toque de excelência na produção. Mas o acesso para a humanidade por trás da profissão de luzes, cores e sons do filme obviamente é o trabalho de Taron Egerton. Sem esquecer do ícone Elton John, da exposição de sua personalidade efervescente, dos riscos que existem em vestir um biografado tão rico e ainda vivo (e que produz o longa), Taron exerce os mínimos detalhes do naturalismo possível em um projeto que pede alegoria constante e que o próprio ator não pode ignorar. Ainda assim, o roteiro cria brechas para que todo o elenco torne possível a humanidade pretendida, não apenas Taron. Só o personagem de Richard Madden não o favorece, mas especialmente Gemma Jones, Steven Mackintosh e Jamie Bell conduzem a trama com muita segurança, ao lado da iluminação que Taron promove. Em um projeto como esse, tanto as decisões artísticas quanto as humanas são igualmente importantes, e o trabalho do protagonista em Rocketman se equivale ao show pirotécnico que a produção acertadamente faz leitura de uma figura tão exuberante e cheia de conflitos quanto Elton John.'' (Francisco Carbone)
92* 2020 Oscar / 77* 2020 / 2019Globo
Paramount Pictures New Republic Pictures Marv Films Rocket Pictures
Diretor: Dexter Fletcher
122.458 users / 121.115 faceSoundtrack Rock Cliff Richard / Elvis Presley / Elton John
Check-Ins 53 Metacritic Popularity 145 Movies {2019*/2020/2021}{}
Date 24/05/2020 Poster - ##